LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

DEUS MORREU




Aos FILHOS
de

 HOJE e... do ONTEM 

«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.»
Valter Hugo Mãe






EIIIAVANTE !!!PORTUGUESES FRAGMENTOS







PELA SANTA LIBERDADE
Escrever em ZIGUEZAGUE, PINCELAR LETRAS e amontoar os SENTIDOS.

FILHO ÉS...PAI SERÁS o que FORES
ENCONTRARÁS...





Com  SOLUÇOS  nos GESTOS, COMPARO os tempos.
REPENSO CONTINUAMENTE as palavras... o que quereria ela dizer com a adição do FILHO e do PAI??!

O que  SOMOS HOJE ??









DIFERENTES...

Cerrem os OLHOS e OIÇAM a VOZ do REDONDENSE , serão transportados para os longínquos anos 80-aqui tão perto.

????????????????????????
O que fazer da rapaziada, dos FILHOS HOJE...



Parecenças???? COMPARAÇÕES com quem nos abriu os caminhos... num tempo em que os espíritos, os sonhos e as birras pouca semelhança teriam com os "MESMOS" SINTOMAS da ACTUALIDADE.


!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
HOJE
  Com as  "PISTOLAS na MÃO" resolvem-se todos os problemas ,,,criam-se em sobreposição outros mais.
Que perspectivas existiam  quando começámos a nossa "CAMINHADA?? 
POUCAS ou nenhumas. 

!!!!!!!!!!!!!!!!
SONHAVA-SE

De MENTES ABERTAS e cheios de boa vontade desejávamos qualquer coisa  no muito tempo que tínhamos para construir o CASTELO do FUTURO.
A dúvida persiste, o que queremos nós AFINAL??
Não TEMOS o SUFICIENTE...ou possuímos com fartura FALTA de TEMPO para pensarmos SIMPLES.

O que nos distingue??



QUANDO parecemos todos iguais na aparência e nas atitudes.
De PISTOLAS na MÃO, espero pela continuação sem deixar de pensar na MÁXIMA:

-PAI SERÁS!!!

FUTEBOL
FUTEBOL
JESUS
COSTA 
FUTEBOL
BOLSA
ECONOMIA 

FUTEBOL
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CRISE de....
MENTALIDADES
FUTEBOL
ASSASSINATOS
INSEGURANÇA
FUGA
MEDO
DOR
 POLÍTICOS
SUBMARINO AMARELO
CANSAÇO
DÚVIDA
GRITO de SOCORRO
 POLÍTICA
PRESENTE

Chegará um  dia o VERÃO.
O NATAL e novamente as saudades do SOL.

NUM CONSTANTE REMOINHO de CONTRADIÇÕES e VÍCIOS repetidos. 
Já não temos ilusões nem saudade dos tempos da FRUTA e do  TOMATE.
Estão à mão de semear todo o ano SEM SABOR nem ODOR. 





Onde estão as referências para a mudança??

Na MÚSICA de HOJE ??
NÃO!

Não me recordo das letras nem sou confortado pelas MELODIAS.

Onde estão as CERTEZAS??
Onde param as PESSOAS??

PAI SERÁS!!


...Já não há CAMINHOS sem pegadas.






 Só recordações do QUANTO necessitávamos de nos dedicarmos de CORPO e MENTE a um projecto de UTILIDADE.

FUTEBOL-FADO VADIO e FIM do EQUILÍBRIO.
Haverá FUTURO e PORTUGUESES??
Nação vencida pelo cansaço.

FUTEBOL
FADO
HOJE...

 TOURADAS em todas as AVENIDAS, quem se preocupa com as MENTES SÃS? 
E das EMOÇÕES rezará a HISTÓRIA?
PUREZA... 


Avante VITORINO da RUA GARRETT da  leitaria e das Belas Artes.  
Onde pára a POESIA, os HOMENS , as MULHERES e a HONRA de SER PORTUGUÊS.

Do HINO resta uma enfadonha melodia, vulgarizada nos "CIRCOS" MODERNOS e nos queixumes de quem reivindica alguma coisa.

Já não nos ARREPIA! 

Pouca coisa nos ARREPIA além da laranja ácida.

Tinhas tu 1 ANO e eu era dono do MEU MUNDO, sentia a obrigação de VIVER e ser ÚTIL com AUTORIDADE.
A AUTORIDADE do SONHO...
 de CONTINUAR à procura de um  LUGAR.













