Dos PROFESSORES
TAMBÉM por ELES
Não ME APETECE ENLOUQUECER
ANDAR ESFARRAPADO pelas RUAS da EXISTÊNCIA a BABAR-ME pelos cantos da BOCA.
35 ANOS de ENSINO-APRENDIZAGEM
ALEGORIA aos MEUS IRMÃOS
CÃES
CÃES
Ou o SIGNIFICADO APROXIMADO da RECUSA à DESISTÊNCIA
4 de OUTUBRO
Talvez uma forma de me livrar das
televisões no dia de HOJE-ELEIÇÕES-+ 1mas a somar a tantas outras com os
mesmos sujeitos e exactamente os mesmos slogans.
Bendita chuva que cai lá fora, a
MÃE-TERRA sedenta e dura de partir enxadas agradece...+ um artigo
sentimental com poucas imagens dos HUMANOS, um PERCURSO em diálogo com
as interrogações-procuro encontrar o sentido das "KOISAS" e clarificar
comigo!mesmo porque não desisto e continuo casmurramente num caminho
com parcas referências???...
"
(2012)
Passam este ano 50 anos sobre a morte de Corrado Feroci (1892-1962), sobre quem já me referi em outro espaço. Pouco conhecido entre nós, mas um gigante - daqueles que aparecem de século a século - que foi tudo e em tudo foi genial. Este florentino arrostou todas as incompreensões e até perseguições, sacrificando uma vida intensa de trabalho pelo amor à arte e à Tailândia, a sua segunda pátria, onde viveu e se naturalizou. Foi Feroci quem introduziu a história da arte, a crítica de arte, o ensaísmo e o ensino académico das belas-artes no país; foi Feroci o pioneiro da arqueologia científica, da museologia e das técnicas de restauro e conservação. Foi, também,escultor, ceramista, decorador, pintor, ilustrador e muralista. Foi, sobretudo, professor, um homem de vida quase espartana que nunca faltou a uma aula e chegava à universidade de bicicleta, mesmo nos dias em que envergava a soberba farda de alto funcionário do Estado.
Passam este ano 50 anos sobre a morte de Corrado Feroci (1892-1962), sobre quem já me referi em outro espaço. Pouco conhecido entre nós, mas um gigante - daqueles que aparecem de século a século - que foi tudo e em tudo foi genial. Este florentino arrostou todas as incompreensões e até perseguições, sacrificando uma vida intensa de trabalho pelo amor à arte e à Tailândia, a sua segunda pátria, onde viveu e se naturalizou. Foi Feroci quem introduziu a história da arte, a crítica de arte, o ensaísmo e o ensino académico das belas-artes no país; foi Feroci o pioneiro da arqueologia científica, da museologia e das técnicas de restauro e conservação. Foi, também,escultor, ceramista, decorador, pintor, ilustrador e muralista. Foi, sobretudo, professor, um homem de vida quase espartana que nunca faltou a uma aula e chegava à universidade de bicicleta, mesmo nos dias em que envergava a soberba farda de alto funcionário do Estado.
É notável como pôde um homem só fazer tanto com tão poucos meios - sem
bibliotecas, sem arquivos, sem assessores, quase sem orçamento - e como
conseguiu deixar tantos discípulos e um sulco tão profundo num país que
lhe ficou eternamente grato.
Eu tenho uma explicação; ou antes, duas. O tempo é breve, e se não
fazemos aquilo para o qual fomos escolhidos pelo destino, ninguém mais o
fará. Depois, o dinheiro e a falsa fama acabam. Só os grandes espíritos
vivem para além do seu tempo. Feroci inventou tudo, foi tão convincente
que o que sonhou se transformou na Tailândia de hoje. Nos tempos que
correm, da plutocracia desvairada, da arte-negócio e das "indústrias
culturais", é quase impossível que homens destes surjam. A arte, a
cultura e o ensino são aristocráticas por antonomásia. Ai de quem os
queira transformar em meras mercadorias. Aqui está o epitáfio da
cultura.
"
ENTREI NA pista DESTE SENHOR há 3 anos e confesso que é ainda hoje uma inspiração e um
dos tantos motivos para a persistência e numa recusa ao "DEIXA-ANDAR", pois ele cai no final de cada mês.
