LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

sábado, 30 de agosto de 2014

TRINCANDO DESCARADAMENTE a MAÇÃ


...da BONDADE e da MALVADEZ
LIKE!


&




MEET 



IN+++UTILIDADES

IN---UTILIDADE++++

IN+++UTILIDADE!!


Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...


Nas MESAS Circulares, quebradas por formas quadrangulares, as famílias mergulham no silêncio procurando sensações, (INÚTEIS), para lá da cortina em penumbra.
Chegou o TEMPO (IN++ÚTIL+IDADE...da concentração na grande TRIBO - A nova DROGA aparentemente-aparente... ANSIEDADE na espera. As famílias, "JUNTAS" SEPARADAS, já nada têm para dizer nas MESAS circulares quebradas pelas arestas feridas.


Estas coisas (ainda) são BOAS!

Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...


Como eu GOSTARIA de SER...
SE,,,eu FOSSE REALMENTE TONTO>TRESLOUCADO> ou PORTADOR de FIDELIDADES balofas, bastar-me-iam os campos cobertos de fruta ...a fruta das ÁRVORES em AGOSTO, prostrada, cobrindo o chão.
A LUCIDEZ, a REFLEXÃO e a insatisfação são motivos suficientes para a criação, neste tempo de HERÓIS. 

NUMA MIXÓRDIA,  sem FIM à VISTA,
INTELECTUAIS,  REVOLUCIONÁRIOS, PROSTITUTAS, CHULOS, VIOLADORES, POLÍTICOS, ASSASSSINOS, PESSOAS COMUNS, DONAS de CASA DESESPERADAS, CR7, Jogadores de todas as latitudes, presidentes, primeiros ministros e oposições,TALLIBANS, Cantores PIMBAS., ADOLESCENTES quase de BERÇO-SINDICALISTAS, APRESENTADORES /AS de TELEVISÕES etc...etc.Pessoas inteligentes e menos inteligentes...
Todos no LAMAÇAL  de um controlo mediático das MASSAS - A ARMA dos OPRESSORES SILENCIOSOS e das NOVAS DITADURAS.

TODOS se "ESPOJAM" (...nos esponjamos), procurando a limpeza da ALMA, nestes recantos misteriosos e perigosamente repressores da individualidade e que são
Uma ameaça à SOBREVIVÊNCIA dos valores duma Nação que se quer independente.
Tempos BÁRBAROS que, por vezes, nos obrigam a fechar os olhos. TEMPOS do VALE TUDO,sem JUSTIÇA nem SEGURANÇA.
Servi-me de um comentário recente a um post do blogue.
E dirigido ao ARTIGO - A MULHER e o CÃO

Constatei esta triste realidade por terras da PISCOSA, nas esplanadas no final das tardes. Realidade à qual não quero dar muita atenção neste artigo - CHAMAR-LHE-EI : 
A PROCURA do "SER + FORMATIZADO do que  já se é o SUFICIENTE.
Substituirei o texto que fica na gaveta com as imagens que se seguem .









TEMPOS BÁRBAROS
Os OLHOS da REALIDADE

2 realidades, uma no passado e a outra neste PRESENTE
REVISITANDO a verdadeira essência de um GÉNIO, PABLITO PICASSO, e a decadência de um HOMEM que  sempre quis ser comum, médico e HOMEM BOM, Doutor Freitas - AÇORIANO em terras da BEIRA.
Dois retratos distintos - o primeiro mostra o GÉNIO-MONSTRUOSO do HOMEM  por trás da obra  e, o segundo, retrata a bondade de quem quis  fazer o caminho da vida ajudando os outros. 
Um escritor (...da ALMA) fora de série - a prova disso são os seus escritos ao longo dos anos no jornal -RECONQUISTA.


Neste último (artigo), no tempo em que em termos materiais bateu no fundo. Motivos vários... BONDADE- ALTRUÍSMO- MÁS COMPANHIAS e a FRAQUEZA do PECADO ORIGINAL.
Mas, no Domínio da ÉTICA e da MORAL, mais SAUDÁVEL do que nunca.