HOJE
Não há LUGARES e TERRAS por desbravar.
VISLUMBRO SILHUETAS  sem RUMO,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,>>>>>>>>>>

PARECEM (...os) FANTASMAS na SÍRIA na AMÉRICA LATINA .
UCRÂNIA e por todos os cantos do UNIVERSO HUMANO-não temos PAZ, não semeamos CONCÓRDIA, o dinheiro a GULA a MALDADE HUMANA comandam as "TROPAS" do IMPÉRIO TERRA.
O CONSUMISMO INÚTIL. 
AGRESSIVIDADE 
PERMANENTE AGRESSIVIDADE 
MORTE
SANGUE
DESTRUIÇÃO dos ECOSSISTEMAS
Os FELIZES LÍDERES do MUNDO esbanjam sorrisos de IGNORÂNCIA.



INSEGURANÇA
INSTABILIDADE
CONFRONTO
MENTIRA

FILHOS ao VENTO.
Quem tem hoje coragem de PENSAR que é boa ideia "COITAR" para gerar futuro.
MALDITOS TEMPOS MODERNOS  da ERA DIGITAL.

O IMPÉRIO DESABOU.

Meus QUERIDOS FANTASMAS.
SOCORRAM-NO





Os diabos estão à solta... 




Paciência de CHINÊS

HÁ REVOLUÇÕES em DEMASIA!!
As" enxadas enferrujam ...os ARADOS encostados repousam".
Os CHINESES esperam pacientemente  ,  os LUSITANOS estão a acabar.
 PERDEMOS a INDEPENDÊNCIA num dia de FESTA(... com nevoeiro). Sem uma bala "VERTIDA"...



Numa ERA de MENTIRAS dizer a VERDADE é um ACTO REVOLUCIONÁRIO


Lua BRILHANTE







PAI SERÁS... FILHO!


O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

                      Álvaro de Campos



Numa outra dimensão... 
Hoje sei o que MINHA MÃE e vossa AVÓ, queria dizer...e tu num longínquo dia de AMANHÃ também. 




Aprenderão que não existem diferenças entre nós...as VIRTUDES e os PECADOS repetem-se  e são passagens do  testemunho entre gerações.








Imagens do

O incrível mundo surreal de Igor Morski...

CLONE e SEMELHANÇA

 

 

Deus nos proteja

 

 

 

Vasco Polido Valente

http://publico.pt/politica/noticia/deus-nos-proteja-1627433?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=feed:+publicorss+%28publico.pt%29# 

 

"Não gosto nem do sr. Rangel, nem do sr. Assis. Bem sei que há eleições para o Parlamento Europeu e que tanto um como o outro não conseguem pensar em mais nada. Mas são os dois símbolos perfeitos de tudo o que a política portuguesa tem de mais triste e desprezível: o fanatismo de partido, ou, se preferem, para usar a nojenta linguagem do meio, o “amor à camisola”.

Ora o “amor à camisola” não me parece qualificação bastante ou recomendável para representar Portugal na União numa altura de crise para a própria União e para o país. Quinta-feira, na televisão, o sr. Rangel e o sr. Assis desceram à mais baixa zaragata a propósito das duas seitas que representam e que, para eles, parecem resumir o mundo. Sem vestígio de inteligência ou dignidade gritaram durante quase uma hora com o único propósito de mostrar que eram “combativos”, como as “bases” querem, muitíssimo capazes de arranjar votos."

 

 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A DIABÓLICA e Maravilhosa VIDA



PALAVRAS do POETA
CURTAS PROFUNDAS ...CERTEIRAS.

OFÍCIO




Armazenar sofrimento.

Distribuí-lo depois
límpido.


António Osório



A VIDA no PENSAMENTO

 “A vida é assim. A gente tem que separar as coisas. A vida é chorar e rir a vida inteira. Aproveitar os momentos de tranquilidade, e brincar um pouco. Depois os outros, aguentar. A vida é um sopro.”

OSCAR NIEMEYER


DOCUMENTO/ OSCAR NIEMEYER CONFESSA QUE COMEÇOU A SE PREOCUPAR COM A MORTE AOS 14 ANOS DE IDADE. PASSOU DE UM SÉCULO DE VIDA. CONCLUSÃO: NÃO VALE A PENA PERDER TEMPO COM A “CEIFADORA”


sex, 18/12/09
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas
 
 
 
 
 
