BY (K)ULTURE 4 RESPEITO> OS PÓS-MODERNISTAS ontem e os de HOJE
o COCIOLO
O CAFÉ DO SÓDÓ
MESTRE JACINTO E PÉPEZINHO
«arqueologia SOCIAL»
O DOM DA (IM)PACIÊNCIA.
«POVO QUE LAVAS NO RIO QUE TALHAS COM O TEU MACHADO AS TÁBUAS DO "TEU" CAIXÃO»
COMISSÃO DE INQUÉRITO
... 8 DE JUNHO ÀS 09.23 HORAS COLHI OS PRIMEIROS DOIS TOMATES (SEMEADOS NO DIA 03 DE FEVEREIRO> ESPEREI SEIS MESES por este milagre.SANTA A PACIÊNCIA.
ONTEM 07 DE JUNHO FOI DECLARADA A PRIMEIRA BIRRA (CLÁSSICA) GREVE DOS PROFESSORES EM OUTUBRO> OUTUBRO DE 2017-OUT DE 2018-OUT DE 2019-OUT DE 2020-OUT DE 2021 -OUT DE 2022 E OUTRO OUTUBRO DE 2023. NÃO HÁ PLANIFICAÇÃO E CORAÇÃO QUE AGUENTE TANTA REPETIÇÃO EM DEFESA DO TÃO BADALADO RESPEITO.A (K)VLTURA e a ES(K)OLA
NOVAMENTE A GREVE E A LUTA
---
novamente importância zero do ser humano no mundo actual.
Há 3 dias que estava no areal, foi confundido com uma boneca de plástico
Corpo de criança sem cabeça encontrado numa praia em Espanha
Criança teria entre
dois a três anos e autoridades acreditam que o corpo terá estado no mar
antes de ser encontrado numa praia. Pode ter morrido num naufrágio de
barcos de migrantes no Mediterrâneo.
A CULTURA a MASSIFICAÇÃO e o RUÍDO
O MUNDO ESTÁ EM GREVE E EM LUTA,,,as GERAÇÕES da CONTEMPORANIEDADE instaladas em MILHARES DE FESTIVAIS DE MÚSICA COM os COVÕES A « DAR-LHE RUÍDO AOS CONTENTORES». Paralelamente a esta vida-ficção existe uma realidade duríssima a encurtar-nos a esperança .
DESTA FORMA E cheio de duvidas que os "NOGUEIRAS" e os grandes estadistas do momento leiam as minhas dores E TAMBÉM OS ENSINAMENTOS DOS TAIS 2 TOMATES. (...)SEIS MESES É OBRA,,, O TEMPO DA NATUREZA.
Existe um tempo na NATUREZA. Quem não o respeitar terá problemas.
«QUEM NÃO SE DÁ AO RESPEITO tem os DIAS CONTADOS».
E
nos Arcos? Como era o ambiente cultural, no café do Sodó, no tempo em
que eu e o Álvaro aí vivíamos? Falta de “massa no bolso”, certamente
havia muita, mas massificação NÃO! Encontramos resposta a esta e outras
perguntas, no seu baú de recordações .
CULTURA e PESSOAS
CULTURA e CONTRA-CULTURA
«Não, não nasci na era digital. Fiz parte de uma geração em que os
rapazes se inpiravam na maneira de vestir de 4 jovens que integravam uma banda
musical “ The Beatles”. Usavam a barba e cabelo grande, eram muito criticados
pelos mais velhos que não aderiram à contra-cultura, pois achavam que aquela
gadelha toda era pouco higiénica. Utilizavam calças à boca de sino e camisas
tingidas com cores muito brilhantes. Nós, as meninas passámos a usar
minissaias, calças de ganga, camisas sem gola… Enfim marcámos uma geração que lia livros
requisitados a uma biblioteca itinerante (Gulbenkian) conduzida pelo senhor
Caramelo que se deslocava aos Arcos uma vez por mês, e que funcionava como uma
espécie de sala de convívio entre novos e velhos (os pouco que sabiam ler). As
mulheres essas preferiam ouvir a rádio (telefonia), sintonizada na emissora nacional, para se deliciarem com o folhetim da “Sempre
Maria”, ficavam com os olhos inchados de tanto chorar por causa da
protagonista, mãe do Toni e mãe solteira. Sim fiz parte duma geração que já
dava sinais de recusa de alguns valores e moral
e pela defesa da paz e amor universais. Amávamos a natureza.
