...E o DESCARAMENTO.
"AS MINHAS
BOTAS VELHAS" TRANSPARÊNCIAS NA MINHA MEMÓRIA. Havia ainda Delacroix ou
Van Gogh. “Aquele sacana do Delacroix era mesmo bom…”. “É magnífica a invenção
de novos temas. O Van Gogh: pintou batatas, aquelas coisas sem formas. Ou um
par de sapatos velhos”. A frase de Picasso tornou-se um "MONUMENTO" na
história de ARTE CONTEMPORÂNEA. É tão simbólica como contraditória.
Contraditória porque Picasso foi tudo menos ingénuo e de humildade nada tinha.
As mulheres que com ele conviveram apelidaram-no de monstro. No cerne de toda
esta questão ( contradição), Picasso "vomitou" este desabafo. Van
Gogh passou-lhe uma rasteira ao pintar as suas velhas botas.O Cubista que
sempre soube ser sacana e oportunista, engoliu em seco, porque o Holandês tinha
sido genial ao utilizar como modelo as destroçadas botas de uma vida de
angustia e desilusão. Sobre o quadro, disse Pablo Picasso, que denotava o génio
de Van Gogh, que foi capaz de criar uma obra notável a partir de calçado velho.
Rendeu-se para sempre Picasso a uma simples ideia de pintar o que se tem à mão
. Começou aos onze anos a pintar as POMBAS que o seu pai professor de DESENHO,
tinha no seu quintal.
“Ele precisava de sangue para assinar cada uma de
suas pinturas: o sangue do meu pai, do meu irmão, da minha mãe, da minha avó e do meu. Ele
precisava do sangue daqueles que o amavam.” Marina Picasso/neta
...
De certa forma
é sempre o ENTUASIASMO a comandar as tropas. Nestes tempos de ISOLAMENTO, temos
tempo e mais-tempo para acertar as agulhas. Leio as palavras de CAMUS, na sua
PESTE em tudo se assemelha ao mundo actual. Uma contradição os pensamentos e a realidade para
além dos vidros da janela. Fui novamente aos sacos de INVERNO em busca de uma
camisola quente. O dia apresenta-se cinzento e frio...JUNHO, seria
tempo de 35º de temperatura. A horta deveria estar florida.O ROUXINOL há uma semana que pemanece em silêncio. Conhecendo eu o talento das COBRAS para hipnotizarem os
pássaros, acabou na barriga de uma DELAS, tenho a certeza.
Observo o
monitor do "PCP" como lhe chamo, não há rasto da minha malta do 12ºano. Mais uma desafio virtual, ontem
recordei-me da frase do PICASSO sobre as velhas botas de Van Gogh e saiu-me uma
ideia luminosa, uma clonagem a um projecto de há cinco anos. com verniz novo.«- Para que serve tudo isto?»
-Para ocupar o
TEMPO!!...PASSAR os DIAS e a vida.
É esta sensação que me tem acompanhado ao longo destas semanas. Sou um
"DOUTORADO" em isolamento. Envolveu-me uma certa ESPERANÇA, mínima, que tudo iria mudar.Alguma
coisa mudaria para melhor. A primeira mensagem dos novos tempos foi começar a respirar melhor, depois o canto
do ROUXINOL,,, de seguida observar que as plantas e os frutos estavam o dobro de
outras PRIMAVERAS. FIZ FIGAS e desejei que esta sensação interior de não sentir o meu corpo se mantivesse
eternamente. Algo permanecia em mim INEGOCIÁVEL> -NÃO SAIR DAQUI!!...até ao MÊS de SETEMBRO. Deixei bem claro que
não regressaria à
ESCOLA.
Foi uma luta
dura sobreviver a esta minha TEIMOSIA. A máxima do FREUD é para aqui bem-vinda:
.
E foi desta forma que aconteceu, conheci nesta viagem "do bater às portas"gente descartável por um lado e surpreendentemente competente e apostando na sensibilidade com o próximo, no oposto. Ficam para a posteridade o nome da DOUTORA Isabel JORGE e do meu chefe que me telefonou dizendo que precisava de mim. Existiriam outras alternativas para em me manter no acampamento e exercer as minhas funções de professor.
Aqui estou assistindo ao regresso do velho mundo, cheio de tirania, assassinatos, mortes na estrada, poluição saque dos oceanos- abate de 9 mil árvores centenárias na floresta AMAZÓNICA.
A tirania dos grandes líderes do mundo que não abdicam das suas economias. No REAL, ladeados por milhares de mortes, famílias desesperadas que são o rosto desta realidade doentia, contrariando o cansaço diário dos números e das percentagens.
-Regressou a tragédia virulenta do futebol... O FANTASMA de MADDIE e a tirania do assassinato de Beatriz Lebre, 23 anos e uma vida grandiosa pela frente.
Eis o chocante mundo para lá dos meus muros- neste isolamento FRANCISCANO, de rocha cimentada, permanecerei firme e hirto nesta obsessão existencialista de recusar o desconfinamento e regressar ao velho mundo destruidor, consumista e demagogo.Neste passar dos dias em que a noite chega depressa, sofro com todas as famílias que transformaram em números e santifico um nome de uma doutora > Isabel Jorge, humana e competente. Na sua cabeça decorada com um laço existe a imagem do reflexo da obrigatoriedade de acreditarmos até ao fim , que existe lugar para os sensíveis...e, CUMPRIDORES no que respeita à sobrevivência da espécie humana.
AS MINHAS PRECES , LÁGRIMAS E ANGUSTIAS PARA AS FAMÍLIAS DE TODAS AS "BEATRIZ´ES" QUE SÃO MAIS do QUE NÚMEROS, PERCENTAGENS SORRISOS E ECONOMIAS.
ESTAS FORAM E SÃO AS MINHAS DORES DE EREMITA ASSUMIDO, JÁ SEM O ROUXINOL E O SEU CANTO MILAGROSO EM FRENTE À MINHA JANELA.
VOO NUMA BOLHA FRÁGIL, QUE REBENTARÁ AO PASSAR DE UMA LEVE BRISA, E A QUEDA EMINENTE IMAGEM DO DESCALABRO QUE NOS SUPORTA NUMA SOCIEDADE MERGULHADA EM NÚMEROS CRUELDADE DINHEIRO...
...
(Sónia Tavares)
"Somos uma vergonha. O ser humano trouxe a maldade ao mundo"
Sobre a morte de uma mãe elefante na Índia.
Em 27 de maio, uma elefante grávida morreu em
Kerala, na Índia, de uma dor excruciante depois de comer um ananás cheio de bombas de fogo de artifício. Os explosivos explodiram na sua boca, destruindo
gravemente a sua mandíbula.
Um porta-voz do Departamento Florestal de Kerala disse à Sky News que os agricultores metem fogo-de-artifício dentro dos ananases e colocam-nos nos limites dos campos para afastar os animais selvagens.
Um porta-voz do Departamento Florestal de Kerala disse à Sky News que os agricultores metem fogo-de-artifício dentro dos ananases e colocam-nos nos limites dos campos para afastar os animais selvagens.
Autoridades dizem que o elefante selvagem provavelmente saiu do Parque Nacional do Vale do Silêncio (SVNP) em busca de comida. Acredita-se que tenha chegado ao distrito de Malappuram, onde o animal supostamente mordeu a fruta recheada de fogos de artifício.
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