LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

domingo, 24 de julho de 2011

BRAVOS- A LOJA do Rato

INTRODUÇÃO

Os BRAVOS 

Há 50 ANOS seguidos que vou ao S. MATEUS!!!
Frase célebre do Sr. Bravo o Velho Rato depois de dar um Murro na mesa.

«Simulação»

Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana.
                                  Marguerite Yourcenar

 De uma forma NATURAL cá estou eu a iniciar outro ARTIGO, desta vez ou mais uma vez o assunto é importante, para MIM SAGRADO mesmo. Tenho aqui a oportunidade de expiar os meus pecados e também uma certa dose de "INGRATIDÃO". Os RATOS foram de forma NATURAL a minha FAMÍLIA . Quando me referi num dos ARTIGOS perdidos à FAMÍLIA ALVINO como a minha segunda Família. A dos RATOS foi a minha verdadeira família a primeira em fusão com a do número 55. Foi nesta casa ombreada com a minha que realmente passei os melhores anos da minha VIDA. Hoje, num dia de Julho de um ano distante destes TEMPOS de FELICIDADE vou tentar aos poucos organizar ideias e recordações para honrar merecidamente todas estas pessoas que me mimaram com um lugar à sua mesa. Transmitiram-me afectos e ocuparam de uma forma brilhante a existência de todas as crianças da metade debaixo da RUA NOVA. Conforme se poderá constatar nos registos fotográficos desenterrados do esquecimento pelo meu "IRMÃO" mais velho Zé BRAVO ou para mim sempre Zé do RATO.
De repetição em REPETIÇÃO, palavras soltas ao vento com a precisão da procura das letras num teclado avançado, mais que uma vez referi a tal frase -A MINHA FAMÍLIA- éramos na verdade, as pessoas da rua nova uma FAMÍLIA comum até ao limite de um TEMPO que terminou exactamente no dia 25 de ABRIL de 1974. Esta foi a data que mudou o nosso MUNDO e revolucionou os AFECTOS que estruturavam a organização de uma SOCIEDADE a que muitos chamam de CINZENTA.
Hoje dia 24 de JULHO estou a mergulhar num lago imenso de recordações que se misturam e se confundem com o "ESTADO ACTUAL" das coisas,  pensamento por vezes fica confuso e dividido, penso em nós antes e agora. Penso que tudo terminou como terminaram as DINASTIAS do nosso passado.

As DINASTIAS FAMILIARES invariavelmente terminam à terceira geração.
Esta tem sido sempre a realidade de toda a HISTÓRIA humana, nada vive para sempre e esta é mais uma das frases emblemáticas muito usual no meu BLOGUE.MILIMETRICAMENTE adequada à família BRAVO, Os TEMPOS que vou abordar foram tempos difíceis , cheios de acontecimentos extremos de adaptação e superação de obstáculos, nasci a seu lado e cresci na sua casa até final da adolescência. Recolhi no meu sótão de memórias testemunhos de muitos desses acontecimentos. Eu vivi os bons, só me lembro de coisas boas. Aqui também as crianças eram sortudas, os adultos protegiam-nas de todos os males. 
Como ORGANIZAR este ARTIGO?!!!e FAZER dele o ESPELHO do entusiasmo que me vai na ALMA depois de passar uma a uma as fotos, provas de um PASSADO de COMUNHÃO e BONDADE entre as famílias.

Um TEMPO antes de NÓS 

No Tempo que não era o meu, onde a loja do RATO ainda não existia...
Como o desenho ESTRUTURAL do ADN assim são as famílias e as comunidades que as suportam. Todos interligados por parentescos, vivências e LUTAS para continuarem a sua escalada da existência.
Felizmente existem estas fotos e felizmente ainda há pessoas vivas que se lembram destes TEMPOS e destas PESSOAS.
Quem era o velho RATO, o tal velho dos oculinhos redondos. Velho porque já o conheci no fim da vida, NOVO HOJE»»»Renascido do esquecimento. Quem era e o que fazia??!
...E o PQ da existência destas fotos. Parece um pormenor, um simples pormenor. Muitos milhares de ARCOENSES se perderam no tempo do esquecimento, só porque não tiveram acesso aquela caixa mágica que cobria com um pano a cabeça do "ARTISTA". Os que foram de certa forma eternizados, fizeram-no porque tinham um estatuto diferente ou já nessa altura tinham BOM-GOSTO. Estas fotos provam essa verdade.


Estes os "CAUSADORES" de mais uma vez estarmos aqui a fazer HISTÓRIA.

Os Ratos da PADARIA

António Joaquim Bravo
Rosa de Jesus Cantilhanas
Anos 20.
Começo por esta preciosidade, O Avô BRAVO e a dona ROSA foram donos e fundadores de uma das duas padarias existentes no ZARCOS (A OUTRA era a padaria da Aldeia).
Foi aqui que começou o reinado da família RATO, o ANTES ficou perdido no TEMPO. Imagino que na organização SOCIAL da ÉPOCA não haveria qualquer tipo de comércio além das padarias e das tabernas, a realidade das vivências e sobrevivência tinha como a riqueza maior -O PÃO e o VINHO.
Além de alimentarem a população com o tão precioso BEM, o SENHOR Bravo e a DONA ROSA, tinham vacas. Poucas vacas mas o suficiente para também aqui e como negócio paralelo criarem os filhos (2). Um deles PADEIRO como os PAIS e o outro LEITEIRO. Aqui começou o REINADO desta minha FAMÍLIA na primeira metade do Século XX.

PRECIOSIDADE FOTOGRÁFICA
José Filipe Bravo (Zé do Rato, Padeiro, pai do Zé Augusto)-Rosa de Jesus Cantilhanas-António Joaquim Bravo e Joaquim António Bravo (Rato da Loja)

Família Bravo nas traseiras da CASA-Anos 20 Fins ou anos 30

Rosa a dar de comer à Gadeza-mesma data, mesmo dia
Penso que esta FOTO mágica e única  (cima) se reporta aos princípios dos ANOS 20, é com admiração e orgulho que observo estes ROSTOS que foram dos que construíram e nos deixaram o MUNDO de fartura que temos Hoje. Sem ter a certeza das vivências desta FAMÍLIA, estou à espera de dados mais correctos da parte do meu "IRMÃO" Zé do Rato...NETO destes adultos, penso que o Pai do Zé AUGUSTO ajudava os PAIS na padaria e o Joaquim ia com um BURRO carregado com 2 cântaros vender o Leite das Vacas a Estremoz. A fotografia seguinte prova-o assim como informações que recolhi nas pessoas mais idosas que ainda se lembram desses tempos.

