Outras gavetas
Dona IRENE
PROFISSÃO MODELO de MODA
Local
Armazéns do CHIADO
Armazéns do GRANDELA
Poucos se lembrarão desta personagem, a qual me irá servir de "INSPIRAÇÃO" para este artigo de continuação do anterior onde de uma forma sentida e sofrida homenageio a minha GATA.
Desta vez este espaço abre-se para outro ser de quatro patas, o meu CÃO, antes de tudo o mais que virá de seguida e não tenho ainda estruturado na mente, só alinhavado.
Observo um conjunto de folhas de papel e registo tópicos, organizo RECORDAÇÕES das "TERTÚLIAS da FAMÍLIA GATÊRO nas viagens ao ZARCOS e eis que quando penso que tenho que homenagear o meu VELHO CÃO e TUDO de bom que nos ofereceu através dos anos com a sua presença.
Teima em passar em frente dos meus olhos a imagem desta SENHORA.
Desta vez este espaço abre-se para outro ser de quatro patas, o meu CÃO, antes de tudo o mais que virá de seguida e não tenho ainda estruturado na mente, só alinhavado.
Observo um conjunto de folhas de papel e registo tópicos, organizo RECORDAÇÕES das "TERTÚLIAS da FAMÍLIA GATÊRO nas viagens ao ZARCOS e eis que quando penso que tenho que homenagear o meu VELHO CÃO e TUDO de bom que nos ofereceu através dos anos com a sua presença.
Teima em passar em frente dos meus olhos a imagem desta SENHORA.
Dona IRENE... não haverão rastos escritos ou fotográficos da mulher esbelta elegante e transmitindo calma, no seu metro e noventa.
Recordo passagens de conversas com a minha MÃE e também dos ditos da FREGUESIA, por onde a LISBOETA no fim da VIDA veio encalhar o seu "BARCO".
Inevitavelmente tenho que falar no meu TIO JOÃO GATÊRO encarregado da CUF e, claro no meu CÃO PESSOA, o HERÓI deste artigo.
Sempre que entro no CEMITÉRIO, sinto os olhos de Dona IRENE sobre mim, a exigirem-me recordações e respeito, algo ficou por fazer nos distantes tempos de 70 .
Recordações muito felizes de uma grande família, e mais uma vez a obrigação de não os deixar perder na bruma dos tempos.
Recordações muito felizes de uma grande família, e mais uma vez a obrigação de não os deixar perder na bruma dos tempos.
Não quero escrever sobre a "a vida BOÉMIA" do meu segundo TIO, mas Dona IRENE é o melhor exemplo para fazer "JÚS" ao talento e à "BAGAGEM" do JOÃO GATÊRO e à sua importância no panorama da TERRA e no BARREIRO onde passou grande parte da sua vida.
Foi com o meu TIO que a SENHORA chegou ao ZARCOS. Muito bem dito SENHORA, FINA dos lados do CHIADO onde trabalhou como modelo das casas na altura referências da MODA LISBOETA.
Não sei mais nada da sua VIDA, o que sei porque vi e ouvi é que era uma SENHORA com uma educação e uma prática de vida exemplares.
Depois de reformado, o meu TIO e Dona IRENE deixaram a Rua do Século na calçada do COMBRO e vieram para o ZARCOS.
Não sei mais nada da sua VIDA, o que sei porque vi e ouvi é que era uma SENHORA com uma educação e uma prática de vida exemplares.
Depois de reformado, o meu TIO e Dona IRENE deixaram a Rua do Século na calçada do COMBRO e vieram para o ZARCOS.
Vaidoso sempre!!GABAROLAS e inventor de HISTÓRIAS. O
Tio GATÊRO conhecido por "PANTOMINEIRO", mas que todas as pessoas gostavam de ouvir.
Vamos por partes aligeirando um pouco o TOM em relação ao Martins Tempero...afinal o homem conheci-a mundos e fundos pelo convívio diário com PERSONAGENS de muitos PAÍSES que atracavam no cais da CUF. E eram estas histórias que transformava . Hoje acredito que o meu segundo TIO absorvia como verdadeiras.
A chegada aos ZARCOS, antes nos festejos do NATAL e PÁSCOA e agora como reformado-fazia dele um HERÓI do IMPÉRIO, sempre com o seu cigarro SINTRA entre os dedos.
A prova disso eram as grandes assembleias que juntava na paragem das camionetas ou na adega do "JUQUIM ZÉ" outro dos locais onde parava.
Foi um grande "TALENTO" conhecedor do MUNDO sem nunca ter viajado para lá da fronteira. Arranjou alguns empregos para PESSOAS da TERRA enquanto profissional dos MELOS da CUF no BARREIRO e foi sempre uma referência na freguesia.
