LOBOS

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

sábado, 11 de julho de 2015

TRIBUTO POÉTICO

                              

Também à IMORTALIDADE



Eu, o meu PAI JOÃO e o BARROSO, algures em 1980
Adega do António


                                   

E
...a uma imagem perdida nos TEMPOS.


ESBARREI hoje  com esta FOTO tremida, desfocada pela pouca habilidade de quem manuseou uma máquina evoluída para a ÉPOCA.
Nunca esquecendo o BARROSO, VITORINO JOÃO MARQUES LETRAS - recordo os tempos já demasiado falados nestes recantos da "TERRA". 
Com a necessidade de não me esquecer, para suportar o FARDO que é viver muito, conhecer muito e sentir todas as contradições que a vida nos presenteia, neste MUNDO onde tudo se acelerou, já nem dá para ter "DOR de COTOVELO " dos viajantes  que regressavam, aportando  à TERRA. Eles já não chegam e nós cansados do "TER" em demasia.
Traziam (...nos tempos muito antes da fotografia em questão) as novidades das MODAS e das HISTÓRIAS vividas em lugares DISTANTES...
A VIDA HOJE , está mais breve, os gestos retidos desta  foto com o BARROSO, adivinham lugares há muito congelados numa gruta em sítio não identificado. 
Sentia um grande SABOR de IMORTALIDADE, tinha por  vias do destino, conseguido  libertar-me das amarras de um ALENTEJO PROFUNDO e longe de todas as OPORTUNIDADES...
HOJE leio a VIDA de OUTRA FORMA; já não me sinto imortal nem dono de nada. 
Pesam em mim vivências, erros , "PECADOS" realizados em NOME de uma força que nos "HABITA" e nos faz transformar os momentos para procurarmos a LIBERTAÇÃO e a autonomia.
HOJE também e se fosse uma "COUVE" não teria "DORES" não me sentiria culpado e gozaria de todas as CONQUISTAS-DIRIA para mim que SORTE a tua RAPAZ, que sorte teres conseguido tudo o que um dia escreveste na MEMÓRIA para nunca o esqueceres. 
Que DESTINO ESSE, pois tens muito mais que alguma vez ambicionaste.
Mas olhando para a fotografia desfocada, faço contas -SOMO (+++)  todos os valores, todas as conquistas e fraquezas-os DESAIRES e as VITÓRIAS.
Nada me retém, só esta foto desfocada onde estão 3 personagens, hoje imortalizadas. Foram-se com um TEMPO em que a saudade, deixava lágrimas, em que todos éramos muitos.
E SONHÁVAMOS... 

grato aos BARROSOS deste TEMPO...em que fui imortal.


DA MINHA ALDEIA

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro  

 
                                     


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