Crónicas da RUA NOVA
Antes de ir à BUSCA de mais uma PERSONAGEM perdida e agora RECUPERADA neste canto da TERRA, vou numa PINCELADA de TRISTEZA RECORDAR mais um que se FOI.
Recebi a notícia ontem 21 /05. MORREU JOÃO CATRÓIA o "CATROIA" filho da LUZIA e do VELHO ZINA.Para quem não se lembra recordo que os CATRÓIAS moravam na casa mais pequena e POBRE do "CORMIAL" era a casa de esquina e do lado esquerdo quando nos dirigíamos para a fonte dos SAPOS. CATRÓIA foi mais um dos "GUERREIROS da minha GERAÇÃO o RAPAZ do cabelo LISO, negro e escorrido invariavelmente com o risco da marrafa bem marcado, dele tenho as fotos de muitas AVENTURAS , no BAÚ das minhas recordações a cordialidade deste rapaz que cresceu CONNOSCO, catróia também estava em todas as brincadeiras o PAI de difíceis relações fazia-lhe a vida negra e obrigava-o a trabalhar, quem não se lembra do velho ZINA de chapéu preto enfiado pela cabeça num SUSSURRAR dos dias caminhava solitário na vida. Catróia MORREU, CATRÓIA fica presente neste espaço numa pincelada de tristeza.
Há meia dúzia de anos que estive com ele trabalhava como coveiro no cemitério de ESTREMOZ, estava descontente com a profissão dizia ele que não tinha estômago para actividade tão difícil foi a última vez que o vi. Até SEMPRE AMIGO
CATRÓIAAAAAAAA!
Florinda Joana Morgado Pernas
13/11/1936
Manuel Domingos Pernas
Out/1930
+8/12/1987
Os meus vizinhos do lado esquerdo acompanharam toda a minha meninice e ADOLESCÊNCIA- Os CRUJOS eram de certa forma também uma FAMÍLIA especial e por esse motivo também são dignos de constar e de serem evidenciados neste ESPAÇO.
Eram pessoas pacatas e de convívio regrado, ainda hoje a Ti Florinda mantêm essa forma silenciosa de levar a VIDA.
O PERNAS que veio do "XPINHEIRO" para o ZARCOS foi sempre um HOMEM de "ENCHER o OLHO" como se dizia naqueles tempos , DESTACO a sua elegância e o aspecto de Marialva. Como os proprietários das terras caminhava direito de SILHUETA onde nem as moscas podiam poisar. Típico os seus chapéus pequenos no alto da cabeça e calças apertadas em baixo...invariavelmente calçava de Verão e de Inverno BOTAS de MONTAR. Refiro que não sabia muito bem (nem Mal) qual era a sua profissão mas acho que estava relacionada com as mulas e os MACHOS. O seu carro, um dos poucos da rua NOVA, estava quase sempre estacionado à sua PORTA.
Era um HOMEM amante dos COPOS e é nesse campo que retenho a sua imagem. todos os dias e quase sempre no verão via o PERNAS com um naco de Pão enorme, assim como era o bocado de toucinho que levava em cima. Numa só mão e com o dedo a apertar um dente de ALHO sobreposto naquele pitéu. O caminho de tantas tardes só tinha um sentido:-ADEGA do Tólho.
O Pernas Marialva
Anos 60
Pernas o MARIALVA foi um AMANTE da BELA-VIDA...deixou-nos de meia idade e também nos deixou a FÁTIMA , uma rapariga de longos cabelos e tímida. uma amiga que cresceu connosco GAIATOS da RUA NOVA... com quem BRINQUEI muito às cazinhas-engraçado recordar coisas tão simples, mas no terreno fronteiro à sua casa estavam no chão uns PEITORIS de mármore era aí que limpávamos e varríamos . A Casa da Brincar era também a casa construção de sonhos dos GAIATOS das ALDEIAS na preparação para uma VIDA que nem no inconsciente Habitava.
1?-2?-Crujo e Zézadas, anos 50
Pila-Crujo-Capitão e João do Xtradinha (anos 50)
1?-2?-Crujo e Zézadas, anos 50
crujo com família e vizinhos, "xpinheiro"-anos50
Joquim Zé do Paixão-Crujo- Manél do Chinês
Anos 50, fins
Crujo com GARRAFÃO ao centro com pessoal da Frandina
Anos 50, fins ou princípio de 60
Hoje RENASCE este artigo, mais um dos perdidos...mais completo porém, com novas FOTOS-VELHAS desta figura LENDÁRIA o PERNAS o meu QUERIDO VIZINHO MARIALVA que gostava de TOURADAS e imitava assumidamente os RICOS do ALENTEJO.
Que esteja em Paz.
Eu fico FELIZ de mais este artigo EVOCATIVO-ÚTIL.Não deixar esquecer + um NOME para a HISTÓRIA de uma terra que um dia terá uma nova identidade. Ficam as imagens e as palavras para não se esquecer o passado.
Eu fico FELIZ de mais este artigo EVOCATIVO-ÚTIL.Não deixar esquecer + um NOME para a HISTÓRIA de uma terra que um dia terá uma nova identidade. Ficam as imagens e as palavras para não se esquecer o passado.
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