FRANCISCO A PREGAR AOS SURDOS
(Imagem Jornal Público-24 de Maio-REALIDADE BRASILEIRA)
FIQUEI ESTÚPIDO NA MESMA, COMO SEMPRE ESTUPIFICADO (!!). Depois de ontem ouvir Francisco a falar sobre a
relação do homem com a natureza. Que seria uma boa altura para se repensar este
mundo novo.
Fiquei TAMBÉM MUITO desconfiado, como ando desde os inícios desta
tragédia. No horizonte nada de novo...FESTAS-BOA VIDA- DESTRUIÇÃO E SAQUE DE TUDO O QUE MEXE-
RIA DE AVEIRO DESPEJO ILEGAL DE PRODUTOS TÓXICOS.
PRAIAS REPLETAS DE GENTE A PASSEAR- RUAS COM FILAS PARA
AS COMPRAS.O SORRISO RASGADO DO COSTA- E OS MERGULHOS DO MARCELO PROFETA DO POVO, HOMEM DO POVO..CAVADOR E CALEJADO NAS FORMAS DE COMUNICAR A BANHA DA COBRA.
ESTÁ TUDO COM SAUDADE DO RETORNO . POR TRÁS DESTA
APARENTE NORMALIDADE EXISTEM MILHARES DE PESSOAS SEM EMPREGO E SEM MEIOS DE
SUBSISTÊNCIA. TENHO A CERTEZA QUE NADA SERÁ IGUAL (SOCIALMENTE) DAQUI PARA A
FRENTE. MAS AO NÍVEL DA DESTRUIÇÃO DO PLANETA ELA CONTINUARÁ...IMPARÁVEL(!!)
HOJE PELA MANHÃ O ROUXINOL CONTINUA A CANTAR EM FRENTE
DA MINHA JANELA E DEI DE CARAS COM AS PALAVRAS DE TAVARES QUE UMA VEZ
MAIS GOSTARIA DE TER SIDO EU A ESCREVER. SÃO OS MEUS PENSAMENTOS E AS MINHAS
REDOBRADAS PREOCUPAÇÕES.ESTAS NINGUÉM MAS TIRA!!!
Sesimbra ontem-praia da Califórnia.
Sesimbra ontem-praia da Califórnia.
CITO!!
Quem foi que disse que nada será como dantes?
As Bolsas animam-se com a retoma económica na China, puxada a todo o gás pelas
centrais a carvão; a Amazónia, escondida temporariamente dos satélites pelas
nuvens e pela pandemia à solta em terras do Brasil, aumentou em 171% a área
desflorestada em Abril, em comparação com igual mês de 2019 (529 km2 a menos de
floresta tropical); e na Europa, sob pressão das companhias aéreas, Bruxelas
abandonou qualquer veleidade de limitar a lotação dos aviões, um dos mais
intensos poluidores atmosféricos e um dos mais eficazes focos de propagação do
vírus.
Entre nós, muito se escreveu e falou sobre um regresso ao campo e à pequena
agricultura familiar e biológica, cujos benefícios e atractividade o
confinamento forçado tinha permitido redescobrir, e também se escutaram juras
de revisão do modelo de turismo assente nas multidões e na destruição de
habitats naturais: quase me vieram lágrimas aos olhos com esses textos lindos,
comoventes, inesperados. Pois, aí está: a agricultura que é apoiada, financiada
por dinheiros europeus e aquela por onde vagueiam exércitos de trabalhadores
asiáticos semiescravos é a agricultura superintensiva, predadora da terra e
esbanjadora de água.