Dr. Freitas da SILVA, um dos meus heróis
Os ESCRITOS dos OUTROS REVISITADOS na terceira PESSOA. 




PICASSO
DEUS na TERRA

"Concordo com D.Quixote:

o meu repouso é a batalha."

(Pablo Picasso)
por Nuno guedes-K, Fevereiro de 1992
« se fores um soldado, serás um general; se fores um padre serás o Papa», disse-lhe a mãe, a primeira mulher da sua vida. E pela vida assim continuou, ultrapassando até os sonhos da sua mãe-foi um homem, chegou a imortal.

A VIDA só tem uma desvantagem: é não se poder vivê-la toda como se devia e, às vezes, como se merecia. Há sempre alguma coisa que fica pelo caminho, seja uma paixão ou uma vocação. Raros são os eleitos que conseguem experimentar a vida a sério com tudo o que ela tem para oferecer, de bom e de mau. PICASSO foi um deles.
Para simplificar é preciso dizer que este homem foi um
  MONSTRO de EGOÍSMO, de GÉNIO, de HIPOCRISIA, de RIQUEZA, de MALDADE e de MAGIA.
Picasso aconteceu a este mundo e a este século, e não o contrário. Foi, ao mesmo tempo, a luz e o mosquito que nela se queima. Não permitiu vida para além da sua presença, e quem dele se aproximava sabia que teria de obedecer. Picasso reinou com a tirania obsessiva que só o talento pode oferecer e justificar. «Ser injusto é SER DIVINO», dizia. E Picasso era um DEUS.
Pelos anos em que viveu ficaram espalhados os cadáveres das amizades traídas, das inúmeras amantes que possuiu, das adorações que despertou e da família que renunciou.
Picasso foi o ser amoral perfeito, porque « aos grandes líderes tudo é permitido». A sua grande causa foi ele próprio e a sua ARTE, e para servi-la não recuou perante nada nem ninguém. Só a sua condição de MORTAL o atormentou até ao desespero; mas também foi o que deu sentido à sua vida e à sua OBRA.
É preciso recuar até aos seus  primeiros anos para perceber que PABLO RUIZ PICASSO nasceu para ser adorado. Irá manter o seu temperamento de menino mimado toda a vida, seja em que condições se encontrar; da extrema pobreza dos primeiros anos em Paris, à ostentação do eremita milionário do Notre-Dame-Sur Vie. A mãe Doña Maria, previu-lhe desde logo destino grandioso; o pai Don José, professor de pintura e pintor nas horas vagas, viu nele o talento, enorme e precoce.


De Málaga para Barcelona, onde vai estudar e descobrir o mundo; e de Barcelona para Paris, e rápidas viagens de exploração que só lhe aumentavam o desejo de pertencer a alguma coisa nova-foram assim os primeiros anos do pintor do século XX. São tempos decisivos para formar os sentimentos que o acompanharão por toda a vida: a procura de algo novo, de uma arte absoluta; uma enorme superstição; e uma misogenia extrema, escoltada por um desejo sexual fora do comum.
É também  nesta altura que Picasso se revolta definitivamente com ABSOLUTO: quando a sua irmã COCHITA, de 8 anos, está muito doente, Pablo faz um pacto com Deus- se Ele a curar, Picasso abandonará para sempre os pincéis. Conchita morre pouco tempo depois, e com ela a fé que este mundo é governado por um Deus bom e grato.
Com a morte da irmã nasce o Picasso NIILISTA e cínico, o que é capaz de afirmar que sofre mais «com a presença das pessoas do que com a sua ausência». A partir deste momento, a sua arte deveria existir apenas como DESAFIO ao CRIADOR e à pior sorte que ELE nos reserva a MORTE. «Se houvesse um deus, como é que eu suportaria não SER DEUS?», perguntou Nietzch; Pablo Picasso decidiu então ser um deus na terra.



