LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

FECHADURA PROFILÁTICA

                                  👇                                    

 CÓVID

ENDEMIA

PANDEMIA

 ÓMICRON.

...ECONOMIA

DESFLORESTAÇÃO

SAQUE DOS OCEANOS

EXTINÇÃO EM MASSA

FÉRIAS PARADISÍACAS

CONSUMISMO

DECADÊNCIA FÍSICA E ESPIRITUAL

MODERNIDADE

😈🙈❤👪👅

contemporaneidade

 


O ACORDAR do ASSASSINO


 

no meu mundo pequeno mundo sem vírgulas  pontos ou maiúsculas

neste meu mundo sem interrupções para relectir decidir e pensar de imediato neste pesadelo ao acordar

somos sem pontos nem virgulas  nem maiúsculas uma soma de todas as vivências dos sentidos destas mesmas palavras do 

que acontece lá fora e faz estrondo cá dentro neste mundo pequenino ausente dos pontos das virgulas ou das maiúsculas

 oiço e leio tanta barbaridade neste meu mundo pequeno inquietante numa manhã ao acordar depois de premir o

interruptor ouvir o silencio dos sons que dormem cinco horas sensorialmente entro dentro do retrato das muitas 

mensagens do espaço  ready made transformar um cagalhão num chouriço de ouro e ter 

esperança que a imagem seja decifrada é obra

 


 

o circo está montado poucos meses depois do ultimo espectáculo  as carantonhas olham-nos pelas ruas de todas as cidades lugares recônditos e nos wc da nossa tranquilidade

este silêncio violentado por palavras palavras promessas promessas  repetidas de palavras repetições de promessas

começo a ter uma sensação de repulsa não pelo cagalhão que foi seco e bem seco pelo sol não pelo

 sabor dos rostos prazeirentos que me esperam todos os momentos aspirando ao meu sorriso repulsa pelos 

 rostos deles a suarem da porcaria que ingerem as mesma promessas húmidas da perda do norte aqueles expelir corpos vaidosos da boa vida os apelos a chantagem 

todos os dias somados a outros todos os dias neste meu mundo pequeno sem virgulas pontos maiúsculas

 paciência e falta dela para aturar tantos vendilhões no templo personagens de um quadro de bruegel o velho ou bosch estas beiçudas esqueléticas demoníacas barulhentas empolgantes como pavões negros

palavra democracia gasta de tanto usada como a cenoura para burro  o crescimento económico sustentado do país é

 inconcebível com crises politicas frequentes no país  e com governos provisórios no país por dois anos

 no país e considerou essencial a existência de estabilidade politica no país e quer levar o salário 

mínimo pelo menos até aos 900 euros em 2026 no país e que até 2026 a divida publica seja reduzida e

 se assista a  um aumento médio dos trabalhadores em 20% no país ainda mais depressa ainda mais depressa ainda mais depressa a subida de rendimentos no país de 20%  e também a libertação total da sociedade no

 fim do verão 22 é o ano de virar a página no país a situação é diferente de há um ano no país estamos a passar a 

pandemia a nossa esperança no futuro está a ser posta à prova diz guta lá das unidas os portugueses tem que 

perceber que não há nenhum alarme diz georges no país este além de reformado mantém o tacho pretende-se construir e modernizar 100 unidades de saúde

 diz antónio que apela à mobilização de todos os militantes no pais para garantir a maioria absoluta no  país para que os tachos da sua família politica não se acabem estes estão bem amestrados diz também  e promete acabar com o modelo dos professores de casa às costas esta promessa será num ano em que já não haverá mais professores a saírem de casa com as costas no país 

o antónio que revela uma impaciência vomitada por todos os seus poros da pele o tal que em miúdo hoje grandeeeee nos longínquos tempos passados não acreditava no menino jesus e mas já demonstrava veia para a coisa que tínhamos ali uma alta figura para dirigir os destinos da nação e quiçá do mundo e do médioriente  neste meu mundo pequeno ao acordar os segundos pensamentos sucedem-se o primeiro é

 sempre o mesmo eles o seu futuro neste tempo  bárbaro sem esperança que de certa forma ou em toda a forma 

