Foram tão RECATADAS, AUSENTES das multidões, foi desta forma que escolheram VIVER.
Procurei referencias, alguma ajuda que me pusesse a imaginação a funcionar. Nada de NADA...
Lanço-me eu nos BRAÇOS do poder do TEMPO, sempre o TEMPO,,,e as PESSOAS. Porque na verdade GOSTO das PESSOAS,,,. Observo-as atentamente quando passam à minha beira. COMO Folhas sobre as ÁGUAS de um RIBEIRO, uma de seguida à outra; numa ÁGUA corrida que corre sem destino. Que corre... sem destino para o MAR do esquecimento.
Um filme intemporal.
Um filme intemporal.
Acordado,
bem cedo, dei por mim a organizar essa passagem (SLAIDIANA) dos ROSTOS que me acompanharam-entre
eles, intrometia-se o do TOTÓ, adulto e cineasta de SUCESSO, quando
retorna de Roma para assistir ao funeral do seu amigo. Alfredo...Imagem
marcante. Alfredo tinha-lhe feito um último pedido, era ainda um jovem saído
da tropa.
-Vai embora, não olhes para trás e não voltes, não te quero ver mais...procura a vida noutro lugar. este sitio não tem futuro para ti.
POR TODO lo que HIZO por mi.
POR TODO lo que HIZO por mi.
Assim fez TOTÓ , voltando no dia do funeral do amigo...
O rapazinho apaixonado pelo cinema, transforma-se num realizador célebre e cheio de sucesso. "HOJE" de volta às origens, à TERRA onde tinha passado a sua juventude e fora feliz, só o estímulo Alfredo o podia trazer de volta ao passado. Tinha cumprido, a promessa feita na estação do comboio, quando da sua partida.
Poucos dos presentes na cerimónia o reconheceram (...entre susurros ?!! -O DO CINEMA Paraíso! ), falou o "PITOSCA", aquele a quem saiu a LOTARIA e reconstruíu o CINEMA depois do incêndio, onde Alfredo ficou invisual.
Totó expectante"VARREU" com o seu olhar a multidão, saltando em cada um dos presentes e recordando as façanhas daquelas animadas noites dos filmes com cortes.
Hoje rostos marcados pela passagem de várias décadas. Apresentavam-se como outras personagens metamorfoseadas das que em menino encheram a sua vida e o CINEMA PARAÍSO. Na VILA de GIANCALDO, SICÍLIA, anos 50.
Em quarenta e poucos anos de ausência, aquelas expressões familiares envergonhadas, ausentes da vida.ROSTOS vergados ao poder da passagem das estações, eram os mesmos, VENCIDOS,,, de um tempo enterrado nas recordações quase perdidas- noutro filme, a que todos pertencemos como figurantes.
O CORTEJO DESPEDIU-SE definitivamente
D´ "aquele" espaço de FELICIDADE, centro da cultura onde se cruzaram gerações motivadas por gargalhadas,na sala do “Cinema Paradiso”, onde reinou a anarquia e a exaltação daqueles que riam, choravam, gritavam, fervilhavam de emoção. O PROGRESSO tinha chegado e o antigo cinema, iria dar lugar a um parque de estacionamento.
O rapazinho apaixonado pelo cinema, transforma-se num realizador célebre e cheio de sucesso. "HOJE" de volta às origens, à TERRA onde tinha passado a sua juventude e fora feliz, só o estímulo Alfredo o podia trazer de volta ao passado. Tinha cumprido, a promessa feita na estação do comboio, quando da sua partida.
Poucos dos presentes na cerimónia o reconheceram (...entre susurros ?!! -O DO CINEMA Paraíso! ), falou o "PITOSCA", aquele a quem saiu a LOTARIA e reconstruíu o CINEMA depois do incêndio, onde Alfredo ficou invisual.
Totó expectante"VARREU" com o seu olhar a multidão, saltando em cada um dos presentes e recordando as façanhas daquelas animadas noites dos filmes com cortes.
Hoje rostos marcados pela passagem de várias décadas. Apresentavam-se como outras personagens metamorfoseadas das que em menino encheram a sua vida e o CINEMA PARAÍSO. Na VILA de GIANCALDO, SICÍLIA, anos 50.
Em quarenta e poucos anos de ausência, aquelas expressões familiares envergonhadas, ausentes da vida.ROSTOS vergados ao poder da passagem das estações, eram os mesmos, VENCIDOS,,, de um tempo enterrado nas recordações quase perdidas- noutro filme, a que todos pertencemos como figurantes.
O CORTEJO DESPEDIU-SE definitivamente
D´ "aquele" espaço de FELICIDADE, centro da cultura onde se cruzaram gerações motivadas por gargalhadas,na sala do “Cinema Paradiso”, onde reinou a anarquia e a exaltação daqueles que riam, choravam, gritavam, fervilhavam de emoção. O PROGRESSO tinha chegado e o antigo cinema, iria dar lugar a um parque de estacionamento.
Depois da CERIMÓNIA
TOTÓ-de OMBROS DESCAÍDOS visitou as RUÍNAS do velho edifício, cheio de HISTÓRIAS, SENTINDO que desta vez o FIM tinha chegado.
................
Em cada partida perco um pedaço
(esgarrado) de mim.
Foi esta SENSAÇÃO de nostalgia e tristeza profunda,que me invadiu, mais uma vez, quando soube da notícia e inconscientemente embarquei numa viagem ficcionada pela HISTÓRIA de uma família grande lá para os LADOS da ALDEIA. Actualmente as "NARRATIVAS" , registadas neste espaço, versam o descalabro de gerações que "FIZERAM" o nosso filme da vida, coisas do além...Picanço partiu em SETEMBRO de 2015-Faz um ano...
