LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Alcine PRIMAVERA

 

 

 


 

«PALAVRAS QUE O VENTO NÃO LEVOU»

 "Quando o homem se afasta da natureza o seu coração se torna-se difícil"
- Ditado Lakota(moradores da pradaria) -
Eles fizem parte de uma confederação de sete tribos sioux (a Grande Nação Sioux ) e falam o idioma dacota, um dos três principais dialetos.Grandes pensadores e enormes defensores do meio ambiente A PRIMAVERA DER 2024  COMEÇOU EXATAMENTE QUANDO ESTA FLOR (REBELDE)DESABROCHOU  NO CENTRO DE UM OCEANO VERDE num qualquer dia  da semana de 8/12 de Janeiro.Os dias ficaram luminoso e os primeiros pássaros apareceram vindos do sul. Para quem está a tento com atenção JACINTO ROMÂO; tudo será diferente e para melhor (fora do mundo dos homens )a partir desta semana ; NÃO NÃO É EM MARÇO. De imediato lembrei-me de ti Alcine e de todas as pessoas com aura de encantamento que passaram na minha vida.

ENCANTADAS e INGÉNUAS 

tu menina , fazes parte desse grupo. Assim como Paula e Salvador.

PALAVRAS

PALAVRAS

PAROLES

PAROLES/ e são as palvras que me ligam às imagens e estas às primeiras.Para os que terão hoje 60 ou mais anos , lembrarão a mítica canção de Dalida  e Alain Delon>>(Une parole encore)
Paroles, paroles, paroles
(Écoute-moi)
Paroles, paroles, paroles
(Je t'en prie)
Paroles, paroles, paroles
(Je te jure)
Paroles, paroles, paroles, paroles, paroles
Encore des paroles que tu sèmes au vent

« Nick Willings pediu à mãe, apesar de saber do seu feito reservado, para aceder a fazer um documentário. O objetivo era muito íntimo: "Fiz este filme para entender e conhecer a mãe. Para compreender por que é que o pincel era mais importante do que eu".Por isso é que lhe perguntei se ficou espantado com algumas das histórias.
Com quase tudo! Algumas sabia delas mas não da maneira mais real. A história do primeiro encontro com o meu pai. Lembro-me de ouvir aquela história de uma maneira diferente. De uma maneira mais romantizada. [Paula Rego e o marido tiveram sexo no dia em que se conheceram]. FLASCH /Abril de 2017 »

 Nick Willing, filho de Paula Rego e realizador de “Paula Rego, Histórias & Segredos”. Paula Rego  aos 80 anos revelou-se aos filhos e falou de uma forma como só PR e estas pessoas encantadas conseguem exprimir-se  –  incómoda, e talvez chocante para alguns. Empregou exatamente os termos corretos para descrever dois momentos. O primeiro quando conheceu o futuro marido alguns anos mais velho do que ela ,esta ainda estudante.

«-Estávamos   numa inauguração de uma exposição, levou-me para uma sala ao lado, fechou a porta, baixou-me as cuecas e...(empregou mesmo o termo correcto-F ali mesmo!». Assim como  outros pequenos acontecimentos que nos poderão deixar perplexos , aos que não têm a sorte de conviver com a ingenuidade pura das pessoas encantadas.O outro foi quando se referiu à sua juventude e festas em grupo.

-Como era a vossa relação máe?

- Andavámos todos a F....!uns com os outros.

Salvador surpreende-nos de uma forma mais dramática.Em finais de 1988 já nos limites da vida, dá a sua última entrevista à TVE, penso que para alguém que conheceu o percurso do pintor, estava perante um momento único. A primeira vez que Dali foi claro e honesto nas suas palavras. Excêntrico nos limites admissíveis, com um talento enorme para a pintura, admirando e seguindo as pegadas dos clássicos..viveu à conta desse enorme poder de comunicação>>«Você tem que criar a confusão sistematicamente, isso liberta a criatividade. Tudo o que é contraditório cria vida.» ou «Deixa-me por um instante submergir na loucura dos artistas. Esquecer as regras que impõem ao homem não transgredir tudo aquilo que nós conhecemos. Não temo a aventura de viver num mundo surrealista porque o meu espírito não conhece outra verdade que aquela que me eleva até às fronteiras do impossível. No dia que deixar de sonhar, manda-me flor brancas.»

 

 ...mas  a que me tocou e se tornou inesqucível: « los genios no deberían morir!». Pela primeira vez vi Dali descer à terra sem perder o estilo que fez dele um MITO. 

Alcine, vive na minha consciência no mesmo nível da pureza que Salvador e Paula.

- ALVARITO, ALVARITO, ÉS TU? RESDTOU NA COZINHA ENTRA...


 

ALCINE PRIMAVERA- AI o TEU SORRISO...


Brisas na RUA NOVA

POEMA ESTRUTURADO EM IMAGENS MENTAIS DEDICADO à minha VIZINHA de SEMPRE ALCINE/A PROENÇA
Com FLORES, como não podia deixar de SER.E múltiplos ODORES .







ALCINE PRIMAVERA
MEMÓRIA AO SOL DE 2017
PRIMAVERA ALCINA 
...na RUA NOVA

20 de FEVEREIRO do ano 17
do outro SÉCULO 
PERTENCE à HISTÓRIA, a NOSSA.


Nasceu ALCINE/A PRIMAVERA. 
nas NOSSAS MEMÓRIAS.
 
Nem a última vez que te vi lá para os lados de SESIMBRA, te senti idosa ou acabada... reflectias HARMONIA e JOVIALIDADE. SORRIAS, o mesmo sorriso que nunca se apagou da tua VIDA.PORÉM SABIA QUE SERIA  A ÚLTIMA VEZ QUE CONTIGO ESTARIA...FUI PARA ME DESPEDIR.

As primeiras FLORES enchem-me os campos ATÉ ONDE A VISTA ALCANÇA, o CALOR DO REI SENTE-SE na pele, afaga-me o ESPÍRITO e não me deixa desfalecer. Nada mais será igual.
Os longos meses escuros, frios, tristonhos chegaram ao seu termo. Com pouca ou nenhuma história - outro VERÃO CHEGARÁ, outro VERÃO como outros VERÕES passados, distantes nos gestos, apagados nos SONHOS- as "ROUPAGENS" do desgaste da soma, ou SUBTRACÇÃO?!...
ANO, que foi o anterior.
DESPIMO-NOS dos pensamentos mais escuros   com este SOL que já aquece. Tudo de bom acontecerá até Maio  no desabrochar da MÃE NATUREZA.
Aproveitem-se os dias, rápidos no calendário e nas nossas vivências. Repetição.
ANTES do longo INVERNO que  rápido voltará.
...

 Hoje é PRIMAVERA , não no calendário , mas na leitura que faço ao que me rodeia, e chamo-lhe ALCINE- VIZINHA ALCINA ou ALCINE?...pouco INTERESSA o modo de usar as letras e as suas associações .  Só as imagens "ROUBADAS ao esquecimento, me trazem inspiração.
Trato-a por "TU" porque é "MENINA", PURA e SORRIDENTE. 
Sempre esteve presente. 
Sempre foi jovem. 
... 




O que me ficou nas  longínquas recordações   FLORES , os teus vasos pintadinhos, o cimento BRILHANTE, (perdi o conto) às vezes que o poliste com o pano de lã macio , SEMPRE a tua CASA APRUMADA-FRESCA a cheirar às ERVAS mais doces da PLANÍCIE a perder de VISTA. 





Foste sempre a PRIMAVERA ao meu OLHAR. Nem nos queixumes, nem nas dores te senti AMARGA, injusta ou menos FELIZ que todos os teus cantos , numa RUA, numa TERRA que não era a tua . Mas que tu adoptaste.
Vou lembrar-me de ti em todas as PRIMAVERAS, quando vir um "ALEGRETE" de Flores, ou uma porta com chaves penduradas , movendo-se em pequenos gestos de convite.  JÁ ENTRO V´ZINHA ALCINE!ENTÃO ALVARITO... soavas, voz de Malmequeres pintados de azul , BRANCO e um amarelo FORTE CHAMARIZ DAS ABELHAS LISTADAS. Tudo cheirava bem onde os teus gestos marcavam o andar dos dias.
As tuas palavras, embrulhadas em FELICIDADE.
FLORES-AMORES PERFEITOS-ROSAS E JASMINS do teu quintal FLORIDO.