«NÃO TENHO AMIGOS»
E os Deuses atraem para si todos quantos os vêem.  Picasso desde cedo aprendeu a manipular este dom para satisfazer os seus interesses. Os homens e as mulheres que com ele privaram ficaram para sempre presos no seu encanto: desde Pére ManYac, o catalão que o ajudou a sobreviver nos anos difíceis de Paris e que tinha por ele uma paixão velada. Passando por Max Jacob, o seu primeiro defensor acérrimo e que partilhou com ele os anos de pobreza indizível; continuando em Guillaume Apollinaire, o grande poeta francês e seu principal divulgador, jean Cocteau ou Paul Éluard; e terminando em Jaume Sabartés, o seu ESCRAVO em nome de uma amizade que não existia- PICASSO a TODOS DOMINOU e TRAIU INDISTINTAMENTE.
Não tinha amigos, « SÓ AMANTES», como gostava de dizer. Talvez fosse verdade. Em 1944 , os alemães prenderam MAX JACOB-judeu de origem, mas há vinte anos convertido ao catolicismo. O seu destino provável seria Dachau ou Auschwitz. Jacob enviou telegramas desesperados ao seu amigo Picasso- então já  um pintor famoso e em posição privilegiada para interceder a seu favor. Picasso ignorou olimpicamente estes gritos escritos. Os amigos de Max Jacob insistiram; Picasso apenas comentou: « Max é um velho diabo, e com certeza não vai ficar na prisão muito tempo». Finalmente através de um abaixo-assinado (de que Picasso não constava), conseguiu-se o perdão.
Quando chegaram à localidade onde Max estava preso, este tinha morrido um dia atrás com pneumonia.
Mais dramático foi o que aconteceu com APOLLINAIRE, que Picasso admirava e partilhava todos os seus dias. Em 1911, o poeta foi preso injustamente por cumplicidade num roubo de estatuetas no Louvre. Picasso foi chamado a depor, sabia que o seu amigo estava inocente, vítima de um vigarista que lhe vendeu as estátuas. Quando lhe perguntaram se conhecia Apollinaire, Picasso respondeu: « Vimo-nos uma vez ou duas, apenas o conheço superficialmente».Diz-se que Apollinaire chorou convulsivamente ao ouvir estas palavras. Picasso também. Por que razão, ninguém irá saber. O que se sabe é que nos últimos momentos, enquanto lutava desesperadamente para continuar vivo, o nome de Apollinaire foi ouvido como um grito de arrependimento.


As relações humanas para Picasso apenas poderiam existir a partir dele. Todos os que demonstravam interesses estranhos à sua pessoa, todos os que resistiam à sua magia eram imediatamente excomungados, até o Mestre deles precisar outra vez. Pior acontecia quando Picasso detectava um rival. Juan Gris, o pintor catalão, foi um deles.Picasso odiou-o com quantas forças possuiu, e tudo fez para que Gris passasse dificuldades: influenciou galeristas, mentiu, deixou escapar comentários maliciosos em reuniões sociais. Gris morreu novo e quase na miséria, embora admirado por todos.



Picasso estava no funeral, impassível perante a indignação de todos, dizendo a quem queria ouvir da sua estima pelo pintor morto.


Jaume Sabartés passou fases de amigo a escravo, Sabartés tinha um fascínio servil por Picasso, e este sabia-o. Abusou disso até à exaustão, ou nos últimos anos, até à dependência. Sabartés foi cortesão-mor, limitando o acesso ao trono do REI PICASSO.
Foi sempre maltratado, mantido na miséria, mesmo depois de  casado; mas a sua obediência era cega, porque o seu destino era esse.


« O AMOR não EXISTE.
Só HÁ PROVAS DE AMOR»




FERNAND OLIVIER
Marcelle Humbert
Olga Koklova
Marie-Therese Walter
Françoise Gillot
Dora Maar

Na cama e na tela

As musas que fizeram a cabeça de Picasso

Fernande Olivier (de 1904 a 1912)
Elegante, bonita e determinada, tinha 23 anos quando conheceu Picasso. Viveu com ele os anos de pobreza e boémia. Deixou-o em 1912, mas nunca superou a separação. Morreu pobre e sozinha em 1956.