O que nos trouxe de catalisador esta forma de COMUNICAÇÃO ? Esta FERRAMENTA de ABSORVER SABER... INTERNET desde 2009.
Os
primeiros TEMPOS foram fantasticamente LUMINOSOS, para quem há muitos e
muitos anos "COLECCIONAVA" Diários de PERCURSO, replectos de referências
simbólicas , planificações e ROSTOS MUITOS ROSTOS de todos os JOVENS
que como DEUSES LUMINOSOS me entraram nas salas.
LIVROS GASTOS pelo MANUSEAMENTO, replectos de palavras, emoções FEITOS e ENTUSIASMOS, ESTRUTURAM um CAMINHO percorrido desde a "MALA de CARTÃO". Lembro um DOMINGO, fim de tarde o LARGO GRANDE iluminado por um SOL brilhante -FIM de VERÃO e cheio de grupos dispersos em "SÃO-CONVÍVIO". Minha MÃE levou-me à "CÁMINÉTI" para a primeira das muitas VIAGENS para LISBOA. A Mala era de um cinzento azulado em XADREZ, e de CARTÃO como a da canção da LINDA de SUZA. Foi tudo o que levei JUNTAMENTE com os SONHOS e uma força indestrutível, a caminho da casa da ORQUÍDEA em pleno BAIRRO-ALTO (Rua do Século).
A
Histórias dos DIÁRIOS conta-se em poucas palavras. As antigas e
simbólicas cadernetas dos nossos PROFESSORES, (ÚTEIS e sempre à Mão),
foram nos tempos de estudo uma das imagens de MARCA da ESCOLA do Estado
Novo. resistiram alguns anos após 1974. Todos os alunos entregavam as
benditas 10 fotografias no acto da matrícula, para o livro de ponto e as
cadernetas dos PROFESSORES.
Quando iniciei a PROFISSÃO ainda convivi sem deixar de lhes dar um toque pessoal, com os tais caderninhos.
Senti já
nessa altura uma" falta de ESPAÇO", para deixar em REGISTO as EMOÇÕES e
o AMOR que sentia pela SOMA dos SORRISOS, das METAS ALCANÇADAS e de
todos os acontecimentos que decididamente a mente iria apagar aos poucos
com o passar dos anos.
FOI
PROVIDENCIAL a passagem de um filme NEO-REALISTA Italiano na TV , dos
anos (70) SETENTA. Uma das cenas marcantes foi o momento de encontro de
um VELHO PROFESSOR que passeava numa rua amparado numa bengala. Um JOVEM
cumprimentou-o e apresentou-se como seu antigo aluno.
- SOU o CONRRADO, lembra-se de mim??...
O IDOSO surpreendido pela abordagem, olhou-o de baixo para cima e ripostou com uma outra pergunta.
- De que ano ÉS ?...
Claro que
as décadas deixam sempre a sua marca , a soma é de muitos números e os
rostos transformam-se numa fatalidade difícil de contrariar.
O IDOSO despediu-se e continuou o seu caminho pois não havia mais assunto, histórias esfumadas e naquele epílogo , onde a SOLIDÃO estava INSTALADA, os rostos e sons tinham ficado perdidos nos tempos.
No entanto, quando chegou a casa inclinou-se sobre uma poeirenta
prateleira incrustada na manchada parede amarelada pelo desgaste. De lá
retirou um dos muitos cadernos de capa dura. Ano de 1936. Ali estava o
CONRRADO com um BONÉ enfiado pelas orelhas num GRUPO SÉPIA de JOVENS com
o sangue quente.
E foi essa "IMAGEM" que impulsionou a construção destes DIÁRIOS que me acompanharam até ao aparecimento desta nova FERRAMENTA.
O MUNDO NOVO CHEIO de POSSIBILIDADES (K) RIATIVAS, muito ao meu "GEITO".
Para que servem os DIÁRIOS?.. NUNCA
me preocupei encontrar um significado directo para a construção desses
livros semana após semana- OCUPAÇÃO do TEMPO e PARTILHA com os alunos e
passagens de MEMÓRIAS. Andou sempre por aí o significado desta
"colecção".
