E o MUNDO
Greves à portuguesa
02/01/2014 -
01:36
Estas greves
à portuguesa são pura encenação. Muito democráticas mas absolutamente inúteis.
Pelas minhas contas, neste final de ano estiveram em greve: os trabalhadores
da Carris, os trabalhadores dos Transportes Sul do Tejo, os trabalhadores da
CP, os trabalhadores da Groundforce, os pilotos da easyJet, os trabalhadores da
recolha do lixo de Lisboa, os trabalhadores do sector da hotelaria na Madeira,
os trabalhadores dos CTT e, hoje de manhã, os trabalhadores do Metro.
É possível que me esteja a faltar alguma coisa. E é
também possível que a expressão “greve”, na maior parte destes casos, seja francamente
exagerada – até porque dá mau nome a um direito fundamental dos trabalhadores,
que ao longo da história foi conquistado à custa de muito sangue, suor e
lágrimas.
“Greve” é aquilo que Lech Walesa promoveu nos estaleiros de Gdansk na
Polónia de 1980. “Greve” é aquilo que os trabalhadores dos caminhos-de-ferro
fomentaram na América de finais do século XIX. “Greve” é aquilo que os mineiros
britânicos organizaram na Inglaterra de Margaret Thatcher – correu-lhes mal,
mas foi uma greve. Meses de luta, braços de ferro desesperados, um verdadeiro
combate por direitos e privilégios, em que qualquer pessoa sabia o que estava
em causa e por que raio aquela gente estava a lutar. Já nestas greves à
portuguesa, em que os grevistas miraculosamente se unem para aproveitar pontes,
épocas festivas ou fins-de-semana prolongados, utilizando os mais estapafúrdios
argumentos, talvez seja preferível chamar-lhes “dias de férias
não-remunerados”.
E antes que algum leitor mais afoito me comece a acusar de querer acabar com
o direito à greve, deixem-me assegurar que eu quero o exacto oposto disso.
Quero que as greves tenham significado, quero que as greves sejam valorizadas,
e quero compreender, já agora, porque é que elas ocorrem. Há dias ouvi, com
dificuldades em acreditar, um sindicalista dos CTT justificar a greve com estas
palavras: “agora, com a privatização, nós não sabemos o que vai acontecer”. Ele
não sabia se ia ser bom ou se ia ser mau. Mas, pelo sim, pelo não, fazia greve
na mesma. Outro sindicalista, de um sector dos transportes, justificava a greve
com a entrada em vigor do Orçamento de Estado. Não era nada que o seu patrão
lhe tivesse feito ou lhe estivesse a dever. Era uma greve, tipo, contra a
fiscalização sucessiva.
Isto tem um nome: banalização da greve. E não traz vantagens a ninguém.
Deixem-me citar o início de uma notícia do PÚBLICO de há mês e meio: “Mais de
metade do mandato do actual Governo foi passado com greves nos transportes.
Desde que o executivo tomou posse, em Junho de 2011, os sindicatos convocaram
quase 500 dias de protestos, na maioria parciais ou incidindo apenas sobre o
trabalho extraordinário.” Primeira pergunta: os trabalhadores ganharam alguma
coisa com isto? Segunda pergunta: o Estado, que é o patrão desses
trabalhadores, perdeu alguma coisa com isso? A triste resposta a estas duas
perguntas é: não. Os trabalhadores não ganharam nada e os empregadores, que são
deficitários de qualquer forma, até pouparam uns trocos em ordenados.
E assim sendo, que greves são estas, afinal? São para
levar a sério? Não. São greves de brincadeirinha, em que quem se lixa é o
mexilhão – ou seja, o utente. Se alguma das partes estivesse realmente convicta
do que está a fazer, se uns sentissem que ganhavam alguma coisa e outros que
poderiam perder alguma coisa, nada se passaria assim. Estas greves à portuguesa
são pura encenação. Muito democráticas, certamente. Mas absolutamente inúteis.
OVELHAS e TLM
MÁS=ÇONARIAS
MANUAL DE MAÇONARIA
EDMUND
RONAYNE E WISCONSIN
MULTIPLE-
“Um Mestre deve conservar os segredos de um Mestre maçon
inviolados.