Este encanto natural, conquistou como já referi Irene Santos.
Senhora de poucas palavras que veio para o ALENTEJO enganada e nunca por cá se sentiu bem.
Não deixou descendentes e riquezas não constam nas recordações que tenho dela. Um pedaço de TERRENO para os lados do MATINHO e uma fotografia numa pedra manchada e FRIA.
Duas frases PORÉM semearam em MIM PERMANENTE RECORDAÇÃO.
Uma delas ilustrativa do seu AMOR pelos ANIMAIS, (...tinha dois cães que todos os dias passeava em redor do ROSSIO)...
-SÃO MUITO MELHORES que as PESSOAS.
Na REALIDADE este ARTIGO é sobre o meu CÃO, ao qual estou agradecido pele companhia. Um AGRADECIMENTO que perdurará pelos TEMPOS até eu SER PESSOA.
O Meu velho CÃO de 16 ANOS a quem muitas das vezes digo em TOM SÉRIO que se parece com o MEU PAI. Tal é a semelhança entre nós HUMANOS e os nossos animais de ESTIMAÇÃO. Direi mais :-SÃO um ESPELHO para nos inteirarmos da nossa evolução e decadência enquanto PESSOAS.
O MEU VELHO cão hoje em idade humana está perto dos 96 anos. E a cruel verdade dos números "FUNDE-SE" na aparência do meu querido AMIGO. Está quase surdo e os músculos das pernas "SECAM" a olhos vistos.
Mas já foi novo , pequenino...cresceu de seguida e fez-se HOMEM.faziam as suas corridas de 200 metros e chegava de língua de fora a abanar o RABO. Enlouquecia várias semanas pela cadelas da vizinhança e guardava-nos a casa AMARELA e BRANCA.
Tio GATÊRO conhecido por "PANTOMINEIRO", mas que todas as pessoas gostavam de ouvir.
Vamos por partes aligeirando um pouco o TOM em relação ao Martins Tempero...afinal o homem conheci-a mundos e fundos pelo convívio diário com PERSONAGENS de muitos PAÍSES que atracavam no cais da CUF. E eram estas histórias que transformava . Hoje acredito que o meu segundo TIO absorvia como verdadeiras.
A chegada aos ZARCOS, antes nos festejos do NATAL e PÁSCOA e agora como reformado-fazia dele um HERÓI do IMPÉRIO, sempre com o seu cigarro SINTRA entre os dedos.
A prova disso eram as grandes assembleias que juntava na paragem das camionetas ou na adega do "JUQUIM ZÉ" outro dos locais onde parava.
Foi um grande "TALENTO" conhecedor do MUNDO sem nunca ter viajado para lá da fronteira. Arranjou alguns empregos para PESSOAS da TERRA enquanto profissional dos MELOS da CUF no BARREIRO e foi sempre uma referência na freguesia.
Este encanto natural, conquistou como já referi Irene Santos.
Senhora de poucas palavras que veio para o ALENTEJO enganada e nunca por cá se sentiu bem.
Não deixou descendentes e riquezas não constam nas recordações que tenho dela. Um pedaço de TERRENO para os lados do MATINHO e uma fotografia numa pedra manchada e FRIA.
Duas frases PORÉM semearam em MIM PERMANENTE RECORDAÇÃO.
Uma delas ilustrativa do seu AMOR pelos ANIMAIS, (...tinha dois cães que todos os dias passeava em redor do ROSSIO)...
-SÃO MUITO MELHORES que as PESSOAS.
Na REALIDADE este ARTIGO é sobre o meu CÃO, ao qual estou agradecido pele companhia. Um AGRADECIMENTO que perdurará pelos TEMPOS até eu SER PESSOA.
O Meu velho CÃO de 16 ANOS a quem muitas das vezes digo em TOM SÉRIO que se parece com o MEU PAI. Tal é a semelhança entre nós HUMANOS e os nossos animais de ESTIMAÇÃO. Direi mais :-SÃO um ESPELHO para nos inteirarmos da nossa evolução e decadência enquanto PESSOAS.
O MEU VELHO cão hoje em idade humana está perto dos 96 anos. E a cruel verdade dos números "FUNDE-SE" na aparência do meu querido AMIGO. Está quase surdo e os músculos das pernas "SECAM" a olhos vistos.
Mas já foi novo , pequenino...cresceu de seguida e fez-se HOMEM.faziam as suas corridas de 200 metros e chegava de língua de fora a abanar o RABO. Enlouquecia várias semanas pela cadelas da vizinhança e guardava-nos a casa AMARELA e BRANCA.