Foi esta SENSAÇÃO de nostalgia e tristeza profunda,que me invadiu, mais uma vez, quando soube da notícia e inconscientemente embarquei numa viagem ficcionada pela HISTÓRIA de uma família grande lá para os LADOS da ALDEIA. Actualmente as "NARRATIVAS" , registadas neste espaço, versam o descalabro de gerações que "FIZERAM" o nosso filme da vida, coisas do além...Picanço partiu em SETEMBRO de 2015-Faz um ano...
Mantive-me em SILÊNCIO. Monólogo e FRUSTRAÇÃO, sem poder abandonar-me. No acto de pensar, medir os espaços temporais e, procurando algo, que me transportasse para à realidade.
Evocar as imagens ,esgravatar no PASSADO... traz-me a dor da AUSÊNCIA-famílias importantes, como a do PARENTINHO, estruturadas nos tempos da MONARQUIA com um selo de eternidade,,, desaparecidas todas elas no nevoeiro dos tempos. Ninguém me recordou os teus "passos" ...ou não quiseram. Perguntei referências, pormenores, evocações...nada me chegou. Socorri -me de um breve encontro que tive com as duas irmãs, há um bom par de anos. As imagens colocaram-me no LUGAR, e recuperaram os símbolos que me servem para NARRATIVA e me descansam a ALMA.
ADILIA
"Secalhar", não havia mesmo nada para dizer, foste uma personagem AUSENTE, para alguns, outros nos quais me incluo, estás aqui ainda entre nós. Corajosos todos vós, como eu me lembro tão bem do AVÔ PARENTINHO, amigo do MADEIRINHO, com o seu característico bigode, colete e chapéu na beira da cabeça.
A FAMÍLIA viveu unida, naquela QUINTINHA com PORTÃO de ferro,(... janelas baixas e uma criada simpática a mulher do BELO-SPORTINGUISTA) onde ia-mos pedir os "SANTOS" há muitos muitos anos-(NOZES e ROMÃS,,,passas de FIGOS e SORRISOS). Lá no alto logo no final da subida para a ALDEIA-GRANDE.
A FAMÍLIA viveu unida, naquela QUINTINHA com PORTÃO de ferro,(... janelas baixas e uma criada simpática a mulher do BELO-SPORTINGUISTA) onde ia-mos pedir os "SANTOS" há muitos muitos anos-(NOZES e ROMÃS,,,passas de FIGOS e SORRISOS). Lá no alto logo no final da subida para a ALDEIA-GRANDE.
Ausentes de tudo-longe do MUNDO, de todos nós que nos fixámos noutros lugares procurando vidas novas ( ...e vocês também, sucumbir longe dos nossos mortos, uma maldição) , mas com o fardo do passado, sobre as costas...
Ninguém se LEMBRAVA de ti?? NÃO SEI,,, talvez seja esta a RAZÃO. Recordo-me eu, do teu rosto jovem, do Manéli (PICANÇO) da ROSÁRIO,NETOS do PARENTINHO, primos dos CRUJOS de Estremoz...FAMÍLIAS GRANDES, referências, pólos de organização no meio SOCIAL do ZARCOS.
CORTES-PISCAS-SÁS-MADEIRINHOS-PARENTINHOS
, e mais recentemente GATOS.Foram estas as FAMÍLIAS de REFERÊNCIA que aglutinaram
o POVOADO-subsistem as raízes...umas CURTAS outras COMPRIDAS, outras desaparecidas para SEMPRE.
A MACABRA VIAGEM na PIRÂMIDE, debaixo para CIMA...
Pior o SILÊNCIO que nos envolve. Já (quase) nada EXISTE. Nem as PALMEIRAS resistem-SECAM "deixando o tronco - dedo"apontado em protesto silencioso, de tanta ausência , nas casas SENHORIAIS.
Na cena final , com grande intimidade, o filme apresenta-nos um registo simbólico que nos faz correr lágrimas e nos ensina a riqueza da PACIÊNCIA do saber esperar: Colar os pedaços esquecidos, recuperar os "frames" eliminados, (os cortes dos velhos filmes, onde BEIJAR, era proibido), confronta-nos com o que se esqueceu e reabre a descoberta do que realmente nos trás SAUDADE. Na vida real, não é possível, JÁ pouco ou nada EXISTE!
EU que não me esqueço, cansa tanto este passar dos
ROSTOS,, em frente ao PENSAMENTO .
Pior o SILÊNCIO que nos envolve. Já (quase) nada EXISTE. Nem as PALMEIRAS resistem-SECAM "deixando o tronco - dedo"apontado em protesto silencioso, de tanta ausência , nas casas SENHORIAIS.
Na cena final , com grande intimidade, o filme apresenta-nos um registo simbólico que nos faz correr lágrimas e nos ensina a riqueza da PACIÊNCIA do saber esperar: Colar os pedaços esquecidos, recuperar os "frames" eliminados, (os cortes dos velhos filmes, onde BEIJAR, era proibido), confronta-nos com o que se esqueceu e reabre a descoberta do que realmente nos trás SAUDADE. Na vida real, não é possível, JÁ pouco ou nada EXISTE!
JÁ
nada EXISTE! para ficarmos + um pedaço do TEMPO...
Ficam em registo as palavras, a REPETIÇÃO faz sentido...
BOM DIA ADÍLIA...ADÍLIA BORRALHO.
Ainda é Noite lá FORA.
BOM DIA ADÍLIA...ADÍLIA BORRALHO.
Ainda é Noite lá FORA.
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