está diabolizado a sofia descansou-nos a todos ao informar-nos que estou com covis mas não tenho sintomas estejam 

descansados fiquei mais sereno pois estava a ficar preocupado pela falta das fotos das férias das bananas a marta irá vestir um esplendoroso macacão vermelho na estreia o nuno das novelas e f pisca o olho à jaciara ex do deco

jaciara estou solteiro quero saltar-te para cima queria ele dizer porque estarmos aqui fechados é muito

 aborrecido o bruno imita j j e leva a audiência ao delírio o bruno também lida muito mal com a 

estupidez a imbecilidade e a hipocrisia do país e a dele também que  desceu tão baixo pela esmola de quem foi presidente da bola e das 25 mil mocas mensais e carne tenra ao belo prazer e ali mesmo à mão em alvalade a ferreira venceu nas audiências neste meu mundo pequeno agora que lhe aturem a gritaria pois este é o mundo que temos o da moda e dos conteúdos replectos de ensinamentos e riqueza poética são personagens com as quais temos muito a aprender

 sem pontos nem virgulas nem maiúsculas desperto e penso no assassino, no acordar do assassino 

alentejano e dos que vão saindo da cartola apagando o futuro em sociedade que encostou ao cano frio da pistola à têmpora da mulher e premiu o gatilho penso no 

acordar de todos os assassinos pela amanhã do outro dia após a primeira noite das  milhares que se seguirão numa cela dos conjurados e dou graças ao meu mundo pequenino eu que nem uma formiga mato nem os caracóis das couves

 


 

neste  acordar repetido faço planos organizo o retrato mergulho de cabeça no projecto artemerda anti-arte pensando em cada detalhe como se fosse a última coisa da minha vida 

empurro as tropas respiram silêncio e apatia mesmo assim persisto resta-me este osso descarnado no

 caminho duma viagem replecta de contradições e desafios de escolhas certas e erradas neste meu 

mundo pequeno assisto inquieto à demagogia e ao nevoeiro que cobre a paisagem lá fora e a

 


 palavra do ano é pum vacina vacinári vacina vivaaaaaa estamos per feitos faltava esta pensava eu que ganharia cavalinho malas ou sócrates ou rendeiro ou berardo ou pinho ou férias ou imigrantes ou algarve ou primeiro ou marcelo ou ginginha ou selfie ou eleições ou porta ou covis ou ou ou pai ou natal ou a esperança que os homens mereciam ter um futuro melhor que o inquietante presente

 

cá o man escolheria saudade saudade de tudo do direito ao sonho das pessoas que um dia foram realmente humanos nestes tempos não eram visíveis a olho nu os  burgueses novos ricos parasitas chulos do povo (...frequentes os das  gajas no intendente bairro alto monsanto e poço do borraten) saudade dos poetas da verdade que declamavam pureza leveza apaixonados pelos semelhantes e pela vida na boca  de viegas falaram falam ainda hoje

 

ruy belo  antónio ramos rosa  bocage  jorge de sena  raul de carvalho  florbela espanca  mário cesariny  alexandre O´Neil,  eugénio de andrade almada como gosto do irreverente  negreiros

 
palavra 

existência

 

persisto no meu  mundo pequeno e no país grande com pessoas grandes que nunca vão perecer devido à sua inteligência e nobreza sobretudo a resplandecente nobreza das palavras e dos actos e a pandemia continua a jogar às escondidas com todos estes imaculados cérebros que não nos trazem paz aos dias


neste 

meu

mundo

profilático

 


 



 

inicio

como

da 

primeira

vez

o

segundo

período

numa 

escola

porque

sim

em

2022

como serão as  manhãs de um assassino

e dos demagogos que habitam os nossos dias 

nos entram em casa sem autorização

 

e das 4 mil famílias das vitimas que pereceram no mediterrâneo procurando o eldorado na europa que não existe

 

 em minúsculas como eu neste meu mundo que não chega aos calcanhares das gentes tão importantes que me rodeiam e mandam nele neste  mundo que deveria ser de todos ponto final

 

 






Sem comentários:

Enviar um comentário