Conselho de 1 especialista 17 /01=21
« não adoeçam nem tenham nenhum acidente (!)»
É avante não temer
Pela santa liberdade
Triunfar ou perecer
funerais por whatsapp
Artur Palma faz uma chamada por whatsapp para a viúva, 69 anos, em casa, porque também está infectada, mostra-lhe o caixão, deixa-a despedir-se, e o carro passa o portão que dá acesso ao crematório. Acabou ali o funeral. A família há-de receber por estes dias um pote com as cinzas, que vai guardar num gavetão do cemitério, que já tem reservado.
É normal um funeral assim numa sexta-feira às 10:00 da noite? Não é normal, mas agora acontece, aos fins-de-semana, a todas as horas, diz Artur Palma. "Este ainda teve aqui quatro pessoas, muitos não têm ninguém, nós somos a família, porque a família está infectada e confinada em casa".
É lá que estão duas dezenas de caixões novos, é lá que estão os corpos, que vão saindo à medida que é possível. Mas a agência funerária não estava preparada para nada assim. Com o rodopio de mortes, em hospitais, em lares, nas casas, com uma capacidade da arca para cinco corpos, não chegava nem que fossem mais três câmaras. "Não tenho onde colocar mais corpos, meto os corpos onde?"
Neste "teatro de guerra" faz-se como se pode fazer, identifica-se o corpo, manda-se fotografia à família, elimina-se o ritual do funeral, o velório, o acompanhar do corpo ao cemitério ou ao crematório, a missa, o fechar da urna.
Artur Palma não o diz. Mas dizem o desalento das suas palavras, o cansaço de quem está há muito tempo "meio dormente", que Fevereiro pode bem ser passado com José Santos, a fazer funerais por whatsapp em parques de estacionamento.
Não nos vamos orgulhar como portugueses" do que vai acontecer.
Os agentes políticos estão a falhar redondamente naquilo que é a eficácia da mensagem que tem de ser passada.
Não se pode ir para a Assembleia da República pedir de forma muito piedosa que todos ajudem, mas depois organizar com grande fanfarra o início das campanhas de vacinação que, infelizmente, todos nós sabemos que vai demorar muito tempo.
"não vai ser a vacinação, em nenhum país da Europa, que vai evitar estas mortes e este estado de sítio a que nós estamos a assistir e que vamos assistir nos próximos meses".
"uma vez por todas, de parar com estas contradições e assumir de uma vez por todas que estamos a falhar, que não há milagre nenhum português que a segunda e terceira vaga vão nos tocar fundo e que aquilo que vamos assistir nas próximas semanas são cenas de que não nos vamos orgulhar como portugueses".
Quando oiço alguns decisores políticos falarem daquilo que se perde com o ensino à distância, eu quero ver o que é que se vai perder com as cirurgias adiadas, as oncológicas.
"O número de mortos cresce a ritmo há meses inimaginável e, com ele, cresce a perigosa insensibilidade à vida e à morte, mesmo de familiares, amigos, vizinhos e companheiros", destacou o chefe de Estado, alertando que "com essa insensibilidade crescem ainda a negação do vírus, a sua gravidade, a negação da necessidade do Estado de Emergência e até do confinamento".
Mas, vincou Marcelo, "nenhuma dessas negações resolve a multiplicação dos mortos, as esperas infindáveis por internamentos, o sufoco dos cuidados intensivos, o sofrimento dos doentes Covid e não Covid".
Confine,
NÃO SE ARME EM PARVO (!!!!)
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