RETALHOS
UMA HOMENAGEM pelos ZARCOS...
UMA HOMENAGEM pelos ZARCOS...
O DOUTOR CANELAS...
José Ferreira Prates Canelas
QUE?!
Poderia ser também chamado de :
-DOUTOR GUITANA
-DOUTOR FERNANDO NAMORA
-DOUTOR ASSIS e SANTOS
-DOUTOR ADOLFO ROCHA (Miguel Torga)
-Doutor Crujo
-Doutor Carvalho
-Dr.Afrânio
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Convém começar por dizer que O Doutor Canelas e todos os outro nomes da lista eram médicos. Médicos daqueles que já não existem.
-Doutor Crujo
-Doutor Carvalho
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Serras, veredas, atalhos,
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento
Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas
O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde
[refrão]
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste
E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade
Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina
Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento
Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas
O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde
[refrão]
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste
E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade
Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina
Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura
Retalhos Da Vida De Um Médico,
letra de Ary dos Santos
UM MÉDICO DE ALDEIA
O QUE FAZER QUANDO SOMOS CHAMADOS PARA ATENDER UM PACIENTE, EM UMA NOITE FRIA, NA NEVE, SEM ADEQUADA LOCOMOÇÃO?
TINHA QUE ARRANJAR ALGO, MAS PARECIA IMPOSSÍVEL.
MINHA EMPREGADA, ROSA, HAVIA RETORNADO SEM NADA CONSEGUIR.
ENTRAMOS NO ESTÁBULO E UM DESCONHECIDO COM DOIS CAVALOS NUMA CHARRETE OFERECE-ME AJUDA.
A EMPREGADA ASSUSTADA COM A PRESENÇA DO ESTRANHO, QUE DE MANEIRA VULGAR A CORTEJAVA, CORREU ASSUSTADA PARA DENTRO DE CASA, ENQUANTO, EU SUBINDO NA CONDUÇÃO, PARTIA INSTANTANEAMENTE PARA A CASA DO ENFERMO.
PERCEBI ADENTRANDO AO QUARTO QUE APARENTEMENTE, NADA DE ANORMAL ELE TINHA. MAS PEDIU-ME SUSSURRANDO QUE O DEIXA-SE MORRER.
A FAMÍLIA QUE EM TORNO DO LEITO AGUARDAVA MEU DIAGNÓSTICO.
LEMBREI-ME DE ROSA A EMPREGADA SOZINHA COM O ESTRANHO.
OS CAVALOS AGORA RELINCHAVAM COM SUAS CABEÇAS NA JANELA.
VOLTEI-ME AO RAPAZ QUE AGORA ME PARECIA NADA BEM, SEMPRE ESPERAVAM DE MIM O MÁXIMO ESFORÇO PARA NÃO DESAPONTA-LOS, MAS DESTA VEZ DECIDI IR EMBORA. COMO ESTARIA ROSA SOZINHA INDEFESA NA PRESENÇA DAQUELE HOMEM? MAS A FAMÍLIA IMPLOROU PARA QUE EU EXAMINASSE MAIS UMA VEZ O RAPAZ. DESTA VEZ REALMENTE OBSERVEI UMA PÚTRIDA FERIDA, NÃO TINHA MAIS O QUE FAZER, ELE ESTAVA A MORRER, MAS AGORA ME PEDINDO PARA SALVA-LO.
O RELATO NÃO AGRADOU A FAMÍLIA, QUE JUNTAMENTE COM OS VELHOS DA ALDEIA TIRARAM MINHAS ROUPAS COLOCANDO-ME NA CAMA JUNTAMENTE COM O MORIBUNDO AFASTANDO-SE DALI.
NA RUA CRIANÇAS CANTAROLAVAM VERSOS DESAGRADÁVEIS AO MEU RESPEITO.
O DOENTE DE NADA SE AGRADOU E EU TINHA QUE VOLTAR PARA CASA. PULEI A JANELA COM AS ROUPAS NA MÃO E SALTEI SOBRE UM DOS CAVALOS, QUE DESTA VEZ AVANÇAVAM LENTAMENTE.