Todos sabemos que a importância das coisas é
relativa. O que para mim é importante poderá não ser para muita gente e
vice-versa. É por isso que há fenómenos em massa em que só reparo em última
instância. Quer isto dizer que não habito o mesmo planeta? Não. Quer
dizer que andei ocupada a trilhar outros caminhos, distraída daqueles que, às
vezes em larga escala, se vão gizando na realidade paralela que me rodeia,
procurando pôr-me a salvo das “contaminações em massa”. Lidando diariamente com
a nossa juventude é evidente que não posso ficar completamente isolada dos
grandes fenómenos populares contemporâneos e por vezes fico boquiaberta com os
milhares de visualizações que têm certos vídeos que colocam na internet.
Percebi com eles que certos artistas são maioritariamente um fenómeno entre o publico juvenil. Por
vezes falam-me de artistas e músicas que nunca ouvi.»Natividade A CAIXA do CONHECIMENTO//TODOS NÓS!
Que exigências e desafios tinham estes nossos antepassados que nos deixaram como herança o "conhecimento do RESPEITO".
O SÓDÓ também "ÉPRAQUIXAMADO" POIS PACIÊNCIA NÃO TINHA NENHUMA e MERECEU-NOS SEMPRE ATENÇÃO.
Antes de me "INSTALAR"em frente da montra e com a cabeça bem levantada conto pelos dedos procurando descortinar o número de sonhos que enchiam por inteiro aquele cérebro pequenino, o meu e os dos outros gaiatos das mesas da frente. A fuga do desespero, estes GAIATOS tinham uma vida difícil a porrada foi uma constante, banalizou-se sem direitoa retaliação. O Rossio e as ruas estavam iluminadas NOITES-DIAS. O milagre das varinhas das gentes da ´»COMPANHIA«. o "PELADO da Tidurica" um ás a subir escadas. A "CAIXA-MÁGICA"tinha chegado à freguesia, na Casa do Povo, nos Cafés (do Ameixa e Sódó) e na Madeirinha. Entre o abrir e o fechar (com músicas que ainda perduram nas memórias) existia um imenso CIRCO, onde todos nós gaiatos , GRANDES e idosos se vestiam de Cow-Boys,Índios, Tarzans, Palhaços e Marionetes. Os mundiais de Hóquei em Patins( Livramento- Casimiro- Rendeiro- Fernando Adrião e Chana)- o Mundial de Futebol de 1966(carvalho- germano-Hilário-Peres-Simões-José Agusto-Jaime Graça-Eusébio e Torres)- Os Vingadores Joh Steed e Tara King. David Jassen »THE FUGITIVE« no papel de Richard Kimbler perseguindo o Maneta.
António Calvário- António Mourão-Simone de Oliveira-Tonicha-Madalena Iglésias- Fernado Pessa -Fialho Gouveia-Raul Solnado-Carlos Cruz-Badaró- Costa do Castelo-Charlot-Bucha Estica-Gabriela é meu camarada- eu nasci assim eu sou memu assim Gabriela... eu nasci Gabriela.Lucélia Santos »Escrava Isaura«Engenheiro Sousa Veloso e o »TV Rural«Artur Agostinho . Pasta Medicinal COUTO e os seus dentes ficarão eternamente brancos.De colónia é o leite que você deve usar.
Leite de Colónia para a beleza realçar.
BIC laranja, BIC cristal
Cevada, chicória e centeio é a sua composição
Brasa é a bebida que aquece o coração.
Diz o avô e diz o bebé
OMO LAVA MAIS BRANCO
...NOS QUERÍAMOS SER ELES e ELAS.HOJE DETESTO SER COMO ALGUÉM e desligo-a para não enlouquecer de tanto RUÍDO
Natividade em que ficamos ?' VAMOS NESSA !? na procura da PAZ no CAFÉ do SÓDO.
PERSONAGENS da MINHA RUA
O CAFÉ do
SÓDÓ
PEDIMOS DESCULPA pla INTERRUPÇÃO
O PROGRAMA SEGUE dentro de MOMENTOS
UM
ARTIGO RECUPERADO
Uma HOMENAGEM ao HOMEM à FAMÍLIA e às RECORDAÇÕES que permanecem em TODOS NÓS.
SÓDÓ- Ana Maria e Sra. Joaninha
Estas
memórias são muito antigas. Têm, cerca sessenta anos que na mancha do tempo é um grão de trigo numa
imensa seara.
Pretende-se com a sua divulgação, registar sumariamente, alguns factos
curiosos que ajudem as diferentes gerações a entenderem a vida
do colectiva doZARCOS num PERÍODO de tempo que anda por volta dos anos 50,
60 e 70.