 
Numa entrevista, longa, que gravei com Oscar Niemeyer, ele disse que, aos 14 anos, já pensava na morte.Viveu 104! É parte da história do país.
Disse que “ficava meio desesperado quando pensava que o sujeito vai desaparecer. O que a gente deve é procurar ser útil e dar as mãos”.
Eu me lembro especialmente de como Niemeyer descreveu, com um ardor sincero, duas cenas marcantes: numa madrugada em Brasília, JK o levou para fora do Palácio e exclamou:”Que beleza!”.
Iluminado, o Palácio parecia uma nave espacial branca pousada na solidão do Planalto Central do Brasil.
Em outro momento, num gesto que sempre parecia – e era – sincero, ele, em vez de descrever a grandiosidade de duas obras, espalhadas pelo mundo, preferiu falar do menino pobre que vendia biscoito numa calçada de Copacabana. Quando chegou ao escritório, abalado com a visão de uma criança miserável, mandou chamar o menino. Quis tirá-lo da rua. O menino terminou fugindo.
As crenças políticas de Niemeyer estavam defasadas. Não importa. O que importa é que ele criou beleza a vida inteira. O beleza intensa de algumas das criações de Niemeyer parecia o improvável sopro de Deus nas mãos de um agnóstico confesso.
Quando Niemeyer fez 100 anos,”importunei-o” de novo. Perguntei se ele poderia definir a vida em apenas uma palavra. E ele:”Solidariedade”.
Era intensamente solidário com os desassistidos, os despossuídos, os miseráveis. Não é pouco.
Em resumo: feitas as contas, lutou do lado certo.Bravo.
Eis a entrevista em que ele fala do menino descalço e da visão nocturna do Palácio iluminado  na noite de Brasília. Dois homens contemplavam a cena: o presidente Juscelino e o próprio Niemeyer :
 
 1.
Se acreditasse em todos os elogios que coleccionou ao longo da vida, o arquitecto Oscar  Niemeyer poderia pendurar uma placa na porta do escritório: “Silêncio! Génio trabalhando”. Mas, não. “Doutor Oscar” devota uma olímpica indiferença às glórias terrenas. Já perdeu a conta de quantos monumentos, palácios e edifícios projectou no Brasil e no exterior. São pelo menos 150 em quinze países, sem contar o Brasil. Vem estudando astronomia com amigos, numa prova de que a curiosidade intelectual não depende de idade. A bibliografia de e sobre Oscar Niemeyer não para de ganhar acréscimos. Nesta entrevista, o homem que passou a vida se declarando ateu faz uma confissão: gostaria de acreditar em Deus. Em matéria de política, não se incomoda em ficar na contramão da história. O comunismo pode ter virado pó para quase todo mundo – menos, é claro, para Oscar Niemeyer.
Se o senhor fosse chamado a escrever um verbete sobre Oscar Niemeyer numa enciclopédia, qual seria a primeira frase?
Niemeyer : “Diria que é um ser humano como outro qualquer – que nasceu,viveu e morreu. Sou um homem comum – que trabalhou como todos os outros.Passou a vida debruçado sobre uma prancheta.Interessou-se pelos mais pobres. Amou os amigos e a família. Nada de especial. Não tenho nada de extraordinário. É ridículo esse negócio de se dar importância.
Consegui manter, a respeito dos homens, uma posição que me tranquiliza muito: vejo os homens como uma casa,em que você pode consertar as janelas,acertar o aprumo das paredes,pintar.Mas, se o projecto inicial foi ruim,fica prejudicado. Aceito as pessoas como elas são. Todo mundo tem um lado bom e um lado ruim. O homem nasce numa loteria:é bom,é ruim,é inteligente ou não. Se a gente aceita este fato como uma condição inevitável,a gente tem de ser mais paciente com as pessoas,aceitá-las como elas são”.
Gilberto Freyre disse numa entrevista que o senhor era um arquiteto genial, mas era muito ignorante, porque passou a vida repetindo chavões marxistas. Críticos assim incomodam o senhor?
Niemeyer: “Não. Eu li Casa Grande & Senzala e gostei. É um livro muito bem escrito. Gilberto Freyre era um grande escritor…”
 …Mas como é que o senhor recebia essas críticas?
Niemeyer: “Cada um pensa o quer. Nunca conversei com ele. Eu me lembro de ter me encontrado uma vez – corrida – em Pernambuco”.
O senhor transmite uma visão pessimista da vida – um certo enfado diante das coisas.Como é que se justifica tanto pessimismo num homem tão bem sucedido ?
Niemeyer : “Sou pessimista diante da ideia de que o homem ,quando nasce,já começa a morrer,como notou Jean Paul Sartre.Mas,na vida,caminhamos rindo e chorando o tempo todo : é preciso,então,aproveitar o lado bom da vida,usufruir o melhor possível e aceitar os outros como eles são.Sempre digo : o importante é o homem sentir como é insignificante,é o homem olhar para o céu e ver como somos pequeninos. Ultimamente, no entanto ,tenho me espantado como a inteligência do homem é fantástica ! Tenho conversado sobre astronomia.Como é imprevisível o que ele pode criar ! .
Numa dessas conversas que tenho tido com um amigo sobre o cosmos, ele me explicou que o homem é filho das estrelas. A matéria é a mesma! Então, é mais emocionante ser filho das estrelas do que ser filho da terra. Eu sempre dizia que a vida não teria sentido, o homem é filho da terra, como os outros bichos,os outros animais. Mas acho que o futuro será melhor.
Os mais inteligentes se queixam do mundo. O mundo tem prazeres e alegrias, mas a razão de a gente estar aqui é precária. Em todo caso,ninguém quer abandonar o espectáculo.
Entre os homens, a maioria é formada pelos que lutam, os que estão sofrendo, os que são humilhados. O drama do ser humano é ver o homem nascer e morrer. Ninguém quer nem pensar sobre este assunto. Os mais ricos estão se divertindo. Não querem pensar em nada : só querem usufruir as boas coisas da vida. Os outros nem têm nem tempo para conseguir viver um pouco”.
O senhor, que é um homem sem crença religiosa,em algum momento teve a tentação de acreditar em Deus ?