Joquim do Rato em Estremoz na venda do LÊTIII-Início dos anos 40 

E assim, semana a semana. Ano a Ano se processou e consolidou a vida desta GENTE. Com Dificuldades imensas, num MUNDO Escuro, numa terra sem as condições (aos olhos de Hoje) mínimas de habitabilidade, as noites ligavam-se aos dias com o sofrimento das populações na procura de alimentos para os filhos. As FAMÍLIAS numerosas procuravam no pouco trabalho do CAMPO a possibilidade de como moeda de troca procurarem sobreviver. Dinheiro haveria pouco para pagar o tal pão e o LEITE que os Bravos ofereciam.
Joquim e zé do Rato construíram por sua vez as suas FAMÍLIAS. Joquim casou com a IDALINA e Zé com a saudosa e Bondosa Aurora (Invisual na segunda metade da sua vida).

Foto mais Recente da Família Bravo,Anos 60
Velho Rato-Zé Bravo-Idalina-Bia Candeias e Joquim do Rato



A minha Vizinha IDALINA MULHER de BOAS palavras, sensata em todos os seus GESTOS-Mulher que cresceu sem o AMOR dos Pais. Foi uma SOBREVIVENTE; o PAI morreu na GUERRA de França quando ela tinha 2 anos a MÃO segui-use-lhe  4 anos depois.


Luís Manuel Rodrigues-Pai da Idalina, morto na Guerra de França.1918


Idalina da Conceição Rodrigues

O Outro Rato o Zé

Anos 60-Joquim do Rato-Luís do Rato, filho-? -Zé do Rato padeiro-Aurora e Zé Augusto
«Festa da Senhora da Boa Nova-Um Dia em cheio, nem vi para onde fosse tão depressa este dia»
 ...Texto na parte posterior da foto escrito por Joquim do Rato

  Aqui como INTRODUÇÃO retenho a organização e o crescimento da FAMÍLIA Bravo

Fim da PRIMEIRA PARTE


A LOJA do RATO


Eu 1960



Free Image Hosting


O MUNDO meu conhecido


Vamos fazer de conta??????!!!! e tentar adivinhar  como apareceram as primeiras LOJAS????...ZZZZZ!!!ZZZ!!!! Que pomposamente se chamariam mais tarde MERCEARIAS. 
Sem saber na verdade a chave desta questão, arrisco-me a inventar uma pequena História que estará perto  da REALIDADE.
As primeiras lojas apareceram por várias razões, uma delas teve a ver com o aparecimento de produtos, gente que começou a produzir em excesso e quis fazer dinheiro (estes produtos, até aí só serviam para consumo pessoal ou moeda de troca entre famílias)- o   aumento da população outro dos factores, famílias numerosas e trabalhadoras dependentes do campo começaram a amealhar dinheiro e ter algum de sobra. Aos produtos do CAMPO vieram juntar-se outros (NOVIDADES) provenientes das novas Indústrias e das províncias ultramarinas, especiarias, panos da índia... Açúcar,  Arroz do Brasil e o Célebre BACALHAU trazido com suor e dor pelos pescadores PORTUGUESES do MAR da NORUEGA.
Não esquecer que a revolução INDUSTRIAL iniciada em Inglaterra espalhou-se por toda a EUROPA. Fábricas apareceram a grande maioria no litoral e norte do País. Lembrar também que depois de duas grandes GUERRAS a EUROPA destruída teve que renascer das cinzas, tudo isto facilitou o aparecimento de locais que satisfizessem o SER HUMANO revigorado e necessitado de inovação...depois de todo este sofrimento . 
As fábricas começaram a produzir produtos cada vez mais elaborados e apelativos. Sabão AZUL à BARRA grande ou o célebre sabão clarim este mais caro mas com um odor diferente . Rebuçados e outros doces, farinhas alimentícias.Detergentes para roupa OMO, o célebre OMO lava mais branco do nosso tempo. O café em LATAS pintadas com padrões artísticos e o chocolate também este em embalagens que se metiam pelos olhos




. Todos estes produtos invadiram PORTUGAL de norte a SUL e apresentaram-se como uma tentação para as famílias...mas aqui já estamos nos anos 60.
Não sei se a loja do Rato foi a primeira, mas a vertente comercial do Sr Bravo e Dona Rosa, incutida nos filhos...principalmente o "JOQUIM" que se deslocava diariamente à VILA de ESTREMOZ. As viagens eram longas, com tempo para tudo e também para formular sonhos e vidas de fantasia. Tinha acesso na "GRANDE CIDADE" a novos produtos que ia comprando e mostrando com FELICIDADE estampada no ROSTO aos vizinhos e amigos. Estes começaram a fazer as suas encomendas. Uma vez uma vassoura,um abanico e uma panela... outra vez dois pincéis para caiarem as casas e talvez ainda um corte de "SARGOÇA" produzida nas grandes e novas fábricas da COVILHÃ. "Joquim Bravo" esperto e com veia para o negócio começa a ganhar uns escudos e vê aí uma possibilidade não só de organizar a sua independência do Bravo Padeiro como ainda deixar a vida dura do transporte diário do LÊTIII para Estremoz... ao FRIO , à chuva  de Inverno e com o calor tórrido do Verão  Alentejano. Assim nasceu para o "MUNDO LOCAL" a loja do Rato. A primeira na casa com o Nrº 51 onde vive hoje a Vizinha Florinda Pernas.
Anos mais tarde viria a passar para onde eu a conheci para a casa fronteira à PADARIA , a casa do VELHO RATO, agora já com uma certa idade e no fim da sua vida de PADEIRO  facultou a sua casa para o filho "JOQUIM" montar o Negócio. O outro filho acho que foi trabalhar para Borba e foi padeiro toda a VIDA. Não sei se estou a inventar ou na realidade ou mais uma vez algum espírito amigo me está a passar todos estes dados.
Esta foi realmente a loja da minha VIDA, foi aqui que quis ser qualquer coisa, MERCEEIRO pois então era aqui que passava todos os dias antes de ir para a Escola e durante a Primária ajudava nos Sábados a dar conta de uma azáfama de gente que enchia a loja e o Talho do Rato.