Nu deitado (Fernande), 1906
Além de posar para Picasso, ela lhe proporcionou estabilidade e segurança para experimentar novas cores e estilos, o que acabou sendo a transição entre a fase azul, caracterizada pela tristeza, miséria e morte, e a fase rosa, mais lúdica e alegre, repleta de figuras circenses. Foi sua musa até o início da fase cubista




Eva Gouel (de 1911 a 1915)
Tinha 25 anos quando conheceu Picasso. Era delicada, sensível e casada. Mas logo trocou o marido pelo pintor. Morreu de tuberculose, em 1915, deixando Picasso arrasado

Violão “Eu Amo Eva”, 1912
Eva não chegou a posar para Picasso que, nessa fase, não retratava pessoas. No entanto, ele não deixou de manifestar sua paixão escrevendo em vários quadros cubistas “Eu amo Eva”


Olga Koklova (de 1917 a 1935)
Casou-se com Picasso em 1918, aos 27 anos. Possessiva, fútil e ambiciosa, manteve a união estável até a chegada do filho, Paulo, em 1921. As brigas violentas levaram à separação. Desequilibrada, por anos perturbou o pintor e suas amantes. Morreu de câncer em 1955.

Olga Koklova em uma Poltrona, 1917
Quis transformar Picasso no artista da alta sociedade parisiense. Durante os “anos Olga”, ele chegou a retratar condes, princesas e baronesas, retornando ao período clássico.


Marie-Thérèse Walter (de 1927 a 1943)
Marie-Thérèse Walter conheceu Picasso aos 17 anos. Atraente, loira e com lindos olhos azuis, foi a eterna amante do pintor. Em 1935, tiveram uma filha, Maya. Sempre dependeu do artista. Enforcou-se em 1977, quatro anos após sua morte.

Moça em frente do espelho, 1932
A amante clandestina teve forte presença nas obras de Picasso, que exaltou as linhas e formas sensuais de seu corpo voluptuoso em obras de grande erotismo. A “era Marie-Thérèse” marcou a fase lírica, sensual e surrealista



Dora Maar (de 1936 a 1944)
Amante de Picasso por oito anos, era inteligente e bonita. Morena de olhos verdes, foi musa dos surrealistas e também pintora e fotógrafa. Das mulheres do artista, foi a que mais sofreu com a separação. Chegou a viver internada em sanatórios e conventos, e morreu sozinha aos 90 anos

A Mulher Chorando, 1937
Teve papel fundamental na execução de Guernica. Acompanhou, fotografou e até chegou a ajudar Picasso a pintar o mural. No início dos anos 40, suas feições estão presentes em vários trabalhos, principalmente os que mostram uma mulher desfigurada, chorando



Françoise Gilot (de 1943 a 1953)
O pintor com 62 anos, encantou-se pela estudante de 21, cabelos ruivos e olhos verdes. Com os dois filhos, Claude e Paloma, viveram uma serena união familiar por dez anos. Mas, em suas memórias, diz-se uma jovem seduzida, manipulada e traída por Picasso

Mulher numa Poltrona, 1946
Retratada como a mulher-flor, foi sua modelo durante o fim dos anos 40, que ficaram conhecidos como “período Françoise”


Jaqueline Roque (de 1952 a 1973)
Foi a última mulher de Picasso. Moraram juntos por 20 anos, até a morte do pintor, em 1973. Era jovem e bonita, tinha cabelos negros, olhos azuis e feições marcadas por traços fortes. Cultivava uma veneração pelo marido e afastou-o de familiares a amigos. Suicidou-se em 1986

Retrato de Jaqueline Roque com as Mãos Cruzadas, 1954
Musa dos últimos anos, foi a mulher que Picasso retratou de forma mais obsessiva e com quem mais produziu. Era também sua secretária e agente, cuidava das exposições, das galerias e dos marchands

Saiba mais


Livros
Na Cama com Picasso, Carlos von Schmidt, Artes/Digital, 1997 - Leitura agradável, com passagens picantes
Life with Picasso, Françoise Gilot & Carlton Lake, Anchor, 1989 - Memórias da ex-mulher de Picasso sobre a vida do casal. Dá para entender porque o pintor tentou impedir a publicação do livro

Site
www.musee-picasso.fr
Inclui análises de especialistas sobre a influência das mulheres na vida e na obra do artista. Em francês

 http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/mulheres-picasso-433643.shtml