O MEU Cão tal como a minha GATA "CAÍU-ME do CÉU", este é o termo certo para ilustrar uma viagem como tantas viagens Da minha casa para Castelo Branco (11 Km). E foi numa destas viagens no longínquo ano de 1997 que conheci o meu CÃO PESSOA. Levava o GUILHERME para o Infantário, pequenino na cadeira de BEBÉ quando na estrada tive que abrandar...uma cadela com um cãozito de poucos dias atravessava o asfalto. A MÃE cadela desapareceu no mato e o pequeno ser de 4 patas ficou deitado no meio da ESTRADA.
Recordo muito bem os momentos que se seguiram.
-GUILHERME, que nome damos ao CÃO?
- PODEXERI PÂNICO!
Está bem, fica PÂNICO! ADEQUADO TAMBÉM para a circunstância do seu aparecimento nas nossas vidas- Bem , Bem coçando a cabeça, como pode um rapazito que começou a falar há pouco tempo associar um acontecimento temperado com uma pitada de tragédia,,,encontrar o NOME CERTO??!
Coisas da VIDA...
E o MEU Cão a partir do momento que nos caiu nos braços, ficou logo com o NOME.
Já tinha nome quando entrou no INFANTÁRIO e transformou o dia da rapaziada e transformou os nossos dias.
Hoje, encaixados sem apelo nem AGRAVO no ano de 2013...o meu CÃO está velho e quase de partida, nós também já não somos os mesmos e o BEBÉ da cadeirinha cresceu , e já anda na UNIVERSIDADE.
Desapareceram nestas últimas duas décadas muitas das pessoas importantes das nossas VIDAS.
O PÂNICO continuo perto de nós, encheu a nossa existência de RECORDAÇÕES, criou amigos, teve descendentes e de um dia para o outro acalmou.
Os seus OLHOS, o reflexo nos seus olhos diminuíram e o seu olhar outrora cheio de vida observa-nos hoje com despedida.
Não desiste e dá os seus curtos passeios diariamente. A sua voz pouco se ouve no espaço da QUINTINHA. Há noite quando a Caralinda raposa nos visita, ouve-se um ladrar esforçado como quem diz que ainda manda alguma coisa no seu território.
São CICLOS... são CICLOS de VIDA. Entende-los é uma virtude. Anos felizes , tempos de HARMONIA, depois surgem outros de desagregação, e são esses que estou a viver com o desaparecimento da minha GATA PESSOA e com o fim de VIDA do MEU PÂNICO AMIGO PESSOA.
Manuel ALEGRE escreveu de uma forma MAGISTRAL onde poderá chegar o AMOR por um CÃO (... o contrário também é verdade ) e a sua decadência que é o ESPELHO também da nossa...
E o narrador pensava e bem que tudo é uma breve
passagem e que não há outra eternidade senão a da Solidão partilhada
CÃO COMO NÓS
O narrador,
que nesta obra, se identifica com o autor, pois é ele que assina o texto no
final, conta-nos a sua experiência com um cão fenomenal que o acompanhou a
ele e à sua família ao longo de vários anos.
O cão, chamado Kurika, por causa do leão de Henrique Galvão, era um épagneul-breton,
raça muito apreciada para a caça, e caracterizava-se por ser independente e
teimoso, mas extremamente meigo e fiel. Era um cão surpreendente que
adoptou a família do narrador e foi adoptado por ela, comportando-se como um
ser humano e imitando as atitudes e comportamentos dos humanos com quem
convivia. Kurika era como um irmão para os filhos do narrador e como um filho
para a sua esposa, que amava como a uma mãe verdadeira. Só o narrador se
mostrava relutante em vê-lo e tratá-lo como algo mais que um cão, tendo, por isso,
resistindo à tentação de o tratar como um de nós. O cão protegia-os e procurava
a atenção de todos eles. Dava-lhes a entender que gostava de ser mimado e
elogiado. Via-se como um igual e não como o animal de estimação. Teve dificuldade
em aceitar que o narrador era o seu dono e, como ele refere no sexto capítulo, o seu comportamento em relação a mim
foi, durante muito tempo, contraditório, oscilava entre a submissão e a
revolta, a fidelidade e a independência, entre o cão e o não cão. Por
isso, a relação entre ambos nem sempre
foi fácil, ao contrário com o que se passava com os restantes membros da
família
Quando o narrador teve um
problema de coração, cão e dono começaram a entender-se de outra forma, talvez
porque ambos tenham percebido que estavam a envelhecer. Kurika
aproximou-se mais do dono e procurava a sua companhia,provocando os ciúmes dos
outros membros da família
Como
nós eras altivo
fiel mas como nós
desobediente.
Gostavas de estar connosco a sós
mas não cativo
e sempre presente-ausente
como nós.
Cão que não querias
ser cão
e não lambias a mão
e não respondias
à voz.