O olival já transbordou do Alqueva e pode ver-se em faixas da A2, a caminho
do Algarve, ou na Barragem do Maranhão, onde antes se nadava e fazia remo e que
agora está coberta de uma espuma Oliveira da Serra, vinda dos fertilizantes que
era suposto serem biodegradáveis. Mas ao Alqueva também já chegou o amendoal
intensivo, que, depois de ter secado as terras da Califórnia, procura países do
Terceiro Mundo que não defendam a sua água e ainda subsidiem os seus predadores
— e não há muitos. Na Costa Vicentina, temos as estufas dos frutos vermelhos
intensivos, onde só o dito Parque Natural é nosso, tudo o resto é estrangeiro:
os donos, os trabalhadores, os frutos. No Algarve, enfim, ao abacate, esse
fruto que entrou na moda via ceviche e que é tão português e tão amigo da pouca
água que lá há, veio agora juntar-se apressadamente, no Sotavento e por via
covid, a cultura intensiva dos laranjais: a montante da A22, terraplena-se a toda
a força, planta-se aos milhares e abrem-se furos como se ali debaixo corressem
rios, entretanto secando a jusante as pequenas hortas e culturas dos
agricultores locais. E, mais para baixo e para poente, a Lone Star (sim, a do
Novo Banco) prepara-se para começar aquilo a que o dirigente da Almargem Luís
Brás chamou, adequadamente, “um projecto do século passado, desajustado ao
presente e ignorando o futuro”: trata-se (eu adoro esta linguagem dos
arquitectos a soldo dos patos-bravos) de “uma peça arquitectónica integrada num
parque ambiental que inclui mais de 6o hectares de zonas húmidas”. Trocando por
miúdos ou por milhões: trata-se de construir uma “cidade lacustre”, no pesadelo
que já é Vilamoura, acrescentando-lhe mais 2400 camas e para tal desviando a ribeira
de Quarteira e criando um ninho de criação de mosquitos numa zona onde
recentemente foram detectados focos de doenças causadas pelos mosquitos e que
estavam há muito desactivadas. Em tempos de pandemia, com tanto que se tem dito
e escrito sobre os vírus causados pela agressões à biodiversidade dos
ecossistemas, é caso para dizer que não podia haver projecto mais actual e mais
integrado no ar do tempo!
Tudo isto suponho que seja apoiado pelo Turismo, sei que é financiado e
acarinhado pela Agricultura e, como habitualmente, passa tudo ao lado daquele
senhor que tem como alcunha ministro do Ambiente. Como é que nada poderá não
ser como dantes?
2 Procurem no Google a Villa de São Paulo, no Estoril. Trata-se de um
palacete em óptimo estado de conservação, que aparece descrito como o melhor
espaço de Portugal para um estrangeiro se vir casar. Tem três andares, servidos
por elevador interno, 14 quartos, diversas cozinhas, salas e salões e um enorme
terraço com piscina em cima do mar e com acesso directo à praia, ali em baixo.
Não vale menos de 10 milhões de euros, a preço de ocasião. Mas o Novo Banco
vendeu-o por 3 milhões, integrado num pacote que envolvia também um terreno em
Alverca, um prédio no Chiado e uma quinta em Sintra — tudo representado por um
crédito de 17,4 milhões, mas que o banco vendeu por 5,7 (um desconto de 67%) ao
“Rei dos Frangos”, o maior accionista privado do Benfica, de cujo presidente é
sócio e amigo (e o qual, por sua vez e através das suas empresas, é dos maiores
devedores do NB). São créditos destes (quantos — dezenas, centenas?) que o NB
não “consegue” cobrar e que se vê “obrigado” a vender com descontos de 70%, que
depois regista como imparidades e de que apresenta a factura para pagamento aos
contribuintes. Mas isto é só a superfície do negócio. Quem sabe, escavando mais
fundo, se não se descobre ainda petróleo debaixo disto tudo? Como no Texas, de
onde eles vieram...(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 23/05/2020)-
FRANCISCO CONTINUA
AINDA A REMAR CONTRA A MARÉ E TAVARES A ACERTAR NO ALVO.
EU RESTA-ME O
ROUXINOL À MINHA PORTA E O MEDO QUE NUNCA MAIS ME ABANDONOU... ISTO SÓ TERMINA
QUANDO A NATUREZA ESTIVER SACIADA DE SANGUE E NEGRO .
A BESTA HUMANA AINDA
NÃO APRENDEU A LIÇÃO(!!!)
-TERMINAR(??)ISTO AINDA AGORA COMEÇOU...
As obras do artista e ativista AleXsandro Palombo estão espalhadas pela cidade de Milão e servem de apelo à generosidade e solidariedade neste momento difícil, em que Itália e o mundo enfrentam uma pandemia ainda sem fim à vista.
-TERMINAR(??)ISTO AINDA AGORA COMEÇOU...
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