Niemeyer : “Venho de uma família católica – que veio de Maricá, eram fazendeiros. O meu avô foi do Supremo Tribunal. Tínhamos missa em casa,com a presença de vizinhos. Mas,quando saí para a vida,superei tudo isso.Vi que o mundo era injusto. Não acredito em nada. Acredito na natureza : tudo começou não se sabe quando nem como. Eu bem que gostaria de acreditar em Deus.Mas não. Sou pessimista diante da vida e do homem”.

O que o levou a não acreditar em Deus foi essa constatação de que o mundo era injusto?
Niemeyer : “O mundo é injusto,sem perspectiva. A indagação que a gente faz os pintores antigos já escreviam nos quadros : “De onde viemos ? O que somos ? Para onde vamos ?”. Quando eu era pequeno – tinha uns quatorze anos – já pensava na  morte. Ficava meio desesperado quando pensava que o sujeito vai desaparecer, já não vai pensar em nada. Mas a vida é assim : o que a gente deve é procurar ser útil e dar as mãos”.
O poeta Joaquim Cardoso vivia dizendo ao senhor que era importante visitar os observatórios para estudar o céu. É este o motivo que o levou a se interessar por astronomia?
Niemeyer : “ Tenho conversado,no meu escritório,com um cientista que vem falar sobre o cosmos. É um assunto que interessa a gente- principalmente quando a conversa se encaminha para a esperança e a invenção . A gente vê como tudo é possível ! O homem,que parece insignificante e tão pequenino quando visto do céu, na verdade é o único elemento de inteligência no universo. Tudo é possível, então ! A gente lembra de que há cinquenta anos não existia televisão. Agora , a gente já admite a transposição da matéria ou que o homem possa viajar entre as estrelas. Pode até habitar outros planetas. Um mundo novo vem surgindo. E é fantástico!”.
O senhor sempre disse que via o homem como um bicho “terreno, biológico,sem mistérios”. Depois dos noventa anos de idade, esta visão de mundo mudou de alguma maneira?
Oscar Niemeyer : “A visão do mundo,não . O pessimismo é coisa antiga – antiqüíssima – que, no entanto, não leva ao niilismo. Jean Paul Sartre era pessimista: dizia que toda existência é um fracasso. Mas ele gostava da vida. Apoiou todos os movimentos populares e progressistas de libertação. Dizia aos amigos que gostava de ter dinheiro no bolso para dar de esmola. Uma coisa – o pessimismo- não tem a ver com a outra – o niilismo. O que acho, sempre,é que o homem tem de viver dentro da verdade, saber que não é importante. A disseminação dessa crença levaria o homem a uma posição mais modesta. Porque o homem precisa saber que a vida é curta mesmo. Isso não quer dizer,no entanto, que a vida deva ser marcada pelo niilismo. Não ! O homem continua a sonhar, a pensar nas coisas boas – de braços dados uns com os outros”.
 Em que momento da vida o senhor adquiriu a certeza de que a arquitetura precisa ser bonita – e não apenas funcional ?
Niemeyer: “Tive pouca influência de Corbusier. Mas fui influenciado por ele no dia em que ele me disse : “Arquitetura é invenção”. Eu saí procurando esse carácter inventivo da arquitetura. Quando eu me lembro da Pampulha ou de Brasília,vejo que eu fazia as formas mais diferentes.Perguntaram a mim o que é que aquilo significava. Eu tinha de ficar dando explicações. É como digo : os mais pobres não usufruem. Mas,quando a arquitectura é bonita, os pobres podem parar e ter aquele momento de prazer ao ver algo diferente.
Quando a arquitectura é bem feita é fácil de compreender. A arquitetura é verdadeira quando é fácil. A minha arquitectura é assim: feita com a preocupação da beleza . Quer ser bonita, ser lógica e, principalmente,ser inventiva. Quem vai a Brasília pode gostar ou não do Palácio. Mas não pode dizer é que viu antes coisa parecida. Quem é que fez um Congresso com aquelas cúpulas? Quem é que fez as colunas do Palácio do Planalto? Aquilo é invenção, é arquitectura”.
O senhor se lembra quando foi a primeira vez em que Juscelino Kubitscheck falou ao senhor sobre o sonho de construir Brasília ?
Niemeyer : “Eu me dei com Juscelino desde o primeiro dia .O primeiro trabalho que fiz como arquitecto foi a Pampulha- a primeira obra que ele construiu. Pampulha, então, foi o início de Brasília : a mesma pressa, a mesma correria,os mesmos problemas económicos para fazer a obra. Quando veio a idéia de Brasília, JK foi à minha casa, nas Canoas,no Rio. Descemos juntos para a cidade. Juscelino vinha dizendo : ” Oscar,vou fazer Brasília !. Vai ser a capital mais bonita do mundo!” .
Que comentário o então presidente Juscelino Kubitscheck fez ao senhor, ao ver Brasília tomando forma ?