IMPOTENTE, SOB MAU TEMPO, SOBRE CAVALOS SOBRENATURAIS, VAGUEIO PERDIDO, LONGE DE CASA, TRAÍDO POR MEUS PACIENTES DEIXANDO TUDO PARA TRÁS.
O QUE FAZER QUANDO SOMOS CHAMADOS PARA ATENDER UM PACIENTE, EM UMA NOITE FRIA, NA NEVE, SEM ADEQUADA LOCOMOÇÃO?
TINHA QUE ARRANJAR ALGO, MAS PARECIA IMPOSSÍVEL.
MINHA EMPREGADA, ROSA, HAVIA RETORNADO SEM NADA CONSEGUIR.
ENTRAMOS NO ESTÁBULO E UM DESCONHECIDO COM DOIS CAVALOS NUMA CHARRETE OFERECE-ME AJUDA.
A EMPREGADA ASSUSTADA COM A PRESENÇA DO ESTRANHO, QUE DE MANEIRA VULGAR A CORTEJAVA, CORREU ASSUSTADA PARA DENTRO DE CASA, ENQUANTO, EU SUBINDO NA CONDUÇÃO, PARTIA INSTANTANEAMENTE PARA A CASA DO ENFERMO.
PERCEBI ADENTRANDO AO QUARTO QUE APARENTEMENTE, NADA DE ANORMAL ELE TINHA. MAS PEDIU-ME SUSSURRANDO QUE O DEIXA-SE MORRER.
A FAMÍLIA QUE EM TORNO DO LEITO AGUARDAVA MEU DIAGNÓSTICO.
LEMBREI-ME DE ROSA A EMPREGADA SOZINHA COM O ESTRANHO.
OS CAVALOS AGORA RELINCHAVAM COM SUAS CABEÇAS NA JANELA.
VOLTEI-ME AO RAPAZ QUE AGORA ME PARECIA NADA BEM, SEMPRE ESPERAVAM DE MIM O MÁXIMO ESFORÇO PARA NÃO DESAPONTA-LOS, MAS DESTA VEZ DECIDI IR EMBORA. COMO ESTARIA ROSA SOZINHA INDEFESA NA PRESENÇA DAQUELE HOMEM? MAS A FAMÍLIA IMPLOROU PARA QUE EU EXAMINASSE MAIS UMA VEZ O RAPAZ. DESTA VEZ REALMENTE OBSERVEI UMA PÚTRIDA FERIDA, NÃO TINHA MAIS O QUE FAZER, ELE ESTAVA A MORRER, MAS AGORA ME PEDINDO PARA SALVA-LO.
O RELATO NÃO AGRADOU A FAMÍLIA, QUE JUNTAMENTE COM OS VELHOS DA ALDEIA TIRARAM MINHAS ROUPAS COLOCANDO-ME NA CAMA JUNTAMENTE COM O MORIBUNDO AFASTANDO-SE DALI.
NA RUA CRIANÇAS CANTAROLAVAM VERSOS DESAGRADÁVEIS AO MEU RESPEITO.
O DOENTE DE NADA SE AGRADOU E EU TINHA QUE VOLTAR PARA CASA. PULEI A JANELA COM AS ROUPAS NA MÃO E SALTEI SOBRE UM DOS CAVALOS, QUE DESTA VEZ AVANÇAVAM LENTAMENTE.
IMPOTENTE, SOB MAU TEMPO, SOBRE CAVALOS SOBRENATURAIS, VAGUEIO PERDIDO, LONGE DE CASA, TRAÍDO POR MEUS PACIENTES DEIXANDO TUDO PARA TRÁS.
