LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

terça-feira, 5 de novembro de 2019

SANGUE INDÍGENA




Uma folha tem a sua alma, a sua consciência. O que essa alma está é mais remota nela do que em nós; a nossa alma está à superfície de nós. Nós é que andamos afastados da natureza. Progresso? vida social? para que é preciso tudo isso? São coisas que uma vez começadas, se não podem acabar. São nisso como a mentira. A felicidade era nunca ter separado humanidade da natureza.

Fernando Pessoa: O Mendigo e Outros Contos





Carne, couro, chocolate ou soja. Produtos brasileiros chegam à Europa "regados com sangue indígena", diz ativista.

 A líder indígena e ativista brasileira Sonia Guajajaraa disse hoje, em Lisboa, que os produtos brasileiros que chegam à Europa vêm "regados com sangue indígena", apelando para a não ratificação do acordo comercial com o Mercosul.

 

“Estamos a tentar mostrar que os produtos [brasileiros] que a população está a consumir vêm regados de sangue indígena, seja a carne, o couro, o chocolate ou a soja”, disse Sonia Guajajaraa, lembrando que “tudo vem das áreas de conflito” com as comunidades indígenas, que “estão a ser desmatadas, onde há exploração ilegal de minério e trabalho escravo”.
A activista brasileira e membro da tribo Guajajaraa falava hoje, em conferência de imprensa em Lisboa, numa das etapas da digressão “Sangue Indígena, Nenhuma gota a mais”, que vai passar por 12 países e 18 cidades europeias em 35 dias.
O objectivo da campanha é sensibilizar os parlamentos, líderes políticos, consumidores e sociedade civil dos países europeus para que ajudem a pressionar o Governo brasileiro e as empresas que “estão a promover a destruição da Amazónia” e a fomentar as perseguições aos povos indígenas.
“O apelo geral é para que o acordo do Mercosul não seja ratificado nos termos actuais. É preciso que haja garantia de respeito e cumprimento dos direitos humanos e ambientais, bem como sanções para empresas e governos” que não cumpram, disse.

 SAPO 24 HORAS

  O planeta enfrenta “clara e inequivocamente” uma crise climática. São biólogos, ecologistas e muitos outros dos mais de 11 mil cientistas que assinam um novo estudo sobre o estado clima nem são especialistas em clima, porém contribuem todos para lançar o alarme num relatório que foi publicado ontem na BioScience. Lá se diz que a maioria dos planos existentes para combater a subida da temperatura na Terra não valem nada e que a situação é alarmante: “Este documento estabelece um registo claro do consenso alargado entre os cientistas ativos neste momento da história de que a crise climática é real, e é maior, chegando a ser uma ameaça às sociedades humanas, ao bem-estar humano e à biodiversidade”, como diz Jesse Bellemare, professor associado de biologia no Smith College, signatária da declaração de emergência deste estudo, citado pelo “Washington Post”.

À diferença de relatórios semelhantes produzidos anteriormente, este não deixa os factos no plano das possibilidades, mas das certezas, e prescreve receitas para combater os efeitos esperados. O estudo tem por título “Alerta dos cientistas mundiais para uma emergência climática” e é a primeira vez que um grupo de cientistas se chegou formalmente à frente para classificar as alterações climáticas como “emergência” que o trabalho diz ser causada por um conjunto de tendências humanas as quais, todas juntas, contribuem para aumentar a emissão de gases com efeito de estufa.

Apesar de 40 anos de negociações sobre clima global, com poucas exceções, continuámos a comportar-nos na mesma e falhámos o combate a esta condição”, lê-se no estudo, que baseia as suas conclusões em indicadores fáceis de entender que mostram a influência humana no clima, tal como 40 anos de emissão de gases com efeito de estufa, tendências económicas, taxas de crescimento da população, produção de carne per capita, perda global de cobertura de árvores, assim como as consequências: tendências globais da temperatura e aquecimento dos oceanos.

As medidas políticas nas áreas sociais e energéticas a aplicar estão incluídas no estudo e, surpresa!, são todas conhecidas.

No final de 1992, um grupo de 1700 cientistas lançou um segundo Aviso à Humanidade anunciando que os humanos tinham já forçado o ecossistema ao seu limite. Desde então as coisas só pioraram.

  EXPRESSO-6/7...11/2019

 

ARTIGO. O IMPACTO AMBIENTAL DE UMA CAMISA DE ALGODÃO.

https://novomundonovo.wordpress.com/2011/05/26/artigo-o-impacto-ambiental-de-uma-camisa-de-algodao/ 

1MA T-SHIRT=2900 LITROS DE ÁGUA

 É muito mais 2900 litros de água por uma camisa de algodão? Bem, como explicado no Eco Lab com uma Coca-Cola ou uma pizza margarita , que depende principalmente de onde a água vem. Esta estimativa foi feita com base em valores médios, que consideram todas essas litros utilizado na fabricação da camisa, 1.230 litros são para irrigação (azul água), 1.110 litros são precipitação (água verde) e 600 litros são que estão contaminadas (água cinza). O impacto da camisa vai ser muito diferente dependendo de onde o algodão foi cultivado. No incidente Hoekstra, 53% dos campos de algodão ao redor do mundo são irrigadas.
E os principais produtores de algodão são China, EUA, Índia, Paquistão e Uzbequistão , com muito pouca água em algumas dessas regiões.

 FÓRUM DO FUTURO-PORTO

  Na sua memorável participação, o ator e ativista Danny Glover (“A Testemunha”, “Silverado”, “A Cor Púrpura”), dizia esta terça-feira estarmos a viver o momento de maior desigualdade no mundo”. Depois de denunciar “o processo de ganância” em curso, numa expressão bem norte-americana em que usa a palavra “F...”, perguntava se é assim tão difícil perceber que no centro das preocupações tem de estar o (F...) indivíduo, o seu bem estar e a sua dignidade.

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