Porque a História de uma localidade não é propriedade exclusiva de
POLÍTICOS ou ADMINISTRATIVOS, mas sim - também - das vivências entre
pessoas. Do seu quotidiano de comportamentos, a que se poderá chamar,
talvez, “arqueologia social”.
Os
CAFÉS começaram a aparecer nos anos cinquenta nas localidades e foi uma
evolução em relação às tabernas, estas sim locais um pouco mais
“OBSCUROS” onde se vendia vinho, tabaco e muitas delas vendiam também
petróleo e carvão (como referido na carta 13).
Estes
novos locais apareceram com a inovação de alargar a clientela às
gerações mais novas e ofereciam uma série de produtos que não existiam
nas tabernas, BOLOS, GAROTOS, CAFÉ e cerveja. O VINHO não era uma
escolha frequente num CAFÉ.
Este
CAFÉ a que o tempo denominou: – CAFÉ do SÓDÓ, foi um desses locais
magníficos que vieram revolucionar a vida em comunidade da nossa
localidade.
A Época de ouro dos cafés transportou consigo uma ALIADA de PESO:- O aparecimento da TELEVISÃO por volta de 1957.
Não
sou a pessoa certa para referir todos os dados históricos que
estruturaram este local, poderei mais uma vez referir-me sobre coisas
que vivi ou fui ouvinte. Um ESPAÇO muito MODERNO e com uma dimensão
superior às tabernas que o POVO estava habituado. Se hoje, as
paredes da CARPINTARIA do Torres pudessem falar, contariam histórias sem
fim, de pessoas e factos…de risos, odores e SONHOS. O CAFÉ do SÓDÓ,
um lugar de SONHO sem qualquer tipo de PESADELO à mistura. Haviam dias e
momentos especiais. Sábados à noite e DOMINGOS à tarde, assim como as
quintas-feiras das touradas.
Januário Banha-Carapau-?-Marido da Cremilde irmão do Blé-Varandinhas-SóDÓ e BILHO irmão do sapateiro
Mas
recordar este local é paralelamente escrever sobre a história da
TELEVISÃO. O SÓDÓ ou Sr. MATOS, Penso que MATOS vinha da DONA JOANINHA,
( ouvi o meu PAI referir-se a ele por este apelido). O HOMEM a ALMA daquele
espaço. Nem crianças nem adultos tinham a vida muito facilitada no
relacionamento com este nosso conterrâneo; de trato difícil mas com bom coração , tinha
DIAS…como a voz do POVO dizia. Apetece-me hoje sorrir sobre a imagem
que construo na minha mente trazida do fundo dos tempos. O SÓDÓ foi tão
especial e diferente de todos os outros comerciantes do ramo, esta
diferença era clara na ATITUDE perante a casa a rebentar pelas costuras,
O QUE ACONTECIA MUITAS VEZES///quase sempre pois os novos modernos teriam que frequentar o café CENTRAL da Rua Nova.. O NERVOSISMO CHATEAVA-SE A SÉRIO, uma constante quando via
a casa cheia, as pessoas continuavam a entrar mesmo sem o bendito lugar
nas mesas de 4 cadeiras. O Ecrã mágico e a inovadora forma de convívio
que mais não era que a evolução cultural trazida pela TELEVISÃO fazia das suas-no canto do fundo esquerdo aglomeravam-se em monte os que não tinham lugar nas mesas.
Nós
crianças éramos normalmente corridos nos dias de maior azáfama, os
dias ou noites que o SÓDÓ coçava cabeça. Já sabíamos que nesses momentos
tínhamos que estar alerta, vá de mergulharmos para debaixo das mesas da frente
quando conseguíamos cumplicidade dos adultos que lá estavam sentados.
Nos sábados à noite, e nos domingos à tarde era a romaria generalizada de
famílias e vizinhanças para assistirem aos programas recreativos, a
troco de “uma despesa” em bicas e bolos. A “gentalha miúda” aparecia em grande número, o proprietário fazia a sua selecção, deixando
permanecer no local apenas aqueles que mostravam as respectivas moedas
para adquirirem um refrigerante, amendoins ou os tradicionais “cinco tostões” de rebuçados.
Ehhhhhhhhh! ehhhhh! (RIO-ME COM ORGULHO de TER VIVENCIADO todos estes ACONTECIMENTOS)juro que foi verdade esta passagem de revista tal pelotão em fila duma tropa em decadência. > MOSTRA SE TENS DINHEIRO!
Os outros, eram “postos na rua”,espreitando pela ombreira, de semblante triste ou revoltado, invejando os eleitos pela sorte ou virtude de possuírem na mão bem apertadinha os abençoados e polidos 5 tostões.