Em Novembro de 1965, Pablo Picasso é internado no Hospital Americano de Nice para uma operação à bexiga e à próstata.
Esta data marca o fim definitivo da sua potência sexual e o reconhecimento forçado da sua decadência física. Para um homem que necessitava-de um modo vital-de mulheres, a um ritmo alucinante, foi uma primeira morte. O deus mau estava a vencer finalmente, e nada poderia ser feito contra isso. A palavra nunca tinha sido mais cruel e verdadeira: para as mulheres e para a vida, Picasso estava impotente.
A sua obra torna-se então quase pornográfica, de uma raiva incontida e gratuita contra o que já não tem remédio.  

O SEXO TUDO DOMINA-

O sexo que se vai fazer, o sexo que se está a fazer, o sexo mal feito, o sexo que nunca irá ter lugar.
Até 1973, ano da sua morte, a misogenia aumenta em progressão geométrica com o medo de morrer. A CRIATIVIDADE estagna de vez e Picasso resigna-se a pintar Auto-retratos e variações sobre quadros de outros autores, como MONET.


A sua relação com as mulheres é de relatos mais fascinantes de sedução, desejo e domínio que existe. Desde cedo ele manifestou medo e desprezo simultâneo pelo sexo feminino. A sua educação sexual foi feita nos bordéis de Barcelona, e durante muito tempo-quase sempre, até-Picasso dividiu as mulheres em prostitutas ou matronas.



«Quando tenhas ganas de joder,JODE»



Foi o título de uma pintura dos seus 20 anos. Viveu sempre à altura do lema.

Em 1904, conhece à porta do lendário Bateau-Lavoir, o seu estúdio de então, a bela Fernand Olivier. Era uma mulher mais velha, inteligente e algo preguiçosa. Para o jovem Picasso era um orgulho ser visto ao pé daquela mulher que tão bem vestia e tão bem falava. Fernand mudou-se para o Bateau-Lavoir. Picasso não a deixava sair sozinha ou fazer seja o que fosse. Ela gostava, e sentia-se dominada por aquele jovem príncipe na miséria. Foi a sua primeira grande relação, que teve momentos de genuína felicidade, como se pode ver nos quadros do PERÍODO ROSA. Para Picasso, coincidiu com a descoberta das máscaras africanas no início do CUBISMO, em colaboração com George Braque. Foi também a época em que concluiu o quadro que iria revolucionar toda a arte do século: «Les Demoiselles DÁVIGNON».Depois de Fernand, veio Marcelle, a quem ele rebaptizou de Eva. Eva era fraca e doente, e foi uma presa fácil para Picasso, que rapidamente se aborreceu.

Quando em 1915 Eva morre, com uma tuberculose que sempre escondeu ao pintor, a primeira reacção de Picasso foi de indignação. Mas era apenas uma certeza que a morte sempre vence e de que o seu dia iria chegar.



Morte
Pablo Picasso morreu em 8 de Abril de 1973 em Mougins, França, enquanto ele e sua esposa Jacqueline entre
"Beba-me, beba à minha saúde,
você sabe que eu não posso beber mais nada."
Ele foi sepultado no castelo de Vauvenargues, perto de Aix-en-Provence, uma propriedade que havia adquirido em 1958 e ocupados com Jacqueline entre 1959 e 1962. Jacqueline Roque impediu Claude e Paloma de assistir ao funeral. Devastada e só depois da morte de Picasso, Jacqueline Roque tirou sua própria vida com um tiro em 1986 quando ela tinha 60 anos.



