OS DRAMAS HUMANOS E AS CATÁSTROFES ECOLÓGICAS
TÊM A MESMA CAUSA:
O HOMEM AFASTOU-SE DO CORAÇÃO DA NATUREZA QUE É TAMBÉM O SEU PRÓPRIO CORAÇÃO.
AO ESQUECER A VIDA SENSÍVEL DO MUNDO, ACABOU
POR SE ESQUECER DE SI PRÓPRIO.
OS CHEYENNES DAS PLANÍCIES SABIAM QUE A PERDA
DE RESPEITO DEVIDA A TODAS AS FORMAS VIVAS, HUMANAS , ANIMAIS, VEGETAIS, LEVA
IGUALMENTE A DEIXAR DE RESPEITAR O HOMEM. POR ISSO MANTINHAM OS JOVENS SOB A
DOCE INFLUÊNCIA DA NATUREZA.
...
AQUELE QUE NÃO RESPEITA O PÁSSARO, NEM
A MONTANHA, NEM A ÁGUA DOS RIOS, QUE FERE A TERRA E ENVENENA O AR QUE RESPIRA,
ESSE DESPREZA A VIDA MARAVILHOSA. JÁ NÃO SABE LER A BELEZA DAS COISAS SIMPLES,
QUE ACOMPANHA TODOS OS GESTOS DA VIDA E PROTEGE O HOMEM DESDE A INFÂNCIA, COMO
UM PÁSSARO DE ASAS DE OURO.
(SABEDORIA AMERÍNDIA)
ECOS!
1 O que me preocupa mais em relação ao coronavírus? A Espanha e o comportamento colectivo dos portugueses. Com a Espanha, que é um país e um povo que eu admiro profundamente, sucede, todavia, um embaraço histórico: é o nosso único vizinho territorial e um péssimo vizinho. Seja a construir centrais nucleares encostadas à fronteira comum (ficando eles com a energia e nós com a poluição e o perigo), seja a gerir os caudais de água dos rios internacionais que, para azar nosso, são os nossos maiores e nascem todos lá, seja a aplicar os seus métodos predadores de agricultura no Perímetro de Rega do Alqueva, que nós pagámos, ou a pescar nas águas da nossa ZEE, a Espanha não é, infelizmente, o tipo de vizinho que mais se deseja ter. E agora é a maior ameaça que enfrentamos à disseminação do Covid-19, que lá já entrou em indisfarçado descontrole. À hora em que escrevo, de quinta-feira, Portugal tem 78 casos confirmados e zero mortes e Espanha, com quatro vezes mais população que Portugal, deveria ter, consequentemente e aplicando a nossa bitola, cerca de 400 casos e não mais de quatro mortes. Mas já vai, nesta quinta-feira, em 3500 casos (45 vezes mais que Portugal) e 86 mortos. Há 15 dias, quando a situação em Itália já estava também em descontrole, um bar do centro de Madrid (região onde ocorreu metade dos casos de infecção) ostentava um cartaz que rezava ufanamente: “Aqui não há máscaras nem desinfectantes: morremos como heróis, a beber uma copa.” Muy bravos, pero peligrosos. Sucede que, como é de tradição, milhares destes bravos vão provavelmente invadir Portugal dentro de dias, no período da Páscoa.
A segunda coisa que
mais me preocupa é a reacção em cadeia e irracional dos portugueses. Nada que
não fosse de esperar, sobretudo nestes tempos da imbecilidade organizada das
redes sociais, incentivando o pior de cada um e desaguando fatalmente no pior
de cada sociedade.
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