Niemeyer: “Uma noite,quando estava sozinho no Palácio, Juscelino me chamou para conversar. Ficava divagando sobre as metas que iria cumprir. Já eram duas horas da manhã quando saímos. Juscelino nos acompanhou até o lado de fora do Palácio da Alvorada. Como era noite,o Palácio,branco,se destacava na escuridão. Juscelino,então,me pegou pelo braço e me disse : “Que beleza!”.

O trabalho era duro, dia e noite, mas ele nos entusiasmava com o liberdade que nos dava para que fizéssemos o que bem entendíamos.Era um momento de optimismo.Um dia, ele me telefonou : “Você tem problema de dinheiro.Eu queria que você fizesse,pela tabela do Instituto de Arquitectos,os projectos do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico”. Eu disse : “Não faço; sou funcionário”. Indiquei amigos que fizeram. Mas o convite de Juscelino mostra que ele se preocupava com a gente : estava querendo ser solidário. Tive a chance de lidar com pessoas que me compreendiam e me aceitavam.
Qual foi o último encontro entre os dois ?
Niemeyer: “Quando Juscelino estava em Paris,estive com ele. Eu ia ao apartamento em que ele vivia. Juscelino foi uma figura muito importante para a vida brasileira. A construção de Brasília foi um momento de optimismo e de esperança. Brasília foi aquele luta: a terra vazia, tudo por começar,sem estrada,sem conforto.Mas havia entusiasmo. Havia pressão de Juscelino e de Israel Pinheiro. A meta era : terminar de qualquer maneira. O prazo foi cumprido.
Brasília foi um momento estranho: vivíamos junto aos operários, frequentávamos as mesmas coisas,as mesmas boates,com a mesma roupa. Aquilo dava uma idéia de que o mundo estava evoluindo,o tempo estava melhorando, iria desaparecer aquele barreira de classes.Mas era um sonho.Depois,vieram os políticos,vieram os homens do dinheiro.Tudo recomeçou : essa injustiça imensa,tão difícil de reparar”.
O medo que o sente de viajar de avião é famoso. A que grande encontro o senhor faltou por ter medo de viajar de avião?

Niemeyer : “Tinha combinado com Assis Chateaubriand de me encontrar com ele em Pernambuco . Chateaubriand foi na frente,eu iria depois.Mas ele foi -e eu não. Quando ele se encontrou comigo,dias depois,disse : ” Você agiu como um verdadeiro comunista!” . Mas ele gostava de mim; nos dávamos bem.

O medo de viajar de avião me atrapalhou muito. Um dia,eu estava em Brasília quando Juscelino me telefonou para que eu viesse com ele de avião para o Rio de Janeiro.Não vim. Viajei de automóvel. Houve,então,um acidente com o carro em que eu viajava. Passei quinze dias no hospital. O medo de avião não vem de nenhum raciocínio. É coisa minha mesmo. Não viajo quando não quero. Mas, muitas vezes, invento essa história de medo de avião porque não quero viajar”.
O senhor disse que tinha um certo “sentimento de culpa” por ter tanto medo de avião .É verdade ?

Niemeyer : …”Mas eu não gosto desse negócio de altura ! Tantas vezes voltei do caminho…. Deixei de viajar.Uma vez,eu estava na Argélia.Quando chegou a hora de o avião sair – eu já tinha posto aquele balinha na boca – , eu disse : “Não vou !” . Peguei o meu colega e saí. Isso criou uma dificuldade, porque a mala já estava no avião. Mas viajei muito. Já embarquei três vezes num Concorde! É um sistema para prático – que a gente tem de aceitar”.