?-TiMarimilia-Ti Marijoana -?-Velha Rosa-Velho rato Mãe Luisa-AVÔ VENTURA e Zé Bravo com 5 anos de chapéu
1952

Acrescento à reflexão inicial mais lembranças: 

Lembro-me que nestes tempos vendia-se tudo e mais alguma coisa; petróleo e sabões, carrinhos de linha para costurar e tecidos a metro, elásticos , atacadores para as botas, massas, farinhas e arroz, , azeite aos quartilhos e postas de bacalhau, cortadas na facalhona grande , sem esquecer os rebuçados com os “bonecos da bola”.Na loja do RATO nunca se venderam  esses rebuçados mas era hábito em outras lojas. Rifas sim com canivetes e o cartão para furar.

A GAIATAGEM também apareciam a fazer recados com listas ordenadas

“Meia quarta” de café, 3 velas de cera uma caixa de fósforos (das pequenas) e um vidro pró candeeiro a petróleo.  O dinheiro não era muito e por isso ASSENTE!!! Já o “conduto” era comprado no mercado. Compravam-se  “chupas” de um só sabor, “bolacha baunilha a peso”, “álcool azul”. Petróleo para o fogão da cozinha e para o candeeiro das chaminés mascarradas  e os abanicos para os fogareiros
O Feijão e o Grão medidos com as medidas de caixa com rolo de madeira



 Na loja, onde o bacalhau se cortava em postas pequenas, para “dar para mais”, vendia-se também azeite de talhas de lata, sugado por bombas e petróleo “normal” para acender o carvão e o fogão de cabeça, já referido em cima.



Compravam-se envelopes à unidade e selos também à unidade, colorau ou canela em “cartuchos” de papel e açúcar loiro em “cartuchos” de cor creme  grossos e duros. Palmilhas para os sapatos, sabão azul a peso, embrulhado em jornais velhos, ganchos para o cabelo das meninas , e até pentes , que os homens guardavam sagradamente no bolso das calças, ou entre a carteira atulhada de papéis ou calendários velhos invariavelmente com gravuras de mulheres nuas, estes entre outros produtos faziam os SONHOS das famílias. Outra das novidades eram os rolos elípticos das tripas secas para os enchidos e também o ESCADOTE de madeira para chegar mais acima.


 
 «FOTOS de HERONDINA, MALINHAS e COISINHAS»

E assim iam passando os dias, nesta espécie de conivência baseado na “seriedade da pessoa”, isto no tempo em que ser honrado e sério era tido como um valor social e a PALAVRA de HONRA uma bandeira. Mas, convém dizer que, sendo o povo letrado e pouco e esperto e o Rato com experiência nestas andanças, sempre havia contas devedoras que, dentro do livro, se iam juntando umas às outras aumentando a dívida e favorecendo o"QUIM, naturalmente.Mas a relação entre o "FREGUEZ" e  o dono da loja era carinhosa e cheia de sentimento. Era um LOCAL de convívio, rico de sensações. FORÇAVAM-se encontros à procura de conselhos e opiniões - um TERRITÓRIO das MULHERES, como as tabernas seria um TERRITÓRIO para os homens.

Comprar uma esferográfica Bic escrita fina e Bic normal era uma modernidade , várias histórias vivem à volta deste objecto amarelo inesperado para a época.
Um gaiato abeirou-se do  balcão com cara de poucos amigos dizendo que a caneta não escrevia. 



O Rato em silêncio aceitou sem demora trocar a dita por nova. Afastou-se no interior da loja, esfregou-a entre as mãos, para aquecer a tinta, riscou duas ou três vezes no papel da saca da “farinha" e voltou. - Aqui está, novinha em folha. O Gaiato agradeceu e saiu a correr.


 
Idalina-Pinguinhas-Eu-Velho rato e Rato
+-1970

O Livro dos "ASSENTUS"

Era usual antigamente as pessoas recorrer ao crédito aos LOGISTAS dada a falta de dinheiro. Este hábito deu origem ao “Livro dos Fiados”.
Um livro comprido massudo a que tinha acesso devido ao meu estatuto alcançado com uma atitude enérgica na pesagem dos produtos. Era natural para mim de uma vez só conseguir fazer as pesagens do açúcar e do  arroz  . Muitas e muitas vezes o fiz. Aqui e com a evolução dos tempos e também porque as famílias começaram a ter mais dinheiro, também pelo aparecimento da extracção do mármore em Borba, Vila viçosa e Estremoz. O dinheiro começou a aparecer e mudaram-se também os hábitos.
A população da minha RUA corria para as lojas nos Sábados e de lá saiam com as alcofas de verga cheias de produtos. 


Nesses produtos fazia parte mais uma novidade ...símbolo do ESTATUTO adquirido nos tempos do Marcelo Caetano. O BORREGO ou como a minha Mãe dizia a Carne "Esfoladia". Fui muitas vezes com o meu vizinho Rato comprar borregos ao "COMPRIDO" da "MariRUIVA". esses borregos eram mortos no quintal pendurados numa Acácia. Ritual que adorava pq estava para mim guardado um dos "BAÇOS" para grelhar nas BRASAS. Na Páscoa matavam-se 15 borregos. "Joquim" RATO teve necessidade de construir um anexo nas traseiras para pendurar tanto BORREGO. Foi um tempo de FARTURA. Descarregavam-se 50 Arrobas de Melancia na casa de fora e era tudo vendido. O carro do petróleo vinha todos as semanas e deixava os bidões cheios.
Matavam-se porcos e enchia-se carne para venda no TALHO. Tempo fantástico em que o Rato trazia os borregos para o casão das traseiras do meu QUINTAL
Como de costume o rato usava muitas vezes “alcunhas” que apelidavam os seus fregueses com nomes curiosos, pelos ouvir conheciam a clientela por:
A “Tidurica”.
A “Gorda”( porque era muito gorda ).
O “Coxo ou Maneta” .
A “Bruxa”( por ser feia).
A “Fala Barato”( por falar muito).
A BÁLHERADAS
A CATRÓIA
 O Pateta
A Cabrita
A velha Pila
O Zé de Lebre
A chinesa
A Amarôa
A Piléca
 
e muitos mais que ouvi e já esqueci
O Rato muitas vezes também recorria a desenhos, para codificar as dívidas, quando as pessoas não sabiam ler para que elas soubessem o que deviam:



"Joquim" Bravo herda agora o nome de seu pai, é a partir destes tempos o Rato da loja.