Deves esconder todos os crimes de um irmão maçon…
Se fores arrogado para testemunhar contra um irmão maçon,
assegura-te de o protegeres…
Pode ser perjúrio, é certo, mas estarás a cumprir as tuas
obrigações”.
Salazar
combateu e proibiu a Maçonaria, porque a via como uma instituição perversa e
corrupta.
Após
o 25 de Abril, a Maçonaria foi reconhecida e entregue os seus imóveis, bem como
uma avultada soma de dinheiro, a título de indemnização.
Hoje
a Maçonaria, como um cancro, está espalhada pelas várias instituições do
Estado.
Temos
juízes maçons, praticamente todos os dos tribunais superiores, generais maçons,
políticos maçons, sobretudo no PS e PSD, comandantes da PSP, jornalistas,
sobretudo os quadros superiores, como os directores e outros jornalistas
destacados, apresentadores de televisão, actores, e, pasme-se, também bispos e
padres.
Por
isso, é perfeitamente notório a razão porque ninguém é condenado.
Eles
estão obrigados a defender e a esconder os crimes dos irmãos, sejam
juízes, seja outro qualquer maçon .
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ARTIGO DE JACQUES
AMAURY,
SOCIÓLOGO E FILÓSOFO FRANCÊS,
ACERCA DE PORTUGAL
Um artigo de Jacques Amaury,
sociólogo e filósofo francês, professor na
Universidade de Estrasburgo.
"Portugal
atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá
que
resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e
consequentes
convulsões sociais.
Importa
em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má
aplicação
dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e
adaptação
às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou.
Não se actualizou, não melhorou as classes
laborais, regrediu na qualidade da educação,
vendeu
ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam
hoje
ser um sustentáculo.
Os
dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de
futebol,
constituição de centenas de instituições público-privadas,
fundações
e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a
empresas
que os reverteram
em seu exclusivo benefício, pagamento a
agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem
as embarcações, apoios estrategicamente
endereçados a elementos ou a
próximos
deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes
superiores da administração pública, o tácito desinteresse da
Justiça
frente
à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no
que
respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na
especulação, nos grandes
negócios,
desenvolvendo, em contrário, uma
atenção especialmente
persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.
A
política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos
penetram,
já que os partidos cada vez mais desacreditados,
funcionam
essencialmente como agências de emprego que admitem os mais
corruptos e incapazes, permitindo
que com as alterações governativas
permaneçam,
transformando-se num enorme peso bruto e parasitário.
Assim,
a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores,
assessoradas
por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas
dispendiosas
e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso
nos
problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de
retórica,
entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata),
de
direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo
líder,
que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial
abastado
Mais à
direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas
com
telhados de vidro e linguagem pública, diametralmente oposta ao que os
seus
princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.
À
esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior,
mas
igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações
ao
Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a
população
em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio.
Mais à esquerda, o PC
(Partido comunista) menosprezado pela comunicação
social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão
inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto
longe das
realidades actuais.
Assim,
não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a
democracia
pré-fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo,
na génese deste beco sem aparente
saída, está a impreparação,
ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse
fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das
escolas, no
secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não
ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui
está o
grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais,
são
na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à
industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de
vários
países.
Ora, é
bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma
alimentação
saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda.
Daí a
estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre
ricos
e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está
dominada
por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos
sociais-democratas, especialistas em silenciar posições
esclarecedoras e
calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos
gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita
exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são
condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos
a
prazo determinantes para o posto de trabalho
enquanto, o afastamento
dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo
a pôr
em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por
isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz
a novas
ideias e à realidade do seu país envolto no conveniente manto diáfano
que apenas deixa ver os vendedores de ideias já
feitas e as cenas
recomendáveis para a manutenção da sensação de
liberdade e da prática
da apregoada democracia.
Só uma
comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a
fugir
da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais
célere
e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar
consciência
e lucidez sobre os seus desígnios.
JACQUES
AMAURY,