O senhor uma vez escreveu:  “minha posição diante do mundo é de invariável revolta” .Onde é que nasceu esse sentimento ?
Niemeyer: “Veio da miséria que nos cerca. Ninguém resolve. É uma luta de milhares de anos : a gente vê os mais ricos usufruindo tudo. Quando faço um projecto de um prédio público – por exemplo- procuro fazer algo bonito. Primeiro,porque esse é o caminho da arquitectura. Eu sei que os mais pobres não vão usufruir nada desse edifício, mas sei que, se o edifício for bonito, os pobres vão parar e ter um momento de espanto e alegria ao ver uma coisa diferente”.
O senhor – que gosta de futebol – participou do concurso para escolha do projecto para a construção do estádio do Maracanã. Como seria o Maracanã de Oscar Niemeyer?
Niemeyer: “O meu estádio seria pior. Naquele tempo,a idéia que tínhamos de arquitectura em relação a estádio de futebol era fazer uma única arquibancada do lado em que o sol não batesse na cara do espectador. Depois,ao começar a frequentar estádios,vi como era importante existir arquibancada também do outro lado. O sujeito vê o campo , vê o jogo,mas precisa ver também a alegria do estádio ! Então,um estádio circular,como o Maracanã,é a solução melhor. Passaram-se alguns anos, eu estava na casa de Maria Martins, em Petrópolis, quando chegou Getúlio Vargas,a quem eu nunca tinha encontrado. Getúlio olhou para mim e disse : ” Se eu tivesse ficado no governo,teria feito o seu estádio” .Tive vontade de dizer: “Era ruim. O outro projecto era melhor!” .
O senhor, como noventa e nove por cento dos brasileiros, pensou em ser jogador de futebol. O senhor tentou a sério?
Niemeyer: “Jogava bem no colégio. Eu me lembro de que um grande goleiro do Flamengo,o Amado,foi do meu tempo de colégio. Uma vez, ele veio me procurar para treinar no Flamengo. Joguei numa preliminar: Flamengo x Fluminense. Fiquei espantado com o estádio cheio de gente – por causa do jogo seguinte. Eu só pensava em futebol nos meus tempos de colégio. Joguei pelo Fluminense – como atacante. Gostava de driblar”.
Diz a lenda que o senhor já teve nas mãos um pedaço da lua, trazido por um astronauta americano. É verdade?
Niemeyer: “Quando eu estava em Paris, andava sempre com um grupo do qual fazia parte Ubirajara Brito,um cientista,um físico muito inteligente que tinha sido incumbido de estudar a lua,no laboratório em que trabalhava. Ubirajara Brito nos mostrou pedrinhas brancas da lua. O engraçado é que era uma pedrinha como outra qualquer. Tive vontade de ficar com uma daquelas pedrinhas…”.
É verdade que o senhor projectou uma casa para o seu motorista numa favela no Rio ?
Niemeyer: O meu motorista mora na favela da Rocinha, em São Conrado. É um amigo: trabalha comigo há quarenta anos.Fiz uma casa para ele lá,porque me dá prazer ser útil. A gente se sente mais tranquila quando colabora. O fato de comprar um apartamento para Luís Carlos Prestes também me agradou (N:Niemeyer deu de presente um apartamento ao líder comunista,na rua das Acácias,na Gávea,zona sul do Rio).
Depois da queda do Muro de Berlim, o senhor continua comunista. Mas o chamado “socialismo real”,feito à base se partido único e economia centralizada,ruiu. O senhor não teme ser considerado um dinossauro?
Niemeyer: “Não.Nunca passou por minha cabeça a idéia de que o que houve na União Soviética tenha sido uma coisa definitiva. Aquilo foi um acidente de percurso muito natural. Foram setenta anos de luta e glória. Os soviéticos viajaram para o espaço. Marx inventou uma história fantástica. Criou uma esperança nos homens. Por que pensar que tudo acabou? Quem leu os clássicos soviéticos sabe que eles são patriotas demais para aceitar essa humilhação”.
Quando deixou o Brasil durante um período do regime militar, o senhor disse: “Resolvi viajar para o exterior com as minhas mágoas e a minha arquitectura”. A arquitectura de Oscar Niemeyer todo mundo conhece. Quais eram as mágoas?
Niemeyer: “O clima no tempo do governo Médici ficou ruim. Tive de ir para fora. Os que queriam me paralisar me deram a oportunidade de mostrar no exterior a minha arquitetura. Era o que eu precisava. Mas o exílio – até quando é voluntário – é muito duro.Você tem de aproveitar os momentos de calma para se divertir; a vida exige. Mas há momentos de pessimismo e de saudade. Você fica comovido com uma palavra, com uma coisa qualquer que lembre o Brasil, lembre a família, lembre o que estava acontecendo aqui: aquela miséria imensa, aquela perseguição. A gente se sentia infeliz, queria voltar. Mas a vida é assim.
Quando cheguei ao Brasil, fui directo ao quartel. Perguntaram numa sala fechada: “Doutor Niemeyer,o que é que vocês querem ?” . Eu disse: “Queremos mudar a sociedade” .O policial que me perguntava disse ao crioulinho que batia a máquina :”Escreve aí : ”Mudar a sociedade!” Neste momento, ele olhou para trás e disse : “Vai ser difícil…..”. Eu até achei graça. O que a gente queria era mudar a profissão daquele homem – por exemplo – ,para que ele tivesse um ofício melhor. A ignorância é que contribui para a manutenção do clima de injustiça – que não se modifica”.
O senhor sempre combateu os conservadores. Qual foi o brasileiro mais reaccionário que o senhor já conheceu?