Quase como uma CARTA de AMOR, daquelas que se escreviam nos tempos do muito TEMPO, recordo os AFECTOS embrulhados de sorrisos macios ao toque da ÁGUA FRESCA, dos Verões da Rua NOVA. 

 


Aiii, o meu TÓ, o Meu Tó a minha NÁCITA e a Aurora em ABREVIATURAS de PIAR das andorinhas. ai a minha Paula!! PAULINHA está tão BUUUNITA.


Foste sempre a PRIMAVERA, numa rua de costas curvadas, de Negros INVERNOS de DORES assistidas pela PACIÊNCIA da HEROÍNA da porta em frente.
Das PORTAS ABERTAS e FECHADAS.

Desabafos
Contradições
DITOS

 SEGREDOS, que só vocês mulheres, sabiam.
Hoje esquecidos para sempre, no silêncio das paredes frias, das portas fechadas  que guardam as suas histórias  familiares.
Foste das últimas e por isso eu reservava um espaço na espera, para fechar o livro da RUA NOVA.



Vejo-te ainda de janela-aberta, emoldurada pela parede dantes branca  como todas, de rodapés contrastantes, antes muito antes da invasão dos mosaicos e da moda dos azulejos, para poupar trabalho e gastos de dinheiro..
O teu assomar para o dia. 


V´ZINHAS!!!..




Bom DIAAA.!!
Gestos de carinho , trocas e vozes pela manhã, movimentos de vassoura e pequenas viagens ao LAVADOURO , lá para a noite, Longe das MULTIDÕES. Ai!!! o MESTRE, o meu MESTRE. camisas brancas aprumandinhas. Cozinha AMPLA fotos e olhares.



 


ALVARITOOO , Tou aqui,,,no fundo do QUINTAL. Como um SOPRO, uma aragem, um nada, apareceram as primeiras FLORES BRANCAS-CHEIRA a ERVA, o calor roça-me "ao deleve" no ROSTO-não tenho a planície perto do meu OLHAR, nem um Cântaro de água FRESCA, nem a tua MÃO no meu OMBRO quando na cadeira pequenina a tremelicar,me sentava sobre o GRANDE TRONO do CORTA -ORELHAS. A tua mão e o teu SORRISO,,, 





ALVARITO!!ELE tá a BRINCAR...eh, eh,,eh!!






As  VISITAS-as NOSSAS VISITAS-as PARTIDAS, os meses e os ANOS e a separação quase para SEMPRE. 
Hoje PELA MANHÃ, soube que há dois dias tinhas deixado de SER a V´ZINHA ALCINE para te transformares em ALCINE PRIMAVERA, de todas as FLORES e CORES. 
Estás hoje e ontem, em tudo quanto é LUGAR, iluminas os nossos DIAS, tudo é VERDE, PINTALGADO de cores e a ÁGUA permanecerá fresca. No meu OLHAR caem as LÁGRIMAS da SAUDADE, de MIM, de TI, da VZINHA da FRENTE, dos Homens e dos fregueses , da BELEZA das tuas RAPARIGAS-do VAIVÉM do MESTRE PECURÉ, da DOR dos joelhos rasgados, de TUDO que iluminaste para todos nós crescermos em SEGURANÇA e com MUITO para CONTAR

 
 
 
 

na... na RUA NOVA, AI o TEU SORRISO à espreita.
Ai o TEU SORRISO!... logo pela manhã.





 

Com AMOR de VERDADE...  VERDADE 
VIZINHA ALCINApara todo o SEMPRE.
SERÁ  os dias quentes de aragem fresca a "MOLHAR-ME" o olhar e o SEU SORRISO PLANTADO-
AMOR PERFEITO dos seus vasos CAIADOS













Este o meu TRIBUTO a uma das últimas senhoras da RUA NOVA . Onde nasci e onde estruturei os sonhos, para esta longa caminhada que tem sido a minha vida. Pouco resta dos saudosos anos sessenta, setenta e oitenta. Espaços de TEMPO, no qual fomos uma imensa multidão e não tínhamos a noção que estávamos a viver uma felicidade INTEIRA.

Só Damos Valor quando Perdemos

 

 


 


 


.



domingo, 14 de janeiro de 2024

A MERCEARIA


Ó DE CASA, ESTÁ ALGUÉM????! 


 

o caos e a ordem

Fragmentos do tempo, do tempo que nos resta.

o caos e a ordem

 o caos

ao acordarmos temos o mundo.  
despedaça-nos. tira-nos todas as boas intenções>(!), ao acordar-mos.

Não HÁ LUGAR PARA A FUGA - CAMINHOS DESIMPEDIDOS.
fugir EM VÃO! portas abertas para o sonho.
 O GRANDE-diabo OLHA-NOS.DEVORA-NOS!
ENFIAR OS INDICADORES “PELOZOVIDOS” A DENTRO, dá em nada . o ruído permanece , a dor é uma  constante .  NÃO HÁ sítios SEGUROS…Nas noites de winterthur    o amor é lenda.  

As janelas de kiev deixam entrar os gélidos ventos da maldição. 

hoodyDEIXOU (POR ESCOLHA)DE SER TOLO- ROMâNTICO. já não “CANTA” manhattan, embebeda-se (entre estatuetas douradas tais óscares inventados)na solidão do apartamento dos milhões

 em gaza uma maldição!
Ai a dor, dor do pensamento... dentes enraivecidos!

 Miller abdica das erecções por Marilyn e senta-se em silêncio ao lado  o palhaço augusto num jardim vazio de pássaros e pessoas. "É como nascer e morrer ao mesmo tempo. Estou preso no Purgatório. .Augusto calado e mudo suspira esquece o seu criador.

devorado pelo drama da existência. esquece o palco e das palmas.

che arrepende-se da escolha do guerrilheiro e castro dos que matou…
 
…ai o acordar, a dor das mãos atadas.
 tempos modernos, tempos modernos chaplin pendura  a bengala. burton tem  a certeza que o seu cavaleiro sem cabeça nasceu no lugar errado,ficção…realidade. stone e kristel gemidos, pernas cruzadas grutas para os sentidos, sexos fragmentados. FRIOS COMO AS NOITES  SEM JANELAS  DE KIEV A GAZA.
 NAs noites de todas as cidades, escuras, vazias  já não se ouvem (nos bares em arrumação), os acordes de veloso//empenhei o meu anel de rubi para te levar ao concerto no tivoli.
louis já não canta  I see trees of green,
Red roses too
I see them bloom
For me and you
And I think to myself,
What a wonderful world
 o mesmo será dizer:>Que mundo maravilhoso
Vejo árvores verdes,
Rosas vermelhas também
Vejo-as florescer
Para mim e para você
E eu penso comigo mesmo,
Que mundo maravilhoso

das noites de winterthur, resta-nos o nome- existem as PAREDES SÓLIDAS , TAL chalé de madeira centenária, perdeu-se o calor dos corpos, o odor a pinho velho..o SABOR adocicado DAS SECREÇÕES do sonho PERENE, sem fim.
Escondido dentro de ti clímax duplo queimado pelos desejos dum principiante. nesses tempos existiam ilhas  de contentamento.fogo na ponta dum mastro-farol a dirigir os barcos perdidos e levá-los a bom-porto.
Resta-nos as grutas para onde somos levados pelas fadas.
TEU CORPO-OFERENDA
DÁDIVA
 PERFEIÇÃO
CINEMA FECHADO