Quando abordei o VIRTUAL, senti-me
como um "ALADINO" num TAPETE MÁGICO e só ENCONTREI POTENCIALIDADES e
VIRTUDES. "Lançei-me de cabeça", pois desta forma o meu trabalho poderia
sair da sala de AULA e chegar a mais gente, FERRAMENTA de MOTIVAÇÃO e
orgulho para os alunos e as famílias acompanharem os seus feitos nas
ESCOLAS.
Sempre encarei a PROFISSÃO como uma
entrega total ao PRÓXIMO, sem limites nem qualquer tipo de prisão para conseguir EVOLUÇÃO e
DESCOBERTA. Com esta forma de REGISTO somaria também "COMUNICAÇÃO" à
distância de um CLIC.
Mas não durou muitos anos, como todos
os SONHOS, há um momento para acordar e descobri os dissabores, que os
novos tempos carregam. Os ESPAÇOS de PARTILHA passaram rapidamente a
serem uma "FACA de dois gumes". Estes "LUGARES" são motivo (TB) para
agressões, VIOLÊNCIA SILENCIOSA e INCOMPREENSÕES.
Comecei a ter alguns cuidados, vários dissabores e desapaixonei-me. Deixei de chorar lágrimas de saudade e abandonei o orgulho com que partilhava o "ÚLTIMO" artigo com as pessoas mais chegadas. HOJE continuo a teclar, mas sem o entusiasmo de outrora e preparo aos poucos o "ENTERRO" desta forma de me dar ao próximo.
Que estará para BREVE-TENHO ainda em MENTE, duas PESSOAS que merecem a minha atenção e o meu TRIBUTO.
Depois fecharei mais este ciclo da MINHA VIDA,
Comecei a ter alguns cuidados, vários dissabores e desapaixonei-me. Deixei de chorar lágrimas de saudade e abandonei o orgulho com que partilhava o "ÚLTIMO" artigo com as pessoas mais chegadas. HOJE continuo a teclar, mas sem o entusiasmo de outrora e preparo aos poucos o "ENTERRO" desta forma de me dar ao próximo.
Que estará para BREVE-TENHO ainda em MENTE, duas PESSOAS que merecem a minha atenção e o meu TRIBUTO.
Depois fecharei mais este ciclo da MINHA VIDA,
com a SENSAÇÃO de DEVER CUMPRIDO, temperado com muito desânimo.
Os TEMPOS MUDARAM. JÁ não se respira a LIBERDADE cimentada no SONHO da transformação de uma sociedade mais evoluída no que diz respeito ao AMOR e à PARTILHA ( LIVRES...será que alguma vez o FOMOS??). Acho que sim.
Nas nossas ESCOLAS, já não há lugar para a materialização de um projecto de referências FORTES . Todos os dias ao LEVANTAR-ME, preparo-me
para mais uma BATALHA-tal armadura de BICOS VESTIDA.
Ou talvez tivesse sido sempre da forma actual e eu é que mudei.
Hoje PENSO DESTA FORMA, seguramente desta FORMA.
ELAS reflectem como um ESPELHO a SOCIEDADE em GERAL.
MANIPULADAS, desorientadas e somando anos ao DESGASTE de um SISTEMA que não pára de se EXPERIMENTAR a si mesmo. RETOCANDO a superfície com vernizes de duvidosa proveniência.
Ou talvez tivesse sido sempre da forma actual e eu é que mudei.
Hoje PENSO DESTA FORMA, seguramente desta FORMA.
ELAS reflectem como um ESPELHO a SOCIEDADE em GERAL.
MANIPULADAS, desorientadas e somando anos ao DESGASTE de um SISTEMA que não pára de se EXPERIMENTAR a si mesmo. RETOCANDO a superfície com vernizes de duvidosa proveniência.
A MINHA PROFISSÃO deixou de SER POESIA. E o MEU CORAÇÃO RENDE-SE às EVIDÊNCIAS-CANSADO e INCOMPREENDIDO.