Cão
como nós.
fiel mas como nós
desobediente.
Gostavas de estar connosco a sós
mas não cativo
e sempre presente-ausente
como nós.
Cão que não querias
ser cão
e não lambias a mão
e não respondias
à voz.
Cão
como nós.
-DONA IRENE, você não dá os OSSOS ao CÃO?!
-ENTÃO tu MARIA LUÍSA, comes os OSSOS??? Então porque haveriam os meus cães de comer OSSOS???!
( Conversa que o vento não levou, perdura..)
GALERIA do PÂNICO
Os primeiros TEMPOS
ALEGRIA, JOVIALIDADE e VIDA INTENSA...tinha que ficar preso para não fazer asneiras.
Agora mais perto..PESSOA COMO NÓS.
COMO os OLHOS de MEU PAI no FIM do CAMINHO, os teus reflectem SAUDADE, GRATIDÃO e recordações que se esfumam no inconsciente.
Das REALIDADES pedes CARINHO e respeito PELA longa vida perto de nós, PELOS MOMENTOS , QUE NOS PRESENTEASTE COM A TUA PRESENÇA E SÓ PEDISTE em troca UM CARINHO E UMA PALAVRA, e o ALIMENTO DE TODOS OS DIAS.
obrigado pessoa como nós.
És ainda hoje BONITO e permaneceste sempre BOM, BOA PESSOA MELHOR que nós,,,muito MELHOR.
PÂNICO nosso COMPANHEIRO da VIDA.
A Modelo do Chiado permanece também aqui HOJE e sempre , pelas poucas palavras pronunciadas, palavras que hoje entendo e que na altura me pareceram um dito, dos muitos que os velhos pronunciam e que aos ouvidos dos novos mais pareciam palavras, simplesmente palavras para o vento levar.
É esse respeito pelos ensinamentos que HOJE nos falta reaprender. Irene permanece nos sentidos e os seus restos algures do lado direito à entrada na QUINTA do SILÊNCIO.
Outra frase que ouvi pronunciar várias vezes à SENHORA de LISBOA, foi um pedido, sincero que nunca foi respeitado..
Mas cá se fazem,,,cá se pagam.
-JOÃO, quero que me prometas que quando morrer me levas para LISBOA...
- Tá bem IRENE, tá descansada que vais para Lisboa!!
Irene não foi para LISBOA, ficou "noZARCOS", a nossa TERRA onde nunca GOSTOU de ESTAR...viveu infeliz, nos últimos tempos da sua VIDA, deslocada do seu MUNDO FINO do CHIADO LISBOETA. Sofreu em silêncio no meio de poucos desabafos com 2 ou três pessoas que respeitava entre as quais a minha MÃE LUISA.
Do meu TIO GATÊRO "PANTOMINEIRO" e inventor de histórias nem RASTOS, esfumou-se no TEMPO, não ficou na sua terra. Acabou para os lados do LAVRADIO num local hoje desconhecido de todos nós. Recordo-o com CARINHO, porque para mim cumpriu a promessa que me fez.
-Quando fizeres o sétimo ano dou-te 500 ESCUDOS!
Nunca acreditei que seria possível, receber o dinheiro do AVARENTO Martins TEMPERO...mas como a oferta surgiu numa manhã de INVERNIA encostado ao balcão da taberna do JoquimZÉ e em PÚBLICO, ficaram algumas ESPERANÇAS.
No dia em que terminei os exames e concluí o sétimo ano, empurrado pela minha Mãe...apresentei-me ao meu TIO segundo.
Ti LÁRINDA - Ventura-Angélico - Marta Célia
Ti Vitalina -João Gatêro e Ti Ventura (Cima)
Fernando Armário - Hugo-João Algarvio- Luizinho- Ti Domingos
1966
-Terminei o SÉTIMO ANO TIO!!
-Aqui tens os 500 escudos rapaz!
João Gatêro- Ti Ventura-Marido da ÊTA- Rogério - Ti Domingos Gatêro-João Algarvio-Primo Ventura (cima)
Luizinho-Álvaro-Fernando e HUGUINHO
1966
Esta a HISTÓRIA que me ficou do irmão da minha AVÓ LUDOVINA que queria ficar "noZARCOS" e que ficou perdido na vila CHÃ do BARREIRO e da SENHORA FINA do CHIADO que queria ficar em LISBOA e REPOUSA NO ZARCOS com a TI LARINDA e os seus.
Do meu Cão ainda restam SENTIMENTOS, resta um CORPO que teima em VIVER.
Restam todas as RECORDAÇÕES e a GRATIDÃO.
Um AMOR VERDADEIRO que temos obrigação de dirigir a quem nos ajuda a crescer como PESSOAS.
Grato ao PÂNICO
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