FICÇÃO -ESQUECIMENTO-APATIA- GENTE QUE SE CONFRONTA-OFERENDAS ENVENENADAS-
 O OCIDENTE AO ORIENTE PERDEU-SE O RUMO.
NADA SE DIFERENCIA, AS IMPRESSÕES DIGITAIS QUE A  TOQUE ABREM A  PORTA PARA O PRECIPÍCIO SÃO TODAS IGUAIS COMO CARNEIROS PERDEMOS  A VONTADE. EM FRENTE ÀS PAREDES  DE CUZCO,>>> Atahualpa FOI QUEIMADO VIVO, todos o fomos nesse dia. E COMEÇOU AÍ A NOSSA MALDIÇÃO. TONELADAS DE OURO OS MAIS BELOS DIAMANTES, NADA É SUFICIENTE PARA SATISFAZER OS SERES DIABÓLICOS QUE DIRIGEM AS MULTIDÕES.palácios espanhóis pintados com o sangue de milhões.
Pachacámac e Cuzco JÁ NÃO EXISTEM,
 NAS PLANÍCIES A PERDER DE VISTA, OS BISONTES DESAPARECERAM COM OS OS BANDOS DE PERDIZES E ABETARDAS.  OS FELINOS ESTÃO EM EXTINÇÃO, TONELADAS DE MARFIM QUEIMADAS DEITAM O FIM DOS PAQUIDERMES. OCEANOS VIOLADOS, SAQUEADOS.
  NAS NOSSAS NOITES, EM TODAS AS NOITES DE KIEV, GAZA, LISBOA, LONDRES E NOVA YORK JÁ NÃO EXISTEM VIDROS NAS JANELAS…O GÉLIDO VENTO DA IMPOTÊNCIA DESTRÓI-NOS A ESPERANÇA, TRANSFORMAMO-NOS EM SERES ERRANTES NO MEIO DE UM INTENSO NEVOEIRA QUE NOS TOLDA A VISTA E OS SENTIDOS.
ESCRAVOS DO TEMPO!
PAREDES DE CUZCO CONSTRUÍDAS PELOS DEUSES- A PERFEIÇÃO DA ARQUITETURA,,,NEM AS L MINAS ENTRAVAM NAS FENDAS INEXISTENTES.
A QUEDA
ROMA
MUITAS ROMAS DEITADAS POR TERRA…FOI SEMPRE E ASSIM SERÁ ,,,O HOMEM CONSTRÓI PARA DESTRUIR.
PORQUE NÃO DORMES PARA SEMPRE?
-PORQUE ACORDO SEM QUERER…(!)
O nevoeiro é como uma cortina
O nevoeiro é uma fronteira
Só vislumbro silhuetas até 10 metros
O nevoeiro é uma cortina fronteira entre o PASSADO e o PRESENTE.
DAS NOITES DE WINTERTHUR RESTAM AS MEMÓRIAS, TAMBÉM AQUI AS PESSOAS MORRERAM.
dolores ainda geme, surrurrando a  frase mil vezes ouvida na dor dos sobrevivente»é poesia sem sangue, ficção tornada, estúpida a dor e o arrependimento «Todo el país vibra de indignación ante esos desalmados que quieren, por el fuego y el terror, sumir a la España democrática y popular en un infierno de terror. Pero no pasarán!!!!.»

NA GRUTA ONDE TE ESCONDES ...as imagens são uma ferramenta fantástica para a memória.

Não nos deixam enganar pela mente.
 Uma fantasia do real e um amor intenso e inteiro. PERMANECE ATÉ AO ÚLTIMO SUSPIRO.
LÁ FORA SÓ EXISTEM MONSTROS!!MONSTROS.
JÁ NÃO NASCEM CRIANÇAS.






ACORDAR DÓI,

...é (re)ESCREVER a história de cada dia NO SILÊNCIO E NO ESCURO DA MADRUGADA

HÁ  CERTEZAS QUE NÃO ME LARGAM.

Dúvidas que transporto no respirar. PORQUE NÃO DORMES PARA SEMPRE?

-PORQUE ACORDO SEM QUERER…(!)

 

O nevoeiro é como uma cortina

O nevoeiro é uma fronteira

Só vislumbro silhuetas até 10 metros

O nevoeiro é uma cortina fronteira entre o PASSADO e o PRESENTE.

 

São os retratos de papel que nos moem os ossos, tenho tantos...fui sempre um recolector,uma ratazana procurando o papel para me alimentar.

 

ESTAMOS TODOS! desta vez também é para si senhor Monteiro(lá vai o Monteiro pá da LOLA  mais velha!)dizia a minha mãe e digo eu 60 anos depois ou andamos lá perto desses números.

...as fotos antigas são sempre lindas, parecia tudo tão simples e tão fácil...hoje exige muita energia para continuarmos a pensar. 

HAAAA!!!!a beleza reside nisso, na procura e na introspeção, e muitas vezes na resignação,

 Mas, que dizer quando consegue ter a mais bela aluna da turma no tempo fora do tempo?

Ficará cara e poderá transportar tragédia...pense nisso, hoje certamente saberá a resposta.

 

Observo as ruas e as avenidas das minhas cidades, observo e reflito

Lídia Jorge 

num dos jornais do dia sente-se desencantada com  a DEMOCRACIA, Lídia descobriu há muito a carcaça putrefacta, só hoje dia 30 do ano que se foi ,a tornou pública.


 

 

ESTAMOS TODOS!"

Reflicto porque as conheço do antes. 

ESTAMOS TODOS!

Mr.Jimmy fechou a drogaria,é um Irlandês que comprou o trespasse para se entreter num país do sul.Onde vou aos parafusos com anilhas duplas? e a palha d´aço  a  meio metro?

- Na zona industrial !

ESTAMOS TODOS!

E o Alfaiate Maçaneiro?

,,,já não há Alfaiates. E o pronto a vestir do Prezado? um inovador pá.

Já não há pronto a vestir!

E o canto das moelas e dos torresmos?

Fechou!

A papelaria?

-FECHOU!!

As imperiais em como fino servidas pelo pai do Vasco, os copos ficavam com  aquela espuma cristalizada.

-Partiram-se todos os copos e o tipo do Papillon morreu. 

ESTAMOS TODOS!


Sabes que abriu uma loja(TUDO AO PREÇO DA CHUVA) dos 300?

Tudo a 300 para e encheres a casa .

-Mas o Marino também fechou?

Qual Marino? o de «SanLourenço», tinha um bicicleta de corrida e ganhou para surpresa de todos a volta a o Redondo em bicicleta.

-Não era o do Mendes Meira e Nisa?

-Também fechou?

Não é uma loja de Chinês?

Aquele buraco grande vai dar lugar a um Centro Comercial, mas aquilo é gigantesco. Sim é dos maiores da Europa.

 Chama-se COLOMBO.Somos sempre os maiores...

Vamos comer um coirato!

Eles estão algures em frente ao Estádio da Luz.

ESTAMOS TODOS!

 Falar com as  brasas olhando as sombras no fundo da lareira pintada pelo fundo mascarrado de décadas.

 Na mexas  crescem-te cravos!

 

Onde está a  mulher dos chupas, a Espanhola com o carro de rodas de bicicleta.-Morreu também. Tinha fugido quando da Guerra Civil, como outros adaptou-se.

E o pai do Carlos do 3ºano, que vendia e trocava livros de Cow-Boys?

Já morreu há 4 décadas.


Dez  horas da noite, está escuro e a estrada perigosa onde irá o precário da TELE-PIZA aqui para estes lados?

- O Paquistanês, da bicicleta elétrica, está uma chuva miudinha , coitado onde irá entregar o hambúrguer do MAC.

Dói-me o coração, quando os observo na rua, venero esta gente e a coragem que tiveram a abandonar as origens para procurarem uma interrogação.

ESTAMOS TODOS!

 O som da mão de ferro(batente), fez soar a chegada de alguém, vésperas de natal, a família pequena de três pessoas restavam reunidos em redor da "camilla".Ela tinha chegado 
à cidade e apanhou um TÁXI para fazer surpresa.O seu inconfundível saco cinzento cheio de desejos e sonhos jamais me esquecerei dessa imagem. A ordem veio de cima

- Podem dormir juntos, então se dormem lá fora. É tão quente o teu interior, um forno.

 Os objectos SÃOMUDOS mas contam histórias .

 Viajam de mão em mão somando outros sonhos.

ESTAMOS TODOS!

A seguir fechou a carpintaria, a loja de mobílias a quinta tasca e ainda a que restava, A costureira reformou-se pelo cansaço da espera.