Joaquim António Bravo com a sua preciosa mota.
12/09/1971
«Arcos 12/09/1971Fui levar o gado a Estremoz mas ficou mal visto a atrelado»...texto na parte posterior da foto

O meu Vizinho evoluiu, com os tempos também no transporte. assisti nos primeiros anos de 60 à chegada de Estremoz com o carro com uma besta cheio de produtos do ARMAZÉM do Acácio Faustino, mais tarde acabaria por comprar esta mota já nos anos 70 e mandar fazer um atrelado que sempre lhe deu muito trabalho a conduzir ele próprio fazia testemunho dos malabarismos que tinha que efectuar para conduzir tão grande atrelado. 

< DESCENDÊNCIA>

O Zé do Rato da gaita e do penteado PERFEITO

«ISTO é TUDO BOA GENTE»
Frase escrita na mesa do meu TI Sapatêro num ano distante pelas mãos do Zé com uma caneta BIC amarela.

 
zé na fonte das BICAS 

Lembro-me muito bem do zé, admirava-o e tentava imitar-lhe os gestos, tinha uma personalidade muito parecida com a sua mãe Idalina...ponderado  simpático, de poucas palavras. Lembro muitas coisas importantes na época para mim criança pequenina. Não estava muitas vezes em casa e poucas vezes aviava na LOJA...era ESTUDANTE e queria divertir-se, logo aí dava para ver que o Zé queria voar para outras bandas. Naquela altura adorava tocar GAITA, tinha primeiro uma HARMÓNICA simples cromada..depois adquiriu uma com um DESIGN mais arredondado, cor de bronze esta mais evoluída. Fazia conjunto com o FERRÓBICO e acho com o Blé do Céguinho.

?-FerroBICO-Zé Bravo

Mas o Zé tinha outras vertentes a ter em conta era um GRANDE FUTEBOLISTA, penso que médio centro na equipa do ZARCOS, jogador calmo e de muito talento.


Zé Bravo e Tarzan

Esteve sempre na EQUIPA da TERRA

Equipa de 64???
Conheço  em cima-Zé Pato rádares-?-Virgolino-??-?-Quináia-Zé Rato-?
Blé-?-Quito-Quim e Parrêta Amilcar??

Equipa de 1965
Quim das zezeteiras-Ramos-joão do Secretário-?-Zé Bravo-Quináia
?-Helder-Tarzan-Blé e Quito




Lembro também e tenho como referência na minha formação como pessoa e ARTISTA, o PRIMEIRO contacto e momento de inspiração em relação à ARTE foram uns DESENHOS do Zé do seu tempo da ESCOLA do Castelo. 
Ele vai sorrir quando ler este trecho, mas é verdade...3 ou 4  desenhos simples, GEOMÉTRICOS pintados a GUACHE. Lindíssimos naquela altura para mim uma criança no início da VIDA, despertaram-me para a prática artística logo na Escola Primária. Maravilhosa essa recordação-HOJE! INDIAN ESPADANAL Artista Plástico agradece essa VISÃO distante.
Numa cómoda em frente à porta de entrada, cómoda pequena que tinha sobre o seu "regaço"uma »TELEFONIA pequena«  acho que AMARELA, Zé deliciava-se a ouvir as notícias da VOLTA a PORTUGAL em BICICLETA...João Roque e Leonel Miranda assim como Joaquim Andrade eram os desportistas que faziam vibrar aquela casa Alentejana. 
 
Obrigado Zé do RATO, meu "IRMÃO do Coração. Lembro muito bem o namoro do Zé com a LEONOR do SILVA, rapariga popular,  bonita e sempre com roupas vanguardistas-outra das casas frequentada por mim; boa gente esta família SILVA.


Eu e Leonor anos 70, talvez 76

Mas os GAIATOS fizeram parte desta "MOLDURA" da Família Bravo sempre e em todos os momentos. Esta é mais uma foto que prova que nós estávamos em todas- Herdadinha talvez no ano de 1962.

Zé-Luis irmão-Nucha do Álvino
Faragaita jadinho-Barroso Bia candeias-Altino? e Álvaro de chapéu
1962/63

Trabalhavam frequentemente raparigas na loja , uma das que me LEMBRO e me marcou pela positiva foi a MARIA GESTRUDES Clímaco Costa , rapariga simpática prima do António João. trabalhou lá vários anos. Gostaria de ter aqui uma foto dela mas não é possível. Espero que leia o artigo e me envie.



O "QUIM" era VERDADEIRAMENTE NOSSO AMIGO
Refiro-me a um TEMPO de muitos GAIATOS por toda a terra que é a nossa. Nos ARTIGOS »»»no Reinado de Dona CHÊTA e o BARROSO MORREU, faço alusão à estrondosa dinâmica que a gaiatagem exercia sobre as vivências de uma população. Fazia-se querer que éramos demasiado endiabrados. Por esse motivo ninguém nos queria por perto quando em grupo. A Paula corria-nos das ervas onde estendia a roupa e nós gostávamos de jogar à bola. Éramos também uma ameaça às hortas onde havia fruta ou tanques para nos refrescarmos no Verão. Em casa levávamos porrada todos os dias. Mas JOQUIM do RATO foi sempre um dos nossos assim como Idalina. Nós tínhamos permissão para ocuparmos o forno do velho RATO...aí passávamos manhãs e tardes inteirinhas no tempo de chuva ou FRIO, a JOGAR ao XITO ou às cartas.