Festivais
da Canção, transmissões de Fátima, discursos políticos importantes,
filmes da noite de cinema, e, sobretudo, jogos de futebol em directo,
enchiam o CAFÉ “ faziam-no rebentar p´las costuras”. Ainda hoje muitos se recordam das
pequenas multidões que se juntavam à porta do “CAFÉ do SÓDÓ”. Sem lugar
no seu interior, as pessoas iam-se amontoando da entrada até ao meio da
rua, espreitando em bicos de pés, para o canto onde o receptor estava
instalado.
A TELEVISÃO
A
“FAUNA” VARIADA, PACIENTE contrastava com a TRAGÉDIA que HABITAVA a CABEÇA do PROPRIETÁRIO, Dona Joaninha , meiga acalmava a "FERA". Neste sussurro geral passavam-se noites fantásticas
de conversas, jogos de cartas (haviam umas horas determinadas para este
jogo). O Mestre Jacinto teve um lugar cativo no café até ao fim da sua
vida.
Outro dos factos engraçados que tenho obrigatoriamente que
referir, não posso deixar em claro- refere-se ao PÉPEZINHO tão amado pela gaiatagem , estando havia festa no meio do "ARRAIAL". Este senhor soletrava em voz alta as
legendas dos filmes, era a risada geral. Silêncio atento dos
presentes. Alguém perdia as estribeiras e ordenava ao homem que se calasse , este não muito
contente ripostava e tudo voltava ao ao normal.
Meia hora depois e se o filme ainda não tivesse terminado, o fantástico PÉPEZINHO voltava á carga e novamente em voz alta tentava desenrrascar-se com as legendas do filme. E tudo se repetia.
PXIUUUUUUUUU!
-CALA-TE PORRA!!
(GARGALHADA GERAL e o SÓDÓ a COÇAR a CABEÇA) . O PÉPEZINHO foi o espetáculo indispensável(QUE AINDA PERDURA NO MELHOR das MINHAS MEMÓRIAS) dentro
deste espaço quente de calor humano. Um dos "HABITANTES" QUE ficou ETERNIZADO nas MINHAS MEMÓRIAS ele e o MESTRE JACINTO
« PALAVRAS de FILHO CARLINHOS o POETA//Geração 10 anos depois>Retenho
ainda em mente a criança que, pela mão do pai, ia ao café do Sódó.
Para a criança que observava o despertar do mundo, era um privilégio
sair á noite e ir ao café do Sódó onde se reuniam os mais graúdos e
discutiam os temas da atualidade e sobretudo as novidades dos "Zarcos".
Era ali que tudo se sabia... de todos!
Era ali que as novidades chegavam em primeira mão... fresquinhas... e
sobretudo era ali que se debatia os assuntos mais badalados nos
"Zarcos".
Também era ali, depois do café, que se lia o jornal com as novidades do
país... e sobretudo da bola!
Sim... da bola!... e não era só do Arcoense!
O jornal da Bola era o mais solicitado e se o Silva... (o Pépezinho
-porque todos sabiam que o Silva era filho ilegítimo do Pépé) era o
primeiro a apanhar o jornal... ai... a espera era longa... enquanto não
lia de uma ponta à outra (em voz alta!) todas as notícias do Benfica...
não o passava a ninguém!
Depois de toda a conversa ficar em dia vinha a parte da "diversão":
Escolhiam-se os parceiros mais "espertos" para a sueca... sim, porque
ali ninguém gostava de perder e o jogo era sempre a doer... no final o
par que perdia tinha que "encostar a barriga ao balcão" para pagar a
despesa do jogo... a cervejinha!
Era ver os que ganhavam a soltar risadas enaltecendo os louros da
façanha...
Ali ganhar era sinónimo de "esperteza" e "sabedoria"!...
Os que perdiam, lá tinham que se calar... mais doloroso, ter que
pagar.... e esperar por melhor sorte da próxima vez!
A clientela era tanta que no fim de semana chegavam a ser 4 ou 5 cinco
mesas nos escaldantes serões de verão.
Havia os que optavam pelo jogo das damas... menos concorrido, mas
igualmente muito disputado.
Os pequenotes, como eu, limitavam-se a observar... mas apenas por algum
tempo.
Logo saiam para a rua para vir brincar e desfrutar com os que aquela
hora tinham o privilégio de poder sair à noite.
Passado algum tempo, lá ouvia a voz do meu pai...
"Carlos, vamos para casa!"