Niemeyer: “São tantos….Mas nunca me indispus por questões de divergência política. Tive amigos integralistas. Achava que eles estavam equivocados. Com certeza, eles pensavam a mesma coisa de mim . Mas podíamos conviver perfeitamente. O importante é que haja liberdade para que cada um pense o que quiser. A gente luta pelas coisas em que acredita, mas o tempo muda as coisas. Nasci protestando. Vou protestar a vida inteira”.

O senhor uma vez chorou ao ouvir uma música de Ataulfo Alves. A música faz o senhor chorar ainda hoje?
Niemeyer: “A música me trazia lembranças de casa, lembranças de amigos. Além de tudo, é bom chorar: às vezes, é preciso”.
O que é, então, que faz o senhor chorar?
Niemeyer: “Qualquer sentimento de pesar ou de saudade; um amigo que desaparece. Uma vez,eu estava subindo para o escritório quando um garoto,pobrezinho,veio vender uns biscoitos. Dei um dinheiro para ele. Peguei o elevador. Quando cheguei aqui em cima , a miséria daquele garoto parecia que era a miséria do mundo. Fiquei tão perturbado que mandei chamar o garoto. Aqui, combinamos que ele sairia da rua para estudar. A cozinheira logo achou que ele poderia ficar com ela por uns dias. O menino ficou uma semana, mas, depois, fugiu outra vez.Coisas assim é que deveriam incomodar todo mundo.
Sempre digo: para ser feliz, o sujeito tem de ter saúde e dinheiro, mas tem de ser burríssimo, porque pode viver como um bicho. Mas, desde que olhe em volta e veja que existe tanta gente sofrendo, a vida fica mais amarga”.

É verdade que existe uma fita em que o senhor toca com Tom Jobim ?
Niemeyer: “Sempre gostei desse negócio de música. É um momento de descanso. Eu sabia tocar umas coisas de violão,mas já esqueci muito. Uma vez, na brincadeira, a gente viu se eu o acompanhava.  Tom Jobim era fantástico,assim como Chico Buarque, Vinícius de Morais…”
 Diante de suas obras, Darcy Ribeiro disse que o senhor é o único brasileiro que será lembrado daqui a quinhentos anos.O senhor concorda ?
Niemeyer: “Darcy Ribeiro era amigo. E os amigos dizem tudo. Darcy Ribeiro era um companheiro bom : vivo,inteligente,seguro. Quando veio o golpe militar, ficou firme no Palácio, na tentativa de resistir. A vida às vezes faz a gente ficar mais optimista: é quando gente boa se revela cheia de qualidades”.
O senhor conseguiria definir o Brasil numa só palavra?
Niemeyer: “Esperança. Porque é o que a gente tem de ter”.
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A entrevista com Oscar Niemeyer foi publicada no livro “As Grandes Entrevistas do Milênio”( Editora Globo )
 OSCAR NIEMEYER CONFESSA QUE COMEÇOU A SE PREOCUPAR COM A MORTE AOS 14 ANOS DE IDADE. PASSOU DE UM SÉCULO DE VIDA. CONCLUSÃO: NÃO VALE A PENA PERDER TEMPO COM A “CEIFADORA””

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PAPEL QUÍMICO




O ESTADO da ALMA e do PENSAMENTO





QUANDO PENSAS que estás MELHOR, é QUANDO estás PIOR.

M.L.

DIÁRIO de BORDO
Ano do SENHOR 2000+14

4 de FEVEREIRO

Nada de NOVO no HORIZONTE, MAR SEM FIM, VENTOS QUE VOAM NUM FORMIGUEIRO DE DIRECÇÕES.
DESCONSTRUÇÃO das EMOÇÕES.

Aconselho-te a desligar a TELEVISÃO.

AGARRA-TE ao que ainda resta de TI.
As NOTÍCIAS e os intervenientes repetem-se, cansam-te e tornam-te uma INUTILIDADE, muito à esquerda do (ZERO) 0.
O MUNDO lá fora  para lá da CHUVA e do FRIO, também não transporta  nada de NOVO, este MUNDO dos HUMANOS.
Todos NÓS. O NOSSO e feito por NÓS.
DESLIGA-TE de controlos MEDIÁTICOS, não te sintas exageradamente orgulhoso por pertenceres à MAIOR REDE SOCIAL. 
A" menina dos 10 anos" que aparentemente torna todas as PESSOAS IMPORTANTES...sem saberes devora-te e tritura os teus estados de alma e reduz-te a fugazes espectros de alegrias descoloridas.
FELIZ serás se te conseguires sentir útil  sem necessitares dos que estão na OBSCURIDADE da CORTINA FICCIONADA.
PROCURO LER o REFLEXO do meu OLHAR quando pela JANELA  entra um CENÁRIO CINZENTO molhado por abundantes fios de CHUVA.
"ENRIJESSEM " a PELE e a MENTE , o FRIO e as LÁGRIMAS...