Vinténs e xito para jogo no forno do rato 

 Solicitava-nos também para ajudarmos a descarregar as melancias ou a mercearia que trazia de ESTREMOZ. Foi com ele que aprendi a andar de bicicleta. Foi ele que me deu o tal empurrão RUA NOVA abaixo e me disse a palavra CHAVE:-PEDALA AGORA!!! Era algo maravilhoso, para uma criança, saber andar de bicicleta.
Não terminou aqui a nossa relação e dependencia do RATO da Mota. Já no fim da adolescência, revigoramos a equipa de futebol do nosso tempo e para isso tivemos muitas vezes que limpar o campo da Lagoa e marcá-lo com pó de cal. Era sempre ao RATO que recorríamos para ir ao forno da MARI-RUIVA buscar o material no seu reboque agora pintado de azul.
Nunca nos abandonou, esteve presente em muitos dos jogos do BORBENSE quando eu e o Fernando fazíamos parte da equipa de Juniores. Ele, invariavelmente, marcava presença nos jogos em BORBA. Mais histórias poderia contar até à altura, a tal data de todas as RUPTURAS o 25 de ABRIL de 74. Nunca entendi muito bem a razão do afastamento entre todos nós...Talvez desavenças entre adultos...talvez atitudes menos correctas de alguma das partes. Nunca o entendi mas também tive a minha dose de culpa em tudo isso. Com este artigo reformulo a minha parte das culpas, dos silêncios e dos olhos desviados. Sinto que poderia ter feito melhor mas foram tempos duros os que  todos passámos e que mudaram a estrutura social das Famílias e vivências entre nós. Um mal que se estende até hoje.
Já não se ouvem sons, não há movimento. Persistem as paredes em AGONIA de Saudade. As PESSOAS partiram para nunca mais voltarem.
A Natureza volta a OCUPAR terrenos Há muito perdidos. Ficam as SAUDADES e a vergonha de ser IMPOTENTE perante a REALIDADE. 
O Anexo onde se penduravam os BORREGOS olha para mim e convida-me a entrar...


Esta Família foi na realidade a MINHA FAMÍLIA....estes locais foram onde vivi, sonhei e sorri de VERDADE. As recordações são claras em mim. HOJE, na última parte da minha vida, somos poucos os que estamos VIVOS, a RUA já não é a "NOSSA RUA". As portas estão todas fechadas e muitas casas abandonadas cheias de "FANTASMAS" que clamam e que se recordem deles pela positiva. Nos TEMPOS em que a RUA era o "CIRCO" das nossas diabruras, as portas de todas as famílias estavam abertas até meio, entrávamos sem medo em todas as casas e éramos bem-vindos. Esperava-nos um afecto, uma palavra carinhosa ou um esfregar de uma mão nas nossas CABEÇAS. Era a forma que aquela gente tinha para dizer que gostava de nós e que tivéssemos cuidado porque o ZARCOS precisava de todos vivos para continuar a viver.
Hoje, num TEMPO em que tenho tudo, muito mais do que preciso, recordo um dos meus desejos de menino»»»um dia ter dinheiro para comprar muitos rebuçados. Hoje, compraria todos os rebuçados, uma camioneta carregada, mas, já não tenho desejos dessa natureza. O que preenche o meu IMAGINÁRIO são todos os Rostos desta gente desaparecida e a tristeza profunda de saudade feita, SAUDADE de MIM e de todos nós. Sinto que ficou algo por dizer... um pedido de desculpa um gesto embrulhado num abraço, uma PALAVRA de AMOR...

Hoje  restam 2 filhos e uma NETA desta Família com história. Uma única pessoa (...a NETA) representa e faz continuar quase 100 anos de acontecimentos dos Bravos, muito peso às costas. Que se sinta orgulhosa...na REALIDADE»»»»»
ISTO FOI TUDO MUITO BOA GENTE

OBRIGADO ZÉ do RATO por todas estas fotos Surpreendentes e SAGRADAS para mim. Um ABRAÇO FORTE e desculpa por tudo ser tão pouco.


COM AMOR



Eu Álvaro o filho da GRIZÉUA


Espero pelas tuas recordações Zé!!Ou dados para corrigir algumas das minhas reflexões que estejam menos correctas ou não correspondam à verdade.


pensadorlobo@clix.pt


terça-feira, 5 de julho de 2011

KONTINUIDADES e FATALIDADES

"KAMINHO"



JUVENTUDES???

Image Upload


TODOS DIFERENTES, todos IGUAIS.
Parte2

O NADA! ESSE é ETERNO!!!

E
PEDAÇOS 
de HISTÓRIA


NADA é ETERNO, até o SOL se apagará um dia.
Esperando o OCASO do GRANDE ASTRO


...Quando os heróis passam um dia a... (SER) pessoas normais
O que é A vida terrena ?

Uma escada imaginária

Esta vida é uma escada
 Bem custosa de subir 

Para alguns bem inclinada 

Para outros a cair

Há ainda uns outros tantos

Com outra designação
Sobem-na cheios de encantos
Com bastante protecção.

Com protecção bem visível
Que se vê a toda a hora.
Nem sempre admissível
Aos que pensam estar de fora.

Como são designados
São sortudos a valer
Esses são abençoados
É frequente ouvir dizer.

Mas deixai-os caminhar
Que também os seus pecados
Quando a hora chegar
Ser-lhe-ão descontados

Outros ainda também
Que não chegam a subir
Coisas que o mundo tem
Que não dá para discutir.

Não dá para discutir
Este mundo é mesmo assim
Só quem a escada subir
Aceita a palavra fim.

Se bem que a palavra FIM
Segue ao longo dessa escada
Todos queremos mesmo assim
Subi-la bem inclinada.

Mas se o pé nos escorrega
Ou a escada se tombou
Não há ninguém que nos pega
Foi o fim que nos pegou.

Ma se o pé escorregar
E nos agarrarmos com firmeza
Mesmo a escada a tombar
Seguramo-nos de certeza.

Muitas vezes é terrível
Aguentarmos ir subindo
À medida do possível
Vai-se chorando vai-se rindo

Com um dia atrás do outro
Seguimos a caminhada
Para levarmos a bom porto
A missão que nos foi dada.

Quer se queira quer não queira
Esta é a nossa missão
Quem pensa de outra maneira
Lá tem a sua razão.

Vamos pois acreditar
Que para o mundo ser perfeito
Nunca devemos pensar
Todos do mesmo jeito

E os que a escada nunca viram
Isso é bom ou é mau
Para os que a escada não subiram
Nem o primeiro degrau

A pergunta vai ficando
Ninguém sabe responder
As gerações vão ficando
Assim é que tem de ser.

O que é a palavra fé
O que é a palavra esperança
Eternidade o que é?
Como é que se alcança?

Pergunta que fazemos
Mas fazemos por fazer
Resposta não obtemos
Nem iríamos entender.