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  Outros testemunhos



 Sim, ela trata-o por Pablo: La Vérité sur Jacqueline Roque et Pablo Picasso é o regresso de Dr. Pablo contra Mr. Picasso. Pepita Dupont escreve em defesa de Jacqueline, esclarecendo nomeadamente que se ela não deixou os filhos do pintor assistirem ao funeral do próprio pai foi para cumprir as últimas vontades dele (Picasso estaria indignado com a luta canina pela herança). Mas também escreve em defesa de Pablo, contradizendo o mito urbano de um homem profundamente egocêntrico, cruel e avarento: "O que é mais injusto é que a maioria dos ataques veio da família dele, a família que ele sustentou. Primeiro houve o livro da ex-companheira Françoise Gilot [Vivre avec Picasso, publicado em 1966], que transmitiu a imagem de um Picasso somítico e monstruoso. Depois os filhos e os netos sujaram-no enquanto esperavam pela herança e ele lhes financiava os estudos (...). Na verdade, Picasso era um homem de uma enorme generosidade com os amigos e estava-se realmente nas tintas para o estatuto social das pessoas com quem se dava."





A vida de Picasso e Jacqueline que até aqui permaneceram no anonimato, como o casamento dos dois, a 2 de Maio de 1961, na presença de duas testemunhas e de uma senhora da limpeza. Pepita Dupont ajuda a esclarecer quem era essa mulher profundamente submissa (a única mulher que Picasso pintou nos últimos 17 anos da vida dele) que comparava abertamente Picasso a um deus ("Não se faz sombra ao sol"), o tratava por "monseigneur" e lhe beijava a mão: "Era uma pessoa simples que viveu com muitas dificuldades todos os ataques contra ela - era como uma esponja, de uma grande sensibilidade, absorvia tudo. Dizia que não tinha encontrado uma maneira de se blindar." Dizer que sobreviveu a Picasso (morreu nove anos depois dele) é um eufemismo: Jacqueline passou os últimos anos sozinha, alcoólica, enfiada num quarto escuro a falar com as fotografias do marido.
Sacrifícios humanos
Ao longo dos últimos anos, a figura de Picasso foi sucessivamente lida e relida em função dos testemunhos publicados pelos familiares do artista. Perante o terrível relato autobiográfico de Marina Picasso (Grand-père, publicado em 2001 pela Denoël), La Vérité sur Jacqueline et Pablo Picasso é um romance cor-de-rosa. Esse é o livro em que Picasso é um monstro - a obra é brilhante, diz ela, mas a obra exigiu "sacrifícios humanos" (o sangue dela, o do irmão dela, o do pai dela). "O meu pai nasceu sob a tirania de Picasso e morreu dela - traído, desapontado, diminuído, destruído, inexoravelmente. O meu irmão Pablito, que foi um joguete do sadismo e da indiferença do meu avô, suicidou-se aos 22 anos com uma dose letal de lixívia (...). A minha avó Olga, humilhada, degradada por tantas traições, acabou a vida dela paralítica. Nem uma vez o meu avô a visitou - e no entanto ela desistiu de tudo por ele (...). Gostava de um dia poder viver sem este passado", conta logo nas primeiras páginas.
O primo, Olivier Widmaier (filho de Maya, a única descendente da relação extraconjugal que Picasso teve com Marie-Thérèse Walther), acha que a memória de Marina foi "distorcida pelos longos anos que passou em psicoterapia" e tem outra versão (Picasso: Portraits de Famille, publicado em 2002 pela Ramsay). No livro dele Picasso não é um monstro: é só uma figura bigger than life que não falava com os filhos mas que os ajudava "discretamente".
Marina passou várias quintas-feiras à chuva, à porta de Notre-Dame-de-Vie, porque o avô não queria "ser incomodado" pela visita semanal dos netos. Olivier nunca o conheceu porque a mãe não queria que ele fizesse parte do universo do avô. É por isso que toda a verdade sobre Picasso será sempre apenas uma parte da verdade: tudo depende do sítio onde se estava quando ele ainda era vivo. 