Memórias
...ainda presentes, nas crianças de ANTIGAMENTE.Sim, foi anos 50. Dava consultas na antiga Casa do Povo e viveu durante uns anos em casa da minha tia Bernardina e mais tarde trouxe a mulher e os filhos e arrendou uma casa na Cerina. Não sei dizer mais nada. Fiquei só com a ideia que todos gostavam dele. O contacto com ele manteve-se durante alguns anos. Recordo-me de o Grupo de Teatro da altura ir actuar a Cabeção e ele receber em sua casa, com grande festa o elementos do Grupo.
Os médicos que passaram pela freguesia. Por uma razão ou por outra fazem parte das nossas vivências. Para mim são obvias porque lidei com eles de muito perto. Todos eles viveram sempre ou parte da sua estadia nos Arcos , em casa da minha tia Bernardina, mãe do Zé Maideia. Foram o Dr.Crujo que saíu de lá para casar com uma prima nossa., a seguir o Dr.Canelas que levou com ele uma excursão quando resolveu regressar à sua terra - Cabeção - Tenho fotografias que te vou enviar para a semana. Estão em molduras na casa da minha mãe - o Dr.Carvalho que casou com outra prima nossa, irmã da que casou com o Dr.Crujo. Este morreu em Angola num acidente de aviação quando o obrigaram a cumprir o Serviço militar, o Dr. Guitana de quem tu já falas e nas férias deste o Dr.Afrânio que por ser um dos últimos e ser muito jovem me marcou mais. Gostava muito de brincar comigo à Sardinha e eu por fim já não achava grande piada porque me deixava as mãos a arder!
Gratidão
A gratidão é a nossa maneira de dizermos a todas as situações: "Bem-vinda! Tenho estado à tua espera! Obrigada por estares aqui para me ajudares a aprender e a crescer."
Ficamos sempre mais fortes, mais sábios e mais cheios de poder apaziguador quando enfrentamos cada uma das lições da vida. A gratidão demonstra a nós e ao Universo que confiamos na lei do Espírito de causa e efeito. Enfrentamos sem medo cada situação com a certeza de que ela é meramente um efeito dos nossos pensamentos.
O POVO dos ARCOS, os nossos PAIS e AVÓS estiveram em peso na homenagem a este grande vulto da Medicina PRIMITIVA, (grande HUMANISTA) praticada na dureza de uma vida pobre, sem recursos. Estes médicos não se deslocavam de BMW, não eram uma classe privilegiada, tinham sempre uma palavra de amor e concórdia com os seus pacientes. Estavam sempre presentes com um sorriso e uma palavra amiga. Viviam lado a lado com o POVO que tentavam curar com as ferramentas primitivas de um mundo sem estruturas de qualquer espécie e cheio de... falta de tudo.
O Povo disse:-PRESENTEEEEE!
Os nossos PAIS estiveram lá todos!
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3 - João do Cató
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5 - Parece-me o Manel Baineta
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7 - Joaquim d´Avó (marido da minha tia Bernardina-Pai do Zé Maideia)
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11 - Amaro Morgado (irmão da minha avó Ludovina. Era teu vizinho, vivia mno Colmeal). Foi couveiro e tratava do tanque)
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14 - Joaquim Lúcio Pecoxinho
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16 - Chico da Cornela (?)
17 - Borreguinha Branca
18 - É o teu pai
19 - Outro Baineta, RODRIGUES o caçador
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21 -?
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23 - ?
24 - ?
25- ?
26- ?
27 - Manel do Chinês
28 - Ferrador
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30 - Amaro do Raspote
31 - Velho Zé Paixão
32 - Velho Raspote
33 - ?
34 - ?
35 - Chico do Fudrico
36 - Parece-me o Inácio do Melguinhas
37 - Leonel Gato
38 - Lucília
39 - Manel Ameixa
40 - Joaquim Gomes (um dos caga)
41 - Parece-me o António do Arrobas
42 - Dr. Canelas
43 - Pai do Dr.Canelas
44 - Fátima Borralho
45 - Um miúdo de Cabeção que achou por bem ficar na fotografia
46 - Bernardina Borralho
47 - ?
48 - ?
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