Quando o Mundo se formou
Há muitos séculos atrás
Alguém nos ensinou
Que só Deus era capaz.

Diz-se que Deus disse
E continua a dizer:
- Não façam trafulhice
Que eu estou no alto a ver.

Devemos acreditar
Com mais ou menos Fé
Que alguém está a comandar
Sem nos vermos o que é.

Pomos a vida na mão
Para gerirmos bem gerida
Cabe a nós a solução
De uma má ou boa vida.

Deu-nos paz e alegria
Se a soubermos conquistar
O pão nosso de cada dia
Se o soubermos cultivar.

Dá-nos a escada segura
Mesmo que seja inclinada
Dá-nos a vida futura
Mas só depois da passada.

(LUZIA CANDEIAS) 

 ...de certa FORMA estou um tanto inseguro nesta ABORDAGEM ao TEMA. Socorri-me da POESIA da LUZIA (..até rima) para melhor me posicionar no assunto. Há muito que queria falar no concreto sobre a JUVENTUDE, já o referenciei como sub-tema em muitas das mensagens anteriores, mas, vem ruminando em meu cérebro a necessidade de fazer uma abordagem mais AMPLA e significativa deste sopro da VIDA que é o ESTAR PLENO e com sensações de invencibilidade em cada dia e em cada momento.
Todos os MESES vou fazer a minha visita a meu PAI e à sua numerosa FAMÍLIA. Todos os meses retorno à minha vida e ao meu MUNDO com pedaços do PASSADO. Fragmentos esses cheios de nostalgia e tristeza. Olho os ROSTOS daquela gente, os seus olhares vazios sem brilho. Reparo que cada vez são MENOS. Bocados de nós, pedaços de carne arrancada aos poucos. Vamos ficando assim  porque vazia vai ficando a nossa VIDA, sem REFERÊNCIAS, sem nada que nos possa dar um sinal para seguirmos por este ou aquele caminho. Semelhante a uma verdejante floresta onde as árvores aos poucos se vão transformando em PÓ e este em AREIA. 
Tudo volta ao silêncio e à ausência do que para nós tinha IMPORTÂNCIA. 
É de todas as formas definir ESPAÇOS-FRONTEIRAS. Só sabemos que uns são Pais, outros filhos e os anteriores dos Pais AVÓS. Inventámos o nosso Calendário (...os ROMANOS) para também assim termos as tais referências que nos dão uma subtil segurança-mais como conforto de nos definirmos e não nos perdermos assim como os nomes pelos quais somos chamados. Bem lá no fundo somos uns sortudos porque apesar de no cimo da Pirâmide ( A LUZIA designa-a como ESCADA) avistarmos uma ÁREA enorme de paisagem Humana. Vislumbramos no horizonte a desvanecer-se o caminho por nós palmilhado...temos um passado e muitos de nós continuidade. Quantos  dos outros não chegaram sequer ao meio dessa enorme construção imaginária que é o TEMPO das GERAÇÕES. 
Vejam mais estas fotos de "Heróis" para se sentirem democraticamente "IGUAIS" a eles.Como se isso tivesse alguma importância HOJE. Onde já não se distinguem as PESSOAS pelos FEITOS mas sim pelos milhões que armazenam nas contas bancárias. É o tempo do DINHEIRO como "RIQUEZA", um TEMPO CONFUSO e de chão PANTANOSO. Perderam-se as referências do Humano, perderam-se as relações de familiaridade...perdeu-se o MELHOR-EXEMPLO dos nossos Pais e antepassados mais longínquos. A vizinhança... o estar perto DE...o ter a chave na porta ou a porta aberta para o vizinho entrar. Hoje estamos mais RICOS mas mais sós do que nunca. Até as relações de proximidade com os filhos são hoje inexistentes. Já ninguém "PRECISA" de ninguém e morre-se aos poucos com o " falso ORGULHO" de se ESTAR só. Felizmente ainda existem estes locais de FAMÍLIAS numerosas. Este onde visito o MEU PAI todos os meses e onde vejo os tais olhares apagados de juventude ou sonhos de qualquer espécie, só RESTA a ESPERA.


Pai de Elvis e Elvis

Elvis no Final


 Madonna Ontem e Hoje

Antes e AGORA






Cher-Sonni Bono e Bob Dylan

ÁRVORE


...da VIDA.
Mas porque não assumir que sempre assim foi. Em todas as gerações e são muitas as sensações de plenitude e descida de regresso à inocência estas foram as mesmas de HOJE. Os MEDOS foram os mesmos e as lágrimas derramadas pela mesma causa. A perda, a partida do sonho e do DESEJO. A PARTIDA dos que AMAMOS.
É essa leitura que faço MÊS após Mês. É o que leio nos olhares de ESPERA de quem está prestes a PARTIR. Nada é ETERNO, a tal frase marcante, todos de certa forma assumimos calmamente essa realidade, mas as palavras dos moribundos escrevem-se nos OLHARES de quem tem PENA de IR. Tantas histórias, acontecimentos, passos marcados na construção de caminhos. Nada disso tem importância HOJE, tudo se desvanece numa sucessão de nascimentos do ASTRO-REI.
Vamos ficando sós, todos sentimos um aperto na garganta da AUSÊNCIA do MUNDO que ajudámos a construir. Os nossos filhos que ontem eram meninos inocentes, traquinas e felizes. METAMORFOSEARAM-SE hoje em clones de nós mesmos com  uma voz que soa a diferente e ostentam nos rostos  uma robusta barba. ELAS são ESTAMPAS das Mães. De repente estão  de partida como as árvores ambulantes da tal floresta. Tudo é tão rápido, tudo foi tão rápido que agora é demasiado tarde para reflexões complexas. A FATALIDADE da VIDA permanece também nas  referidas portas fechadas sem chave por fora, nas cortinas velhas e carregadas de pó, reflexos da AUSÊNCIA dos donos. Tudo sobra, nada se carrega para o outro lado. Hoje percebo as palavras que ouvi tantas e tantas vezes. 
Elas ficaram mas não tinham qualquer importância no momento que as ouvi. Hoje pesam toneladas e são armas apontadas à vontade de continuar.