Texto: Inês Nadais
in Público | 07 de Abril de 2008



Dr. FREITAS - o BRILHANTE FREITAS



 Na impossibilidade de disponibilizar uma fotografia do Doutor Freitas Sirvo-me de uma borboleta vermelha, a imagem que me preenche o pensamento quando leio os escritos deste homem que viveu sempre noutra dimensão e que fez as suas escolhas com o coração.
Li o seu último artigo onde reflecte, com coragem, a situação de DESESPERO em que hoje vive. o HOMEM descreve a sua vida  actual com "REQUINTADA POESIA", como sempre o faz, falando nas realidades  sem pudor nem vergonha.
Freitas da Silva, hoje quase abandonado mas não por alguns amigos. Mordeu e comeu a Maçã que a bela e irresistível EVA lhe ofereceu.
Perdeu quase tudo nessa aventura mas o espírito continua lúcido e a ALMA perdoa todos os pecados dele e dos outros.
Este eterno caminhante, de "SANDÁLIAS" calçadas, ilumina com a sua presença os locais por onde passa. Alguns dizem, há muito, que está louco; Outros, nos quais me incluo, dirão: <« Faz-me lembrar uma borboleta...» de simples colorido e transparente que é.
-Não terá filhos?
... QUE se ORGULHEM DELE?

-COM ESTE ABRIR de ALMA-
O título com que baptizou a sua última crónica no jornal a RECONQUISTA e onde, com "requintes" de BONDADE, mais uma vez se situou nos outros como peças importantes no xadrez da sua VIDA. Deste artigo transcrevo um pequeno período, palavras que nos saltam à vista dum homem que sabe da sua missão.

« Minha MÃE dizia sempre que, eu não vim ao MUNDO para enriquecer mas para cumprir uma MISSÃO-ajudar os outros e fazê-los mais felizes.»
A BORBOLETA FREITAS, que não é a imagem de um NOVO BANCO, presenteou-nos com um dos mais profundos e lindos "ESCRITOS" a que alguma vez tive acesso.
Um recorte que descansa, algures, num dos meus preciosos diários da bela VIDA de PROFESSOR de Artes.
Fala do seu Cão que morreu,,, as palavras, a emoção e a bondade de um homem ímpar que hoje ,,,não está só. Continua com o coração intacto - de AMOR.
Livre de RANCORES ou de frustrações... 

E as FOTOS FORAM POSSÍVEIS-HOJE10 de DEZEMBRO de 2014 




O SOL ajudou ao AMBIENTE MÁGICO
da Foto SUPERIOR


A Morte do meu CÃO
«Meus amigos, há pessoas que não merecem uma lágrima quando morrem, mas há animais que merecem tudo».