 E FELICIDADE não é FELICIDADE quando não se PARTILHA com ALGUÉM. REAL.

Nesta VIAGEM com FINAL MARCADO algures ou aqui perto procuro o verdadeiro significado das palavras de M.L. ditas e reditas há mais de duas décadas. 
Momentos em que todos somos imortais, ignoramos conselhos e fechamos os olhos ao envelhecimento de quem nos rodeia; mas duas décadas VOARAM, nas asas de FRÁGEIS BORBOLETAS e as palavras não se perderam no caminho.
RELENDO e "MASTIGANDO" o momento POÉTICO de HOJE o 4 de FEVEREIRO, MANUEL ANTÓNIO PINA apontou a página do CALENDÁRIO e pediu-me:
LÊ!!


AS VOZES

 A INFÂNCIA VEM
PÉ ANTE PÉ
SOBE AS ESCADAS
E BATE À PORTA

-QUEM É?
-É A MÃE MORTA
--SÃO COISAS PASSADAS
-NÃO É NINGUÉM

TANTAS VOZES FORA DE NÓS!
E SE SOMOS NÓS QUEM ESTÁ LÁ FORA
E BATE À PORTA? E SE NOS FOMOS EMBORA?
E SE FICÁMOS SÓS?










NÃO É POR OCASO QUE  atentamente observo  o que me diz o VELHO TELHADO, ENQUADRADO POR PAREDES perdidas na IDADE. Com toda uma HISTÓRIA...SILENCIOSA, em SEGREDO.

COMO UM COLO PERMANECE NELAS O INSTINTO DA PROTECÇÃO, PAREDES sem idade que AINDA NOS convidam,,,SUSSURRANDO.
-ESQUECE-TE DO MUNDO QUE TE SERVEM , AQUELE QUE CONTROLA E DIRIGE OS TEUS MOVIMENTOS e decisões. 
O MUNDO GLOBAL QUE NÃO TE DEIXA DESCANSAR-OFERECE-TE SORRISOS DE SILICONE E PRENDAS FEITAS NUM QUALQUER RECANTO NA CHINA DISTANTE POR AUTÓMATOS ESCRAVOS, SEM PENSAMENTO.


SOMBRAS



REENCOSTADO, de olhar fixo no HORIZONTE
DEI POR MIM NUM CENÁRIO DE IMITAÇÕES E SE ELE SOU EU E ELE E EU??..NUMA INTERMINÁVEL REPETIÇÃO DE SENSAÇÕES FRIAS , QUENTES...A COR E O SENTIDO. O ARDOR, REMORSO, QUEDA E RASGÃO DO TORNOZELO.
-E SE SOU EU ELE E EU E ELE.???!
UM DIA destes surgiu vindo do nada... PENSAR SOBRE a VERDADE da CLONAGEM e nas PALAVRAS DELE...
-AINDA HÁS-DE "CÁCHEGAR"! 

COM A AJUDA DOS SEUS ÓCULOS E DO PASSAR DOS MOMENTOS na BARBA BRANCA   DELE, e MINHA!  DESCOBRI QUE NÃO HÁ DISTÂNCIAS nem DIFERENÇAS. SÓ MOMENTOS FUGAZES em turbilhão de imagens desfocadas na MEMÓRIA.
NÃO É DIFÍCIL ADIVINHAR QUE AS DÉCADAS SÃO UM MOMENTO PARA O FINAL DA GRANDE VIAGEM.
-NINGUÉM JÁ BATE À PORTA! 
NEM ELE, NEM EU...AS PORTAS PERMANECEM ABERTAS, NO SILÊNCIO.

SEM TELEVISÃO NEM REDES SOCIAIS.

Do MEU PAI MESTRE JOÃO já nada existe.

-Só EU!... e os velhos óculos ligados com arame.

verdade SEJA dita!

Paredes velhas de um ALÉM_TEJO distante com vistas sobre ESPANHA.


-NUMA MISTURA DE SENSAÇÕES, SOMOS TODOS E NENHUM. 
VERDADEIRAS,,, a moldura e as PALAVRAS do PINA... AS PAREDES de PEDRA e o que resta de telhas... TAMBÉM.
O "MACIO-POLIDO" do XISTO que fala do passar de anos de fio a pavio.

A  FUSÃO entre o PASSADO e o PRESENTE...sem RUÍDO .



VIRTUDE ! O SABER da causa das coisas.