Curso da Oliva anos 70 Inicio- Tólho Varelas, Augusto do Pisca, Cornéla mulher do Tólho, ?, Ana Maria, Maria Alice, Marinita Saramago e rapariga da aldeia de sande



Mari das Neves e Fernando da Gisélia-Anos 60

É esta sensação pela qual fico impregnado todos os meses quando retorno às origens. 
As fotos que aqui apresento e que estão espalhadas por todas as mensagens do BLOGUE  ficam como "BANDEIRAS" de um TEMPO que só existe nos números de calendários amarelecidos ou em leves recordações dos POETAS. A PESSOA comum pouco pensa nestas coisas, que boa que é a vida para os que não pensam com o CORAÇÃO, os "IGNORANTES", os "SIMPLES" são os FELIZES desta "Roleta -Russa " que é a vida. 
Na realidade Têm razão, o que "galhamos"... nós, em  estarmos a pensar no irremediável, no que não tem conserto. Tudo acaba tudo tem um fim...

Nada é eterno.

Anos 20

?-?-?-? João do Xtradinha jovem e Ti Nazaré

Ti Lucília-Henriqueta e Hilário

Patinha-Nucha-Ti Nazaré-Melindra e Paula
Malta do PRINCÍPIO do Séc-XX Tirando a NUCHA

Anos 40
Pais e Mães e Avós 

 

GRUPO de TEATRO

Foto Histórica da Clarinha do Bótalume

 consigo identificar quase todas as pessoas faziam parte de um grupo de Teatro.
Na fila de trás  Manguinhas( pai do Carlos do Leonço e da Luisa), o Teu Pai, Silvério Gato ( pai da Bia e do Manel) João do Pecuchinho, Pechoca, - não identifico os ultimos três homens da ultima fila- Mestre Jacinto, Bragaroia ( irmão da Beatriz mulher do Silvério Gato ) João Henriques ( meu Tio pai do Joaquim Lucio padeiro, também conhecido por Kit Karson), Zé do Caga, Botalume ( pai da Clara), José Gato ( Zé Paixão), Secretário, Joana Bárbara do Botalume, Hilária Henrigues ( minha tia , irmã da minha mãe e casada com o Gadelhas), Antónia Henriques ( Minha tia, Mãe do Adalberto), Luisa do Caga ( irmã do Zé do Caga) A Pechoca,  Barbara do Paixão, Filipa Henriques ( Minha Mãe), Beatriz (mulher do Silvério) e Daniel Raposo ( irmão mais novo da Adozinda e do Etelvino Raposo)
Parece.me o teu pai na fila da frente à esquerda e do lado direito também na fila da frente, o João do Pecuchinho, o Mestre Lúcio e o Canudo e a sua guitarra. Talvez Amaro do Raspóte  primeiro da fila de pé>> dta -Esq.



- Identifico o teu pai na direita GRIZÉU., atrás o Botalume, o Mestre Jacinto e o João do Pecuchinho


Foto de Baixo 
Fotografia tirada na BOCA do INFERNO, Cascais
casamento do ARRÔBAS-anos50
 António do Arrôbas-Cristo-Maria do Arrôbas-Arrôbas- Pexóca



Só conheço, a minha Mãe e meu PAI foto abaixo lado esquerdo
Excursão fins dos anos 50



Procissão anos 50-Conheço a Joana Bárbara e a vizinha Bótaluma


Juventude anos 40-Estes foram os nossos PAIS e tinham nestas fotos (cima) vinte e poucos anos.

Estas nossas Mães ou IRMÃS + velhas

Raparigas de 50/60




As filhas da Florinda e do Sebastião. E que tal??!
 Joana-Angélica-Alzira-Maria José-Paulina-Mariana e Bárbara

-GRANDE Família!





( Anos 60) e estavam nesta foto na "CASA" dos 20 anos.

Clarinha-Mulher do Estrela- Nucha da Mari dos FRADES?-Note-Binácia Pécuré-Cremilde irmã do TOTA-Menina Gizélia
Aldina?-Nita Silva- Ivone filha do Amarão

 Raparigas de 60/70

Curso da Oliva 
Cima-Chica Suebras-Maria Antónia Ramalho-Irmão do Armindo-BiCapitôa-Mulher do Leonel- Mulhe do Dal´censa(FALECIDA)- '-Maria João Espiguinha-Clarinha e Leonor do Silva mulher do Zé do rato

Centro-Mulher do Bizarra-Filha do Zé Paixão-Mulher do Bila-Irmã do Leôncio Manguinhas-?-Filha do pélito-Mulher do Quito-?-?-Maria dos Anjos Coxixo-Nita do silva-?

Baixo-Filha da Bela-Irmã do armindo-Maria de Fátima coxixo-Maria Alice Gato-Dádica-?-?-Maria do Varelas-?-Filha do Cornél Maria Joana? e filha do coelhinho irmã da Joana


ELAS no Tomate em ELVAS
?-Leonor Silva-Diamantina-Militana e Banha mulher do Torres
Nucha Lola-Nita Silva e Olina


ATENÇÃO, ELAS as raparigas que os miúdos de 70 admiravam pelo CANTO do Olho, as namoradas dos GRANDES. Foi nos anos 60 e 70 Tradicional a temporada do TOMATE em Elvas, daí vinham muitas histórias e também encomendas maravilhosas. As eternas calças LOIS que quanto mais se lavavam mais claras ficavam como nós adolescentes gostávamos. Vinha o Pão de ló Espanhol e a celebres pistolas com fulminantes que eram também porta-chaves e muitas mais encomendas que se faziam às "CONTRABANDISTAS" do ZARCOS. 
Mas vinha  o sustento amealhado por esta geração de trabalho sazonal. As raparigas do tempo dos BEATLES, que nós admirávamos pelo canto do OLHO. Elas a nossas irmãs mais velhas que dirigiam o seu imaginário de FUTURO de uma forma SIMPLES para a constituição de FAMÍLIA.Sabiam fazer de TUDO e não tinham grandes AMBIÇÕES. Mas quem as tinha???! no tempo do HÁ POUCO para escolher.
"IMPINOCAVAM-SE" para os bailes de Natal ou Carnaval na Casa do povo ou no casão do "PREIRA". Sonhavam "ALTO"a ouvir António Calvário e Artur Garcia e TONY de Matos. Escreviam para o RÁDIO-Elvas nos discos pedidos e faziam dedicatórias aos seus MAIS-Queridos- Namoravam à OMBREIRA da PORTA ou à janela e repenicavam BEIJOS Rápidos sem as Mães VEREM, ou viam e faziam que não viam. Sorriam sempre que saiam da porta da rua até que lá entravam novamente. Estas eram as raparigas da minha TERRA, as mais velhas que sempre tinham uma palavra simpática para a GAIATAGEM.