Os dois cafés deram lugar a uns bares de cadeiras altas ao balcão.

 No cinema já não se fazem filas. Nem «bichas» existem nas esquinas da cidade.

 As lojas dos 300 também, passaram à história.Mau material vindo da China. O Bruno dos Covões ganhou uns milhões. Viajou por todo o mundo, à conta das tigelas de esmalte duvidoso e das ferramentas que se partem ao primeiro uso.

 Comida rápida levada a  casa. 

O meu amigo pintor, talentoso e rico,acabou os seus dias sozinho sem se fartar de ligar o número:

-ALLÔ ALLÔ!!Traga-me duas bifanas de Vendas-Novas e uma garrafa da Herdade das Servas.

 

O Precário pedala pelas ruas das cidades na sua bicicleta elétrica. Engulo em seco quando os observo,penso nos meus e nos vossos filhos , que não são médicos, enfermeiros, professores, juízes, policias ou outra qualquer profissão à conta do estado. Os precários, corajosos Indianos, Paquistaneses, Sírios e também Portugueses que tiveram que se fazer à vida  sem Bastonários que os defendam. Estes HERÓIS dos TEMPO MODERNOS, pedalam, pedalam nas cidades vazias , de lojas, de vizinhos de esperança. As lojas, os cafés, a alfaiataria, o pronto a vestir, a drogaria, a churrascaria, as taskas. Tudo se foi, com elas as pessoas. Parece que existem ainda muitos e novos cabeleireiros talvez dez por Km quadrado 

Barbearia Cunha centenária , foisss!

E existem os centros comerciais, também estes fecharão... está aí uma nova moda, apareceu com o COVIS e as guerras. Compras On-line, vão levar a casa, vêm trazer a casa nem precisas tirar o pijama. 

Finalmente és totalmente feliz> A SOLIDÃO "APORTOU"  antes de seres avô .


Boas Festas e que 2024 seja repleto de muita saúde e sucessos. Antes de cimentar a televisão no muro , deixa-me pensar, vomitar para cima dela...destruição de Gaza estruturada  numa mentira
 
 A máquina infernal faz vítimas também por cá , jogo sujo é dos porches, não havia necessidade. Já não voto há 40 anos, apetecia-me destavez que bebessem o veneno próprio jogo sujo ó Rosas , deixem a casa do homem em paz, e defendam ordem parao povo. (mas há povo?). 
O POVO FOI SERENO!é só fumaça , Pinheirooooo!!?HAM HAMMM! tens  razão-50 anos malditos.
 
votaaaa PORRA!
Chegou um tal Salvador!
Quem é o Galo?
 -Zé Relvas(...) !
Mas esse na morreu há centenas?
-Morreu mas este atira a ele.
 >>>>!!!!!divisionista ! fascista!!
Não diga por favor senhor Pinheiro. Não diga...é o primeiro.
 
>>VÃO «BARDAMERDA MAIS O FASCISTA!!»

EU BEM DIZIA!
 
MAS QUEM É O GALO DAS BARBAS?
 
  É UM TAL "PNS", O SALVADOR DA PÁTRIA...ESTAMOS FRITOS, NÃO É O PEDRO DOS PORCHES?
- É mana É! vendeu os Porches para tirar selfies com os bacocos.
-QUEM??? NÓS!!ceguetas...
-Estamos fritos!
-Estamos fritos mas primeiro fo#idos.Nem pá rectórica lhe vejo gêto.
- Na é preciso, o marketing faz resolve e as infindáveis horas de tv raska fazem dele um santo, passa de SANTOS  a SANTO.Bem que venha o Pinheiro daZevedo ou o Bochechas.
Já morreram!
...mas há gente nas cidades?
No Meo Arena 💫há muita gente !QUERES VER GENTIII?

 Qual da FAMÍLIA JACKSON Portuguesa, o encheu novamente?
 
- O que canta «os sonhos de menino» ou um dos filhos com  a «BorboletA»?
 
  Não nenhum desses, desta vez foi a Madonna. 
 
Também já estão à venda os bilhetes para o Rock In RIO, para o NOS ALIVE, Meo Sudoeste,

SUPER BOCK SUPER ROCK

NORTH FESTIVAL

 

SUMOL SUMMER FEST

 

MEO MARÉS VIVAS

 

MEO KALORAMA

 Cool Jazz (Cascais)

 Jazz em Agosto (Lisboa) 

 TMN Sudoeste (Zambujeira do Mar) 

 

 Festival Vilar de Mouros (Vilar de Mouros) 

 

Vodafone Paredes de Coura (Paredes de Coura) 
 
Sol da Caparica (Costa da Caparica) 
 

Festival do Crato (Portalegre)   

Festa do Avante (Seixal) 

Santa Casa Alfama (Lisboa)

Pinco Doce Pingo Doce VENHA Cá!!

E no Jumbo

E no Alvalade

e a lUZ e no DRAGÃO há gente que cansa.  

Todos os hotéis, todas as viagens , todos os restaurantes com ou sem neve estão esgotados amanhã .

...MAS MAS,,, porque te queixas?

-APETECE-ME!

Observo as brasas  e as silhuetas nas paredes das cidades vazias de pessoas e de comércio.Alguns  zoombies de smartphones encostados ao nariz, procurando melhor produto  na última compra ON-LINE.

 O migrantes fazem fila nas lojas do cidadão, ninguém lhes mostra os dentes. Os pobres das cidades fazem fila  (alguns desde a noite anterior) para conseguirem senha para uma possível consulta. O PNS o gajo dos Porches ganhou as eleições com o discurso de BEM-FEITOR. Os outros são os maus nós somos os BUÉS da BUÉS de bons novamente,mas não bebe PS? (...SIM,NÃO,TALVEZ!Prefiro o Costa, esse vai para Bruxelas, vão todos para Bruxelas, somos os melhores do mundo).

Nenhum governo ordenou o fecho das embaixadas Israelitas(...dá pra ver o qué esta gente)CARNIFICINA COBARDES ASSASSINOS. A matança de famílias inteiras continua de uma forma HITLERIANA.É longe! e parece ficção, os cinemas estão fechados por falta de clientela... vêm trazer a casa o "GLORIOSO SANGUE dos INOCENTES".

 O Nevoeiro permanece, não se vislumbram sete palmos à frente do nariz.

 Evoco os espíritos , os retratos de papel para não ir desta para melhor antes da próxima compra ON-LINE, o BOOM das LOJAS DIGITAIS, e o FECHO do último Centro comercial, porque a ZARA também terminou com as LOJAS-FISICAS e está em grande com as ON-LINE.

ESTAMOS TODOS MORTOS E NÃO SABEMOS!

 “Vai trabalhar p’rás obras!”.FASCISTAAAAA!!!!fascistaaaaaaa.

 

a ordem!!!

VERGUEM-SE EM SILÊNCIO, ESTA ESCRITA É SAGRADA, POIS TODOS OS ROSTOS PERTENCEM A PESSOAS TAMBÉM ELAS SAGRADAS.são raridades...as imagens de um tempo jamais recuperado.

A LOJA DO RATO

 

EU MERCEEIRO

BRAVOS- A LOJA do Rato

INTRODUÇÃO

Os BRAVOS 

 

Há 50 ANOS seguidos que vou ao S. MATEUS!!!
Frase célebre do Sr. Bravo o Velho Rato depois de dar um Murro na mesa.