Estava na hora do regresso... no dia seguinte era preciso levantar
cedo!
O meu pai ía para o trabalho nas pedreiras da Lusobelga e eu para a
escola primária... ali mesmo ao lado. Era só saltar o muro!»
. Assim como o JANUÁRIO BANHA com o seu CACHIMBO e SEMPRE, SEMPRE com um jornal atrasado (dobrado) debaixo do braço.
A gaiatagem sonhava com o dia que seriamos chamados para «SERVIR à MESA no CAFÉ do Sódó»emprego fino e que nos transformava em ESTRELAS. Poucos se gabaram de
tal emprego. Relembro o filho do MILEU e depois o CHICO da LEBRE nosso querido companheiro das passeatas ao Bizarra com a vasilha para o "lêti", este para os garotos, bebida modernaça da época (mistura de leite com o pouco de café). Evoco
também aqui a personalidade elegante e simpática que foi o SR. Matos de
camisa branca, PAI da Dona Joaninha. Recordo pela
positiva os bolos fintos da montra do balcão, os “papsecos com batatas
fritas” servidos nos domingos à tarde e que ia-mos comprar à cozinha.
Recordo o espaço interior (PRIVADO) onde os grupos se reuniam em
petiscos e no VERÃO a esplanada elevada virada para casa do Povo onde os
rapazes bebiam a imperial, esta bebida mais uma das inovações nos Cafés
da Aldeia.
(Tenho a certeza que fui a personagem principal de algum «malfeito» . Pois o Sódó tinha-me debaixo de olho apontava-me o dedo da saída sempre que eu enfiava a cabeça pela porta. Muitas vezes o fintei mergulhando debaixo de uma das duas mesas centrais . Mas sabia que o meu tempo e o desfecho-final teria que acontecer um dia.
Numa tarde de domingo quente, na televisão «...estava a a dar!» o ROY ROGERS, eu concentrado, deixei de ter debaixo de olho o pai da Ana Maria e eis que me aparece pela porta com uma vara de marmeleiro , cercado passei como um raio entre ele e a ombreira, sem antes levar uma varada nas pernas- tinha feito alguma , penso que à filha. Conseguiu encurralar-me.
Continuei a ser um assíduo frequentador das partes debaixo das mesas, não existia lugar a ódios ou desistências. A caixa mágica fazia-nos sonhar e arriscar a pele.
Sr.
Matos-Chico da LEBRE-Cabaço Madeirinho- Massano?-Barroso-Lola-Pinto-Quim do
António V´CENTE?-Zé António irmão do Quim das JEJETÊRAS filhos do João
do Cató-Helder e Quináia.
Anos 60
Evoco a beleza da Ana Maria, sua filha e por quem ele tinha uma PAIXÃO
desmedida como Pai, mas, recordo principalmente um homem especial, com a
mente cheia de ideias e necessidades de concretização dos projectos
desenhados em cada momento, um mecânico de bicicletas e COCCIOLOS. Proprietário de um, com o qual brilhava nos SÁBADOS pela manhã cedo nas passagens pelo ROSSIO a caminho do MERCADO de ESTREMOZ.
A falta de Paz, o desespero de ter as mesas do CAFÉ cheias. A Paixão que tinha pelos CUCCIOLOS, os motores e as
engrenagens das bicicletas eram o escape para sobreviver a uma vida
cheia de DÚVIDAS, muito típica dos inventores e engenhocas.
O
Sódó foi um desses seres extraordinários que impulsionam as sociedades. Os seus
horizontes ficaram delimitados por vivências de um mundo que estava a
desabrochar, o seu espírito vivia numa dimensão mais elevada. Por esses
motivos a sua insatisfação permanente.E o DESESPERO de FACTURAR com a CASA CHEIA.
TRIBUTO MERECIDO ao Sr. MATOS ou Sr. Cabacinho. Melhor assim(!)A história
agradece Sr. Sódó pelas
riquezas e memórias que preencheram e ainda
preenchem o imaginário de
todos os seres humanos da minha geração.
QUEM SOIS HOJE? QUEM SOIS GERAÇÃO DOS PÓS-MODERNOS do Século XXI.
O QUE QUEREIS da VIDA ? ALÉM da MÚSICA, DOS TELEMÓVEIS, da BOLA e da BOA VIDA.
QUEM SOIS GERAÇÕES dos FILHOS NETOS e BISNETOS desta GENTE-frequentadores das quentes e calorosas noites do CAFÉ do SÓDÓ... e como o QUEREIS ???
>O FUTURO?esta imensa roleta-russa de tiros nos pés.