 Estes os rapazes de 60

22/06/68

Sortes em Évora ...O Dia das SORTES era um momento especial para toda a GENTE da Terra. Música e pequenas brincadeiras animavam o ZARCOS durante 3 dias, eram dias de loucura total...copos sorrisos e palavras ao vento durante 3 dias»»tudo atrás do homem da concertina. Esperava-os um FUTURO incerto no ULTRAMAR PORTUGUÊS

Reconheço Cachapim-Zé Rato e Quim das ZEZÉTEIRAS a olhar para o ACÓRDEON

 

Conheço alguns»»»Pinto
Damásio-Zé Pato-Zé Rato e sardinha na bicicleta




A Gaiatagem delirava e pareciam BANDOS» Os Putos, lembrando Carlos do Carmo« ...tive a sorte no TANQUE do CAPELAS ficar nesta foto histórica com o mesmo Grupo. Lembro que era tradicional o banho no tanque do CAPELAS.



Reconheço aqui além dos nomes indicados mais o Cachapim e eu de boné 

Eu uma "caganita" a querer ser GRANDE, SORTE de ELES os meus ÍDOLOS me deixarem permanecer no enquadramento da foto

Conheço o Blé e o Zé Bravo

Outros "FLASHES" do PESSOAL de 60

 
Quito e Zé Bravo e ao FUNDO FERRO-BICO com o sax
«Dia do Borrego, horta do FERRO-BICO-À noite fui ver o FILME "A ULTRAPASSAGEM"...texto na parte posterior da foto»
Fotos do Arquivo Zé do Rato 


Foto de Cima
Lola-?-Joquim Zé coxixo-Chico da sámor
Damásio e Quináia

 Estes os rapazes de70


Zé António Ferrador-álvaro-Bernardo da Espanhola Rabita-Toninho-Fernando-Américo-Faragaita-António João e Candeias + velho


Custódio-Fernando- Álvaro-Rogério e Horácio da Glória 

Equipa de 1971-Jogo em Estremoz
Cima-Margalho-Candeias-Jacinto Láu-Laranjo-Álvaro-Fernando Armário-Cigano e Piléca
Baixo-?-Cheira-Cagaita pataquinho-Daniel-Jádinho Faragaiata e Gomes Ferreira

 

Primos no Rossio-21/05/1972
Fernando-Álvaro e Rogério



Equipa de 1973
Festas de S.Sebastião jogo com o BAIRRO-Branco
Cima-Custódio-Cabaço-Cachapim-Ferro-Piléca-Jacinto do Láu
Baixo-Jorge Stério-Álvaro-Almerindo-Daniel-Fernando Armário e Gomes Ferreira

Eu no mesmo Jogo de 1973

Cabacinho-Álvaro Tagéco




Viagem a Tróia-Julho de 1975
Manél Cabacinho-Russo Tagéco e Álvaro


Celestino-Manél Cabacinho-Álvaro (Maio de 1976)







 Américo e Álvaro
 


Sérgio-Álvaro e irmão do Zé sapatêro
Jan.-1976

Álvaro-Bia Candeias e Manél Cabacinho
20/05/1976


Álvaro e Russo Tagéco-Fev.1977 

8/10/1977
Casamento do Chico 8/10/1977

 
Fernando-Ferro-Álvaro (Málaga, Abril de 1977)


Álvaro - ZéSAPATÊRO-Praia das Maçãs, Set 1979

Eduardo (Brasileiro)-Benvinda Mirotes e Álvaro
1982

...e ESTES os de 80

1976
No campo do Sport Lisboa e Évora, penso que um jogo contra o Rosário.
Cima-Bóni Cornél, Férra, Tito, Espiguinha?, Victor Cebola, Vieira, Zé Boleia e Ricardo Saias.
Baixo- Rui da Gizélia, Victor do Pisca, Paulo Banha, Frasco pequeno, QUIMINO, Ernesto, Baulo Mélguinhas e Quim da Alzira.


Foto de cima-Escola primária
No tempo da minha prima  BIA Réla e da Benvinda do CARTÓLAS, Fátima do Crujo, Inácio da Gória, Marinita do Quiquitas, Parrêta-Bem estes são os que conheço



Foto de baixo
Anos da Mariaascensão

China-João Maria Russo-Américo-carlos Garcia TRAMBOLAS-Zé do sapateiro-Ricardo Garcia-Josué russo, pechoca no forno
Baixo-filho do cedo-filho do FLOR-Luís Russo e Tó Consolado


SUCESSÃO
 e a
VIDA


...a vida é um desenrolar de momentos felizes e de outros não tão bons mas que, em conjunto, nos fazem crescer...
...pequenas coisas são capazes de nos levar ao limite da felicidade e outras, ao invés, provocam-nos momentos de tristeza, de revolta e de desânimo.
Estes acontecimentos que nos marcam profundamente, tanto podem ser provocadas por nós, através das nossas acções, como pelos outros...



...não podemos almejar viver num permanente estado de felicidade pois assim não amadureceríamos, não conseguiríamos atingir o crescimento que apenas se adquire pela vivência e pela reflexão...

Os obstáculos que a cada dia se nos deparam exigem uma resolução... arredá-los para o lado, como se não existissem, iria resultar numa vida de coisas por resolver...uma vida estagnada sem passado, presente ou futuro...


...ter alguém com quem contar nos momentos mais difíceis constitui um forte apoio no entanto, as decisões devem amadurecer dentro de nós e serem fruto da nossa maneira de ser...
Cada indivíduo é diferente do Outro por isso cabe a cada um tomar as suas próprias decisões, só assim será feliz...errando ou acertando, sempre de forma responsável sobre o seu destino...
Blogue>CELESTE FELIZ>






...Em que ficamos??? qual a diferença??...Q DIFERENÇAS?
Ámen!


Próximos ARTIGOS


Crónicas da Rua NOVA


A LOJA do RATO


Histórias do velho largo

A Adega do António V´CENTE