«Simulação»


António Joaquim Bravo
1889 -1971(86 anos)
Rosa de Jesus Cantilhanas
  1900-21/09/1962(62 anos)


PRECIOSIDADE FOTOGRÁFICA
José Filipe Bravo (Zé do Rato, Padeiro, pai do Zé Augusto)-Rosa de Jesus Cantilhanas-António Joaquim Bravo e Joaquim António Bravo (Rato da Loja)
 
 
 
 
A MERCEARIA
(A LOJA!)
o caos e a ordem
Fragmentos do tempo, do tempo que nos resta.
o caos e a ordem
o caos ao acordarmos temos o mundo.
Despedaça-nos. Tira-nos todas as boas intenções>(!), ao acordar-mos...SOMAM-SE AS PREOCUPAÇÕES.
Não HÁ LUGAR PARA A FUGA - CAMINHOS DESIMPEDIDOS.
Fugir EM VÃO! portas abertas para o sonho?? DESERTOS DA PERDIÇÃO.
O GRANDE-diabo OLHA-NOS.DEVORA-NOS!
ENFIAR OS INDICADORES “PELOZOVIDOS” A DENTRO, dá em nada NADA de NADA.O ruído permanece , a dor é uma constante . NÃO HÁ LUGARES SEGUROS
Nas noites de Winterthur o amor é lenda.
As janelas de kiev deixam entrar os gélidos ventos da maldição.
Hoody abandonou (...POR ESCOLHA, SER aparentemente"TOLO") o Romantismo.
Já não “CANTA” Manhattan, embebeda-se (,,,entre estatuetas douradas tais óscares inventados) na solidão do apartamento dos milhões
Angie, Angie, when will those clouds all disappear//ANGIE DE JAGEER ANDA PERDIDA COM ABRANCA PELOS OBSCUROS BECOS DA BRONX>But Angie, Angie, ain't it good to be alive
Angie, Angie, they can't say we never tried
remember all those nights we cried
Em Gaza REINA o TERROR!
Ai a dor, dor do pensamento... dentes enraivecidos! GRITOS SURDOS.
Miller abdica das erecções para Marilyn e senta-se em silêncio com o palhaço Augusto num jardim vazio de pássaros e pessoas. "É como nascer e morrer ao mesmo tempo. Estou preso no Purgatório. .
Augusto« calado e mudo» suspira e esquece o seu criador.
O PALHAÇO, devorado pelo drama da existência LIXA-SE no palco(TAL ARENA IDILICA) e nas palmas.
GUEVARA FRUSTRADO com a escolha do guerrilheiro e Castro dos que ASSASSINOU…
…ai o acordar, a dor das mãos atadas.
Tempos modernos, tempos modernos(!!!) Chaplin pendura a Bengala.
Burton ESPALHOU-SE!
... o seu cavaleiro sem cabeça nasceu no lugar-TEMPO errado,ficção…realidade? OPTEMOS PELA SEGUNDA.
Stone e Kristel gemidos (CARNE, CARNE, FOME DA CARNE), pernas cruzadas grutas para os sentidos, sexos fragmentados. FRIOS COMO AS NOITES SEM JANELAS DE KIEV A GAZA.
Nas noites de todas as cidades, escuras, abandonadas pelos sorrisos, já não se ouvem (nos bares fechados em arrumação), os acordes POÉTICOS- SONHADOS do Veloso//empenhei o meu anel de Rubi para te levar ao concerto no Rivoli.
Louis já não canta - I see trees of green,
Red roses too
I see them bloom
For me and you
And I think to myself,
What a wonderful world
O mesmo será dizer:>Que mundo maravilhoso
Vejo árvores verdes,
Rosas vermelhas também
Vejo-as florescer
Para mim e para você
E eu penso comigo mesmo,
Que mundo maravilhoso
Das noites de Winterthur, FICOU-ME o nome falso (Leila)e a visão da prostituta do Porche amarelo cobrindo o esplendoroso corpo nu com um casaco de Vison.
Existem as PAREDES SÓLIDAS, AS IMAGENS DESENHADAS NA MEMÓRIA.
TAL Chalé da montanha de madeira centenária. Ficaram pelo caminho os AFECTOS, o toque arrepiante dos corpos em BRASA, e o odor a pinho velho.
O SABOR adocicado DAS SECREÇÕES do sonho EFÉMERO, PARECENDO sem fim. Naquele sótão liso escondido dentro de ti, clímax duplo queimado, pelos desejos dum principiante. Nesses tempos existiam ilhas para o contentamento. Fogo na ponta dum mastro-farol a dirigir os barcos perdidos e levá-los a bom-porto.
Resta-nos as grutas para onde somos TRANSPORTADOS. Levitamos com as fadas.
TEU CORPO-OFERENDA
DÁDIVA
PERFEIÇÃO
CINEMA FECHADO
NOS LIMITES DO IMPOSSÍVEL
FICÇÃO -ESQUECIMENTO-APATIA- GENTE QUE SE CONFRONTA-OFERENDAS ENVENENADAS-NO OCIDENTE AO ORIENTE PERDEU-SE O RUMO.
NADA SE DIFERENCIA, AS IMPRESSÕES DIGITAIS QUE A TOQUE ABREM A PORTA PARA O PRECIPÍCIO SÃO TODAS IGUAIS COMO CARNEIROS DEITÁMOS POR TERRA A VONTADE.
EM FRENTE ÀS PAREDES DE CUZCO,>>> Atahualpa FOI QUEIMADO VIVO, todos o fomos nesse dia.
E COMEÇOU AÍ A NOSSA MALDIÇÃO. TONELADAS DE OURO OS MAIS BELOS DIAMANTES, NADA É SUFICIENTE PARA SATISFAZER OS SERES DIABÓLICOS QUE DIRIGEM AS MULTIDÕES.
Palácios espanhóis patinados pelo sangue de milhões.PODRES DE PATIFES JÁ PÓ.
Pachacámac e Cuzco JÁ NÃO EXISTEM. OS INCAS E OS ASTECAS SÓ NA MENTE DOS NOVOS INVASORES -OS TURISTAS ABONADOS E À PROCURA DO ELDORADO HÁ MUITO PERDIDO.
NAS PLANÍCIES A PERDER DE VISTA, OS BISONTES DESAPARECERAM COM OS BANDOS DE PERDIZES E ABETARDAS. OS FELINOS ESTÃO EM EXTINÇÃO, TONELADAS DE MARFIM QUEIMADAS, ASSINALAM O FIM DOS GRANDES PAQUIDERMES.
OCEANOS VIOLADOS, SAQUEADOS.
NAS NOSSAS NOITES, EM TODAS AS NOITES DE KIEV, GAZA, LISBOA, NOVA YORK E LONDRES RESTAM JANELAS SEM VIDROS …O GÉLIDO VENTO DA IMPOTÊNCIA DESTRÓI-NOS A ESPERANÇA, TRANSFORMAMO-NOS EM SERES ERRANTES NO MEIO DE UM INTENSO NEVOEIRA QUE NOS TOLDA A VISTA E OS SENTIDOS.
ESCRAVOS DO TEMPO!
PAREDES DE CUZCO CONSTRUÍDAS PELOS DEUSES- A PERFEIÇÃO DA ARQUITETURA,,,NEM AS LÂMINAS ENTRAVAM NAS FENDAS INEXISTENTES EM ROCHAS VULCÂNICAS PESANDO TONELADAS
.NÃO HOUVE ALI MÃOS DOS HOMENS.
A QUEDA
ROMA
MUITAS ROMAS DEITADAS POR TERRA…FOI SEMPRE E ASSIM SERÁ ,,,O HOMEM CONSTRÓI PARA DESTRUIR.
PORQUE NÃO DORMES PARA SEMPRE?
-PORQUE ACORDO SEM QUERER…(!)
O nevoeiro é como uma cortina
O nevoeiro é uma fronteira
Só vislumbro silhuetas até 10 metros
O nevoeiro é uma cortina fronteira entre o PASSADO e o PRESENTE.
DAS NOITES DE WINTERTHUR RESTAM AS MEMÓRIAS, TAMBÉM POR LÁ AS PESSOAS MORRERAM.
Dolores ainda geme, surrurrando a frase mil vezes ouvida na dor dos sobreviventes»É POESIA SEM SANGUE,,,é poesia sem sangue!! ficção tornada, estúpida a dor e o arrependimento «Todo el país vibra de indignación ante esos desalmados que quieren, por el fuego y el terror, sumir a la España democrática y popular en un infierno de terror. Pero no pasarán!!!!.»NO PASSARÁN!!
NA GRUTA ONDE TE ESCONDES ...as imagens são uma ferramenta fantástica para a memória.
Não nos deixam enganar pela mente.
Uma fantasia do real e um amor intenso e inteiro.
PERMANECE ATÉ AO ÚLTIMO SUSPIRO.
LÁ FORA SÓ EXISTEM MONSTROS!!MONSTROS.
JÁ NÃO NASCEM CRIANÇAS.
Há 50 ANOS seguidos que vou ao S. MATEUS!!!
Frase célebre do Sr. Bravo o Velho Rato depois de dar um Murro na mesa.
Expiar pecados da infância . Os RATOS foram de forma NATURAL outra das minhas FAMÍLIAS . Quando me referi num dos ARTIGOS perdidos à FAMÍLIA ALVINO como a minha segunda Família. A dos RATOS a verdadeira família a primeira em fusão com a do número 55.
Nesta casa ombreada com a minha, passei os melhores anos da minha VIDA. Organizo ideias e recordações para honrar merecidamente todas estas pessoas que me mimaram com um lugar à sua mesa. Transmitiram-me afectos e ocuparam de uma forma brilhante a existência de todas as crianças da metade debaixo da RUA NOVA. Conforme se poderá constatar nos registos fotográficos desenterrados do esquecimento Zé BRAVO filho do QUIM, para mim sempre Zé do RATO.
De repetição em REPETIÇÃO, palavras soltas ao vento com a precisão da procura das letras num teclado avançado, mais que uma vez referi a tal frase -A MINHA FAMÍLIA. Abril de74 foi a data que mudou o nosso MUNDO e revolucionou os AFECTOS que estruturavam a organização de uma SOCIEDADE a que muitos chamam de CINZENTA.
Mergulho num lago imenso de recordações que se misturam e se confundem com o "ESTADO ACTUAL" das coisas. O pensamento por vezes fica confuso e dividido, penso em nós antes e agora. Penso que tudo terminou como terminaram as DINASTIAS da Monarquia.
DINASTIAS FAMILIARES invariavelmente terminam à terceira geração.
«NADA VIVE PARA SEMPRE»
ESTA NÃO é o CASO, a LOJA SIM, quantas resistem na actualidade(?).
MILIMETRICAMENTE adequada à família BRAVO, Os TEMPOS que vou abordar foram tempos difíceis , cheios de acontecimentos extremos de adaptação e superação de obstáculos, nasci a seu lado e cresci na sua casa até final da adolescência. Recolhi no meu sótão de memórias testemunhos de muitos desses acontecimentos. Eu vivi os bons, só me lembro de coisas boas. Aqui também as crianças foram sortudas, os adultos protegiam-nas de todos os males.
Um TEMPO antes de NÓS
Na vida que não era a minha, onde a loja do RATO ainda não existia...
Como o desenho ESTRUTURAL do ADN assim são as famílias e as comunidades que as suportam. Todos interligados por parentescos, vivências e LUTAS para continuarem a sua escalada da existência.