Se há alguma coisa que me deixa irritado, é ver certas pessoas confundirem abóboras com pepinos, ou, pior do que isso, compararem o incomparável como meter no mesmo saco pessoas e animais. Se a pessoa tem um CÃO e lhe dá banho com frequência, faz as visitas de rotina ao veterinário para lhe dar as vacinas e ver se está tudo bem, passeia o seu amigo pela trela, há sempre uma vizinha chungosa a dizer:-Os tipos tratam melhor o seu CÃO do que os filhos. Por outro lado se o CÃO é corpulento e faz uma asneira e o dono lhe prega dois pontapés no rabo, a mesma vizinha diz que o dono é um traste, sem sentimentos nem sensibilidade. E tudo acaba com a velha história do velho, o rapaz e o burro.
  Eu nunca gostei de animais, nem plantas de interior. Tudo ao contrário da minha mulher e filhos. Todavia, quando vivi numa casa de renda que é uma vivenda, na Avenida Infante Sagres, um dia cheguei a casa e tinha um cachorrinho que era traçado de pequinois com um rafeiro. Apaixonei-me logo pelo bicho que era lindo de morrer, muito meiguinho e simpático. Durante alguns dias tivemos que gramar alguns chichis e cocós, mas rapidamente o bicharoco aprendeu que isso era para se fazer na rua e então punha-se à porta a pedir para sair. Como tínhamos um quintal enorme ele lá ia , fazer o serviço e brincar com as BORBOLETAS e bichinhos de conta. Mais tarde começou a aventurar-se mais e a sair do portão através das grades largas e ia para a relva das traseiras do prédio dos emblemas esfregar as patas e brincar com outros cães.
 Quando mudei para um sexto andar na Carapalha, pensei que a coisa ia ser mais complicada, mas não.Punha-se o fadista na rua e ele ia à Quinta do Dr Beirão visitar o cão do meu Amigo e segundo pai, Senhor Machado Pires, depois ia para o Monte do Índio apresentar cumprimentos ao cãozinho do meu colega Mário Barros e finalmente punha-se na praceta Miguel Torga, a namorar uma cadelinha que era a sua grande paixão. Quando tinha fome ou sede voltava à Carapalha sempre a atravessar nas passadeiras e pedia ao André, Segurança na Direcção Geral da Viação para o meter em casa. O André prestável como sempre, abria a porta, chamava o elevador, e metia-o lá dentro, marcava o seis e ele quando chegava à porta dava um latido mais forte e a gente ia abrir-lhe a porta.
  Os cães do tipo dele, duram em média nove anos e este já tinha onze. Comecei então a esperar o pior. Fui com a minha mulher a Lisboa e à chegada ele estava com demasiados movimentos respiratórios, olhos fechados, orelhas para trás, boca encerrada e eu vi logo que era o fim. No domingo, depois do almoço eu e a Teresa adormecemos profundamente devido ao cansaço da véspera e não demos conta do cão. Acordei com um mau pressentimento. Fui dar com ele morto em cima da cama da Joana, com a cabeça apoiada rigorosamente no sítio onde a Joana põe a dela.
DESATEI A CHORAR LÁGRIMAS GRANDES, GORDAS E DESGOVERNADAS COMO UM RIBEIRO QUE SAI DO LEITO.. Felizmente, os filhos estavam para São Pedro do Sul, a visitar uns amigos. Dei a notícia por telemóvel para eles fazerem o berreiro por lá. Fui então acordar a Teresa disse-lhe que o seu companheiro de todas as horas, estava morto no quarto da Joana. Não havia fezes nem sangue nem urina.
Apenas uma ligeira baba. A minha mulher passou-se. Pegou nele ao colo e andou pela casa a chorar como uma perdida. Eu nessa altura já estava com um choro convulsivo e depois desatei a berrar como uma carpideira. Sem saber o que fazer liguei para a PSP e o graduado de serviço. Meu Amigo André disse que trataria de sepultar o animal e mandaria cá o carro patrulha a vir buscá-lo. Então a Teresa amortalhou-o amorosamente no lençol da Joana, meteu-o dentro da alcofinha onde dormia e colocou ao lado dele o seu boneco de peluche favorito.
 Quando a polícia chegou fui à porta gritar-ADEUS ABEL! Quando os filhos chegaram foi outro drama. O meu filho Francisco abraçou-me a chorar e disse:- Eu AMO-TE TANTO! És o melhor pai do MUNDO porque nunca gostaste de animais mas permitiste ter um cão que preencheu a minha infância e a minha adolescência. Dias depois fui aos mármores encomendar duas placas com o nome dele-ABEL. Uma com letras pretas para colocar na sepultura e outra com letras douradas para  o recordarmos em casa.
«Meus amigos, há pessoas que não merecem uma lágrima quando morrem, mas há animais que merecem tudo».
16 de Novembro de 2006«in jornal a RECONQUISTA» 


Dele

Se eu FOSSE MESMO MUITO TONTO vestia-me como um VENEZUELANO RICO, cheio de BRILHANTINA nos fartos CABELOS postiços e com jóias prateadas no pescoço... e Só comeria maçãs. 
E, de tão importante que era, seria solicitado pela TVI para ser entrevistado pela JS no seu regresso "TRIUNFAL". E Ela faria muitas perguntas... todas sobre MAÇÃS. 
Porque do resto pouco sei...




 Estas coisas (ainda) são BOAS!

Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...
Todos os DOUTORES FREITAS da Silva.
As Borboletas que não são Banqueiras. 





..................................Um Tributo ao Doutor GUITANA.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ESTA VIDA KERIDA




LUZ Esperança e RENOVAÇÃO

O BRILHO  em todas as células do CORPO RENASCIDO
Os dias sucedem-se
Vagarosamente
Lentamente 
Escorrendo
Dormentemente
Pelo meu olhar
Que anseia alcançar
O que a vida toda 
Me prometeu dar
Esperar
Aguardar
Esperar
Dormir
Acordar
Olhar 
Pensar
Fazer
Olhar
Pensar
Dormir
Acordar
A vida toda a brilhar no meu OlhaR...




Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!

Pablo Neruda