"Carpe diem quam minimum credula postero", que
significa: "Aproveita o dia, confia o mínimo no amanhã"
(Frase basilar no filme "O CLUBE dos POETAS MORTOS")
Eu, particularmente, fico com o professor e sua pedagogia afetiva e criativa que desconsidera métodos fechados. Eu fico com a poesia. Com a arte. Com o amor. Com a irreverência inteligente e criativa. Eu rasgaria com gosto aquelas páginas ridículas e inúteis que "ensinam" a mensurar a beleza e a emoção. Eu fico com o direito que cada um deveria ter de escolher o próprio caminho. Fico com a escola que prepara homens e mulheres e não robôs. Fico com escola que prepara cidadãos e não consumidores. Fico com a escola que não prepara a vida, mas que já é a própria vida.
Nada é mais libertador ou tirânico do que um professor. E como diria John Keating, as palavras podem sim mudar o mundo. Obviamente, o mundo tenta nos convencer de que palavras nada mudam pois nada assusta mais do que a mudança.
Muitos de nós preferimos viver condenados a vidas medíocres do que corrermos o risco de cair em uma vida trágica. Entre a mediocridade e a tragédia, a mediocridade parece menos pior. Será mesmo?
Imaginem um mundo em que as pessoas são preparadas para pensar com suas próprias cabeças e acima de tudo, sentirem. Imaginem um mundo em que cada um escolha seus próprios caminhos? Se nos dias atuais já é complicado falar sobre liberdade para decidir o seu destino e autonomia de pensamento, imaginem o quanto era complexa esta questão nos anos 1950, em que pais e professores tinham o dever moral de preparar os jovens para cumprir ordens e padrões de forma completamente obediente?
Eu, particularmente, fico com o professor e sua pedagogia afetiva e criativa que desconsidera métodos fechados. Eu fico com a poesia. Com a arte. Com o amor. Com a irreverência inteligente e criativa. Eu rasgaria com gosto aquelas páginas ridículas e inúteis que "ensinam" a mensurar a beleza e a emoção. Eu fico com o direito que cada um deveria ter de escolher o próprio caminho. Fico com a escola que prepara homens e mulheres e não robôs. Fico com escola que prepara cidadãos e não consumidores. Fico com a escola que não prepara a vida, mas que já é a própria vida.
Nada é mais libertador ou tirânico do que um professor. E como diria John Keating, as palavras podem sim mudar o mundo. Obviamente, o mundo tenta nos convencer de que palavras nada mudam pois nada assusta mais do que a mudança.
Muitos de nós preferimos viver condenados a vidas medíocres do que corrermos o risco de cair em uma vida trágica. Entre a mediocridade e a tragédia, a mediocridade parece menos pior. Será mesmo?
Imaginem um mundo em que as pessoas são preparadas para pensar com suas próprias cabeças e acima de tudo, sentirem. Imaginem um mundo em que cada um escolha seus próprios caminhos? Se nos dias atuais já é complicado falar sobre liberdade para decidir o seu destino e autonomia de pensamento, imaginem o quanto era complexa esta questão nos anos 1950, em que pais e professores tinham o dever moral de preparar os jovens para cumprir ordens e padrões de forma completamente obediente?
O que dizer de um jovem que já tem o destino traçado pelo pai,
desafiar todo o projeto de uma vida em nome de um sonho arriscado?
Lutar pelos próprios sonhos ou se render à realidade sempre foi um dos
dilemas mais complexos do ser humano.
Se para alguém com uma linha mais conservadora de pensamento, o professor provocou o caos e desestruturou a vida daqueles jovens estudantes, para alguém com uma linha de pensamento mais libertária, ele promoveu uma mudança essencial, mesmo que o efeito colateral tenha sido a perda de um jovem.
Se por um lado, muitos podem imaginar que o professor provocou mesmo que sem querer o suicídio, por outro, podemos dizer que quem o detonou foi o pai, mesmo que inconscientemente.
Se para alguém com uma linha mais conservadora de pensamento, o professor provocou o caos e desestruturou a vida daqueles jovens estudantes, para alguém com uma linha de pensamento mais libertária, ele promoveu uma mudança essencial, mesmo que o efeito colateral tenha sido a perda de um jovem.
Se por um lado, muitos podem imaginar que o professor provocou mesmo que sem querer o suicídio, por outro, podemos dizer que quem o detonou foi o pai, mesmo que inconscientemente.
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