Felizmente existem estas fotos e felizmente ainda há gente viva que se lembra destes TEMPOS e destas PESSOAS.
Quem era o velho RATO, o tal velho dos óculinhos redondos. Velho porque já o conheci no fim da vida, NOVO HOJE»»»Renascido do esquecimento. Quem era e o que fazia??!
...E o PQ da existência destas fotos. Parece um pormenor, um simples pormenor. Muitos milhares de ARCOENSES perderam-se no tempo do esquecimento, só porque não tiveram acesso aquela caixa mágica que cobria com um pano a cabeça do "ARTISTA". Os que foram de certa forma eternizados, fizeram-no porque tinham um estatuto diferente ou já nessa altura tinham BOM-GOSTO. Estas fotos provam essa verdade.
Estes os "CAUSADORES" de mais uma vez estarmos aqui a fazer HISTÓRIA.
Os Ratos da PADARIA
António Joaquim Bravo
1889 -1971(86 anos)
Rosa de Jesus Cantilhanas
1900-21/09/1962(62 anos)
Começo por esta preciosidade, O Avô BRAVO e a dona ROSA foram donos e fundadores de uma das duas padarias existentes no ZARCOS (A OUTRA era a padaria da Aldeia).
Nascia o reinado da família RATO, o ANTES ficou perdido no TEMPO. Imagino que na organização SOCIAL da ÉPOCA não havia qualquer tipo de comércio além das padarias e das tabernas, a realidade das vivências e sobrevivência tinha como a riqueza maior -O PÃO e o VINHO.
Além de alimentarem a população com o tão precioso BEM, o SENHOR Bravo e a DONA ROSA, tinham vacas. Poucas vacas mas o suficiente para também aqui e como negócio paralelo criarem os filhos (2). Um deles PADEIRO como os PAIS e o outro LEITEIRO. O REINADO-BRAVO na primeira metade do Século XX.
O pai do Zé AUGUSTO ajudava os PAIS na padaria e o Joaquim ia com um BURRO carregado com 2 cântaros vender o Leite das Vacas a Estremoz. A fotografia anexa prova-o assim como informações que recolhi nas pessoas mais idosas que ainda se lembram desses tempos.
E assim, semana a semana. Ano a Ano se processou e consolidou a vida desta GENTE. Com Dificuldades imensas, num MUNDO Escuro, numa terra sem as condições (aos olhos de Hoje) mínimas de habitabilidade, as noites ligavam-se aos dias com o sofrimento das populações na procura de alimentos para os filhos. As FAMÍLIAS numerosas procuravam no pouco trabalho do CAMPO a possibilidade de como moeda de troca procurarem sobreviver. Dinheiro haveria pouco para pagar o tal pão e o LEITE que os Bravos ofereciam.
Joaquim e zé do Rato construíram por sua vez as suas FAMÍLIAS. Joquim casou com a IDALINA e Zé com a saudosa e Bondosa Aurora (Invisual na segunda metade da sua vida).
A minha Vizinha IDALINA MULHER de BOAS palavras, humana em todos os seus GESTOS-Mulher que cresceu sem o AMOR dos Pais. Foi uma SOBREVIVENTE; o PAI morreu na GUERRA de França quando ela tinha 2 anos a MÃE seguiu-se-lhe 4 anos depois.
A LOJA do RATO
O MUNDO meu conhecido
Vamos fazer de conta??????!!!! e tentar adivinhar como apareceram as primeiras LOJAS????...ZZZZZ!!!ZZZ!!!! Que pomposamente se chamariam mais tarde MERCEARIAS.
Sem saber na verdade a chave desta questão, arrisco-me a inventar uma pequena História que estará perto da REALIDADE.
As primeiras lojas apareceram por várias razões, uma delas teve a ver com o aparecimento de produtos, gente que começou a produzir em excesso e quis fazer dinheiro (estes produtos, até aí só serviam para consumo pessoal ou moeda de troca entre famílias)- o aumento da população outro dos factores, famílias numerosas e trabalhadoras dependentes do campo começaram a amealhar dinheiro e ter algum de sobra. Aos produtos do CAMPO vieram juntar-se outros (NOVIDADES) provenientes das novas Indústrias e das províncias ultramarinas, especiarias, panos da índia... Açúcar e Arroz do Brasil. O Célebre BACALHAU trazido com suor e dor pelos pescadores PORTUGUESES da faina no MAR da NORUEGA.
Não esqueçamos que a revolução INDUSTRIAL iniciada em Inglaterra espalhou-se por toda a EUROPA. As Fábricas apareceram a grande maioria no litoral e norte do País. Lembrar também que depois de duas grandes GUERRAS a EUROPA destruída teve que renascer das cinzas, tudo isto facilitou o aparecimento de locais que satisfizessem o «SER HUMANO» revigorado e necessitado de inovação...depois de todo este sofrimento .
As industria começaou a produzir produtos cada vez mais elaborados e apelativos. Sabão AZUL à BARRA grande ou mais tarde o célebre sabão clarim este mais caro mas com um odor diferente . Rebuçados e outros doces, farinhas alimentícias.Detergentes para roupa OMO, o célebre OMO lava mais branco do nosso tempo. O café em LATAS pintadas com padrões artísticos e o chocolate também este em embalagens que se metiam pelos olhos.
Todos estes produtos invadiram PORTUGAL de norte a SUL e apresentaram-se como uma tentação para as famílias...mas aqui já estamos nos anos 60.
Não sei se a loja do Rato foi a primeira, mas a vertente comercial do Sr. Bravo e Dona Rosa, incutida nos filhos...principalmente o "JOQUIM" que se deslocava diariamente à VILA de ESTREMOZ. As viagens eram longas, com tempo para tudo e também para formular sonhos empreendedores e vidas de fantasia. Tinha acesso na "GRANDE CIDADE" a novos produtos que ia comprando e mostrando com FELICIDADE estampada no ROSTO aos vizinhos e amigos. Estes começaram a fazer as suas encomendas. Uma vez uma vassoura,um abanico e uma panela... outra vez dois pincéis para caiarem as casas e talvez ainda um corte de "SARGOÇA" produzida nas grandes e novas fábricas da COVILHÃ. "Joquim Bravo" esperto e com veia para o negócio começa a ganhar uns escudos e vê aí uma possibilidade não só de organizar a sua independência do Bravo Padeiro como ainda deixar a vida dura do transporte diário do LÊTIII para Estremoz... ao FRIO , à chuva de Inverno e com o calor tórrido do Verão Alentejano. Assim nasceu para o "MUNDO LOCAL" a loja do Rato. A primeira na casa com o Nrº 51 onde viveu a Vizinha Florinda Pernas.
Anos mais tarde viria a passar para onde a conheci para a casa fronteira à PADARIA , a casa do VELHO RATO, agora já com uma certa idade e no fim da sua vida de PADEIRO facultou a sua casa para o filho "JOQUIM" montar o Negócio. O outro filho acho que foi trabalhar para Borba e foi padeiro toda a VIDA. Não sei se estou a inventar ou na realidade ou mais uma vez algum espírito amigo me está a passar todos estes dados.
Esta foi realmente a loja da minha VIDA, foi aqui que quis ser qualquer coisa, MERCEEIRO pois então era aqui que passava todos os dias antes de ir para a Escola e durante a Primária ajudava nos Sábados a dar conta de uma azáfama de gente que enchia a loja e o Talho do Rato.
Lembro-me que nestes tempos vendia-se tudo e mais alguma coisa; petróleo e sabões, carrinhos de linha para costurar e tecidos a metro, elásticos , atacadores para as botas, massas, farinhas e arroz, , azeite aos quartilhos e postas de bacalhau, cortadas na facalhona grande , sem esquecer os rebuçados com os “bonecos da bola”.
Na loja do RATO nunca se venderam esses rebuçados mas era hábito em outras lojas. Rifas sim com canivetes e o cartão para furar.
A GAIATAGEM também apareciam a fazer recados com listas ordenadas
“Meia quarta” de café, 3 velas de cera uma caixa de fósforos (das pequenas) e um vidro pró candeeiro a petróleo. O dinheiro não era muito e por isso ASSENTE!!! Já o “conduto” era comprado no mercado. Compravam-se “chupas” de um só sabor, “bolacha baunilha a peso”, “álcool azul”. Petróleo para o fogão da cozinha e para o candeeiro das chaminés mascarradas e os abanicos para os fogareiros
O Feijão e o Grão medidos com as medidas de caixa com rolo de madeira.
Compravam-se envelopes à unidade e selos também à unidade, colorau ou canela em “cartuchos” de papel e açúcar loiro em “cartuchos” de cor creme grossos e duros. Palmilhas para os sapatos, sabão azul a peso, embrulhado em jornais velhos, ganchos para o cabelo das meninas , e até pentes , que os homens guardavam sagradamente no bolso das calças, ou entre a carteira atulhada de papéis ou calendários velhos invariavelmente com gravuras de mulheres nuas, estes entre outros produtos faziam os SONHOS das famílias. Outra das novidades: os rolos elípticos das tripas secas para os enchidos e também o ESCADOTE de madeira para chegar mais acima.
E assim iam passando os dias, nesta espécie de convivência baseada na “seriedade da pessoa”, isto no tempo em que ser honrado e sério era tido como um valor social e a PALAVRA de HONRA uma bandeira. Mas, convém dizer que, sendo o povo iletrado mas esperto; o Rato com experiência nestas andanças, sempre havia contas devedoras que, dentro do livro, se iam juntando umas às outras aumentando a dívida e favorecendo o"QUIM, naturalmente.Mas a relação entre o "FREGUÊS" e o dono da loja era carinhosa e cheia de sentimento. Um LOCAL de convívio, rico de sensações. FORÇAVAM-se encontros à procura de conselhos e opiniões - um TERRITÓRIO das MULHERES, como as tabernas seria um TERRITÓRIO para os homens.
Comprar uma esferográfica Bic escrita fina e Bic normal era uma modernidade , várias histórias vivem à volta deste objecto amarelo inesperado para a época.
Um gaiato abeirou-se do balcão com cara de poucos amigos dizendo que a caneta não escrevia.
O Rato em silêncio aceitou sem demora trocar a dita por nova. Afastou-se no interior da loja, esfregou-a entre as mãos, para aquecer a tinta, riscou duas ou três vezes no papel da saca da “farinha" e voltou. - Aqui está, novinha em folha. O Gaiato agradeceu e saiu a correr.
O Livro dos "ASSENTUS"
FOI uma prática corrente as pessoas recorrer ao crédito aos LOGISTAS dada a falta de dinheiro. Este hábito deu origem ao “Livro dos Fiados”.
Um livro comprido massudo ao qual eu tinha acesso devido ao meu estatuto.Estatuto este alcançado com uma atitude enérgica na pesagem dos produtos. Era natural para mim de uma vez só conseguir fazer as pesagens (1Kg)do açúcar e do arroz . Muitas e muitas vezes o fiz. Aqui e com a evolução dos tempos e também porque as famílias começaram a ter pode económico, também pelo aparecimento da extracção do mármore em Borba, Vila viçosa e Estremoz. O dinheiro começou a aparecer e mudaram-se também os hábitos.
A população da minha RUA corria para as lojas nos Sábados e de lá saiam com as alcofas de verga cheias de produtos.
A Carne, mais uma novidade ...símbolo do ESTATUTO adquirido nos tempos do Marcelo Caetano. O BORREGO ou como a minha Mãe dizia a Carne "Esfoladia" uma verdadeira inovação na mesa das famílias (nos fins de semana).
Fui muitas vezes com o meu vizinho Rato comprar borregos ao "COMPRIDO" da "MariRUIVA". Estes borregos eram mortos no quintal pendurados numa Acácia. Ritual que adorava porque estava para mim guardado um dos "BAÇOS" para grelhar nas BRASAS. Na Páscoa matavam-se 15 borregos. "Joquim" RATO teve necessidade de construir um anexo nas traseiras para pendurar tanto BORREGO. Foi um tempo de FARTURA. Descarregavam-se 50 Arrobas de Melancia na casa de fora e era tudo vendido. O carro do petróleo vinha todos as semanas e deixava os bidões cheios.
Matavam-se porcos e enchia-se carne para venda no TALHO. Tempo fantástico em que o Rato trazia os borregos para o casão das traseiras do meu QUINTAL
Como de costume o Rato usava muitas vezes “alcunhas” que apelidavam os seus fregueses com nomes curiosos, pelos ouvir conheciam a clientela por:
A “Tidurica”.
A “Gorda”( porque era muito gorda ).
O “Coxo ou Maneta” .
A “Bruxa”( por ser feia).
A “Fala Barato”( por falar muito).
A BÁLHERADAS
A CATRÓIA
O Pateta
A Cabrita
A velha Pila
O Zé de Lebre
A chinesa
A Amarôa
A Piléca
A Varelas
A Quimina
A ALFREDA
A Patinha
A ZÉZICA
A Faragaita
...e muitos mais que ouvi e já esqueci
O Rato muitas vezes também recorria a desenhos, para codificar as dívidas, quando as pessoas não sabiam ler para que elas soubessem o que deviam:
"Joquim" Bravo herda agora o nome de seu pai, é a partir destes tempos o Rato da loja.
O meu Vizinho evoluiu, com os tempos também no transporte. Assisti nos primeiros anos de 60 à chegada de Estremoz com o carro com uma besta cheio de produtos do ARMAZÉM do Acácio Faustino, mais tarde acabaria por comprar esta mota já nos anos 70 e mandar fazer um atrelado que sempre lhe deu muito trabalho a conduzir ele próprio fazia testemunho dos malabarismos que tinha que efectuar para conduzir tão grande atrelado.
Trabalhavam frequentemente raparigas na loja , uma das que me recordo-me a que me marcou pela positiva a MARIA GERTRUDES Clímaco Costa , rapariga simpática prima do António João. trabalhou lá vários anos. Gostaria de ter aqui uma foto dela mas não é possível. Espero que leia o artigo e me envie uma prova das minhas recordações.
O "QUIM" foi VERDADEIRAMENTE NOSSO AMIGO
Refiro-me a um TEMPO de muitos GAIATOS por toda a terra que é a nossa. Nos ARTIGOS »»»no Reinado de Dona CHÊTA e o BARROSO MORREU, faço alusão à estrondosa dinâmica que a gaiatagem exercia sobre as vivências de uma população. Fazia-se querer que éramos demasiado endiabrados. Por esse motivo ninguém nos queria por perto quando em grupo. A Paula corria-nos das ervas onde estendia a roupa e nós gostávamos de jogar à bola. Assumíamos a ameaça aos donos das hortas onde existiam fruta ou tanques para nos refrescarmos no Verão. Em casa levávamos porrada todos os dias.
Mas JOQUIM do RATO (QUIM)foi sempre um dos nossos assim como a Idalina. Tínhamos permissão para ocuparmos o forno do velho RATO...aí passávamos manhãs e tardes inteirinhas no tempo de chuva ou FRIO, a JOGAR ao chito ou às cartas.
Solicitava-nos também para ajudarmos a descarregar as melancias ou a mercearia que trazia de ESTREMOZ. Foi com ele que aprendi a andar de bicicleta. Foi ele que me deu o tal empurrão RUA NOVA abaixo e me disse a palavra CHAVE:-PEDALA AGORA!!! Era algo maravilhoso, para uma criança, saber andar de bicicleta.
Não terminou aqui a nossa relação e dependência do RATO da Mota. Já no fim da adolescência, revigoramos a equipa de futebol do nosso tempo e para isso tivemos muitas vezes que limpar o campo da Lagoa e marcá-lo com pó de cal. Era sempre ao RATO que recorríamos para ir ao forno da MARI-RUIVA buscar o material (PÓ DE CAL BRANCA)no seu reboque agora pintado de azul.
Nunca nos abandonou, esteve presente em muitos dos jogos do BORBENSE quando eu e o Fernando fazíamos parte da equipa de Juniores. Ele, marcava presença nos jogos em BORBA. Mais histórias poderia contar até à altura, a tal data de todas as RUPTURAS o 25 de ABRIL de 74. Nunca entendi muito bem a razão do afastamento entre todos nós...Talvez desavenças entre adultos...talvez atitudes menos correctas de alguma das partes. Nunca o entendi mas também tive a minha dose de culpa em tudo isso. Com este artigo reformulo a minha parte das culpas, dos silêncios e dos olhos desviados. Sinto que poderia ter feito melhor mas foram dias duros os que todos passámos e que mudaram a estrutura social das Famílias e vivências entre nós. Um mal que se estende até hoje.
Esta Família foi na realidade a MINHA FAMÍLIA....estes locais foram onde vivi, sonhei e sorri de VERDADE. As recordações são claras em mim. , na última parte da minha vida, somos poucos os que estamos VIVOS, a RUA já não é a "NOSSA RUA". As portas estão fechadas e muitas casas abandonadas cheias de "FANTASMAS" que clamam ,,, que se recordem deles pela positiva. A RUA foi o "CIRCO" das diabruras, as portas de todas as famílias estavam abertas até meio, entrávamos sem medo em todas as casas e éramos bem-vindos. Esperava-nos um afecto, uma palavra carinhosa ou um esfregar de uma mão nas nossas CABEÇAS. A forma que aquela gente tinha para dizer que gostava de nós e que tivéssemos cuidado porque o ZARCOS precisava de todos vivos para continuar a viver.
Num TEMPO em que tenho tudo, muito mais do que preciso, recordo um dos meus desejos de menino»»»um dia ter dinheiro para comprar muitos rebuçados. Hoje, compraria todos os rebuçados, uma camioneta carregada, mas, já não tenho desejos dessa natureza. O que preenche o meu IMAGINÁRIO são todos os Rostos desta gente desaparecida e a tristeza profunda de saudade feita, SAUDADE de MIM e de todos nós. Sinto que ficou algo por dizer... um pedido de desculpa um gesto embrulhado num abraço, uma PALAVRA de AMOR...
Restam 2 filhos um neto e uma neta desta Família com história. Uma única "pessoa" (...os NETOS) representam e dão continuidade a quase 100 anos de acontecimentos dos Bravos, muito peso às costas. Que se sintam orgulhosos...na REALIDADE»»»»»DA GRANDE TRAVESSIA.
ISTO FOI TUDO MUITO BOA GENTE. LUGARES E NOMES SAGRADOS.
LÁ FORA CHOVE !HOJE É DOMINGO.
SÓ A CHUVA, O VENTO E AS PRIMAVERAS SÃO IGUAIS ÀS DE OUTROS TEMPOS. TEMPOS DE ORDEM E MISTÉRIO.
MISTÉRIO SONHADO E VIVIDO.
só há presente!
só há presente, porque assim o decidiram.PERDERAM-SE AS PESSOAS. AS NOSSAS PESSOAS.
...O QUE VERDADEIRAMENTE IMPORTAVA.




Família Bravo nas traseiras da CASA-Anos 20 Finais

Rosa a dar de comer à Gadeza-mesma data, mesmo dia
enso que esta FOTO  e única  (cima) se reporta aos   O pai do

Joquim do Rato em Estremoz na venda do LÊTIII-Início dos anos 40 


Foto mais Recente da Família Bravo,Anos 60
Velho Rato-Zé Bravo-Idalina-Bia Candeias e Joaquim do Rato





Luís Manuel Rodrigues-Pai da Idalina, morto na Guerra de França.1918


Idalina da Conceição Rodrigues

O Outro Rato o Zé

Anos 60-Joquim do Rato-Luís do Rato, filho-? -Zé do Rato padeiro-Aurora e Zé Augusto
«Festa da Senhora da Boa Nova-Um Dia em cheio, nem vi para onde fosse tão depressa este dia»
 ...Texto na parte posterior da foto escrito por Joquim do Rato

  Aqui como INTRODUÇÃO retenho a organização e o crescimento da FAMÍLIA Bravo




A LOJA do RATO









O MUNDO meu conhecido







?-TiMarimilia-Ti Marijoana -?-Velha Rosa-Velho rato Mãe Luisa-AVÔ VENTURA e Zé Bravo com 5 anos de chapéu
1952

Acrescento à reflexão inicial mais lembranças: 











 
 «FOTOS de HERONDINA, MALINHAS e COISINHAS»






 
Idalina-Pinguinhas-Eu-Velho rato e Rato
+-1970

O Livro dos "ASSENTUS"



Joaquim António Bravo com a sua preciosa mota.
12/09/1971
«Arcos 12/09/1971Fui levar o gado a Estremoz mas ficou mal visto o atrelado»...texto na parte posterior da foto




 


















Eu e Leonor anos 70, talvez 76

Mas os GAIATOS fizeram parte desta "MOLDURA" da Família Bravo sempre e em todos os momentos. Esta é mais uma foto que prova que nós estávamos em todas- Herdadinha talvez no ano de 1962.

Zé-Luis irmão-Nucha do Álvino
Faragaita jadinho-Barroso Bia candeias-Altino? e Álvaro de chapéu
1962/63






Vinténs e xito para jogo no forno do rato 

 
Já não se ouvem sons, não há movimento. Persistem as paredes em AGONIA de Saudade. As PESSOAS partiram para nunca mais voltarem.
A Natureza volta a OCUPAR terrenos Há muito perdidos. Ficam as SAUDADES e a vergonha de ser IMPOTENTE perante a REALIDADE. 
O Anexo onde se penduravam os BORREGOS olha para mim e convida-me a entrar...







Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana.
                                